Acordei neste domingo e liguei a televisão, em busca de alguma coisa interessante. Zapeando pelos canais de esporte, me deparei com uma situação curiosa: três emissoras (Band, Sportv e Espn Brasil) estavam transmitindo Inter de Milão contra Napoli, enquanto outras duas (TV Esporte Interativo e Espn) mostravam o clássico de Manchester, entre o City e o United. Nos cinco canais, o jogo era transmitido ao vivo. Agora eu lanço um desafio: quando alguém pôde assistir, em cinco canais diferentes, a jogos realizados no Brasil? Para dificultar mais um pouco: jogos ao vivo. Sinceramente, eu não lembro de nenhuma ocasião.
A Globo detém os direitos de transmissão dos principais torneios do país e do mundo e, quando interessa, repassa para outras emissoras, como é o que acontece hoje com a Band e antes com a Record. Mas há outros campeonatos que a emissora carioca compra os direitos só para garantir, mesmo sem ter a intenção de exibi-los. Exemplo é a Série B. Até o ano passado, quando o Corinthians ainda não havia caído, a Globo não transmitia nenhuma partida da Segundona, repassando os direitos para a Rede TV.
Talvez chegue o dia em que os corintianos vão entender o porquê de a torcida do Flamengo ser tão grande em outros estados que não o Rio de Janeiro: as pessoas escolhem o seu time não apenas por ser da mesma cidade ou região, e sim porque podem vê-los em ação na televisão. O que quero dizer é o seguinte: assim como aconteceu com o Flamengo no Brasil, penso que daqui uns anos veremos alguém torcendo por Barcelona, Milan, Chelsea ou Bayern como primeiro time, o principal, ao invés de preferir o Flamengo, Cruzeiro, Grêmio ou Corinthians.
Com os craques brasileiros indo cada vez mais cedo para a Europa, os torneios disputados no Brasil ficam menos interessantes e atrativos para o público, que vêem os ídolos bem de longe. Com a presença deles nos campos do velho mundo, acredito que a situação do parágrafo anterior possa se tornar realidade num futuro bem próximo.
Obs: Entre os 18 jogadores relacionados pelo técnico José Mourinho para a partida entre a sua Inter de Milão contra o Napoli, havia apenas um único atleta italiano, o goleiro Orlandoni, reserva de Júlio César. Segundo o site oficial do clube, são sete jogadores italianos entre os 30 do elenco profissional – não chega nem a 25%.
Um comentário:
Jogos eletrônicos, massiva cobertura da mídia, os melhores jogadores daqui e de lá jogando juntos. Enquanto aqui, a CBF não faz um mínimo de esforço para valorizar e vender o produto Brasileirão. Não é culpa só dos rios de dinheiro dos europeus. É desleixo da maioria dos dirigentes brasileiros tb.
Postar um comentário