15.7.08

Motivos para esquentar a "cuca"

Cuca: Promessa de demissão se o time não engrenar até o fim de semana

Quando o treinador Cuca foi contratado para o lugar do contestado Émerson Leão, muitos acreditavam que o Santos conseguiria almejar melhores colocações na tabela do Campeonato Brasileiro. O novo técnico santista assumiu o clube na 5ª rodada e, após 7 jogos, ainda não conquistou uma vitória sequer. Depois de 4 empates e 3 derrotas que deixaram a equipe no penúltimo lugar e com o pior ataque do torneio (9 gols), o clima ficou ruim. Em pouco mais de um mês de trabalho, o ex-treinador do Botafogo já enfrenta inúmeros problemas, como pressão interna da diretoria, insatisfação da torcida, “rachas” no elenco...

Outro fantasma que ronda a cabeça de Cuca é a fama de pé-frio que ele conquistou em seu clube anterior. Após acumular uma série de resultados negativos, geralmente em momentos decisivos, muitos vêem seu trabalho com certa desconfiança. Acreditam até que o promissor técnico que em 2003 tirou o inexpressivo Goiás da lanterna e alcançou a Zona da Copa Sul-Americana não serve para comandar times de maior expressão.

A fase é tão ruim que até os principais nomes do primeiro semestre vivem seu inferno particular. O cerebral Molina foi para o banco; o consistente Kleber não lembra nem de longe aquele ala que chegou a ser convocado para a Seleção; Fabão não mostra a mesma regularidade dos tempos de São Paulo; e até mesmo o intocável Kleber Pereira tomou um “chá-de-banco” na última partida.

A verdade é que o time ainda não encontrou um padrão tático. Nem Cuca sabe se é melhor jogar com três ou dois zagueiros, dois meias ou três volantes, um ou dois atacantes, enfim, tudo está muito aberto. A maré de azar é tão grande que o único atleta que vinha se destacando levemente sobre os demais, o volante Rodrigo Souto, foi pego no exame anti-doping e passará um bom tempo suspenso dos gramados.

Pior ainda é ver a lista de reforços que vieram com a missão de salvar a equipe desta vexaminosa zona de rebaixamento. O jovem Apodi, o rodado Fabiano Eller, o hábil Michael, o experiente Cuevas, o medíocre Roberto Brum ou o desconhecido Fabiano Capixaba. Tanto faz. Nenhum deles empolga. Parece muito pouco.

A pressão só tende a aumentar e as vitórias tornam-se cada vez mais necessárias. Porque apesar do time praiano ser bastante ruim, existem outros elencos que, pelo menos no papel, são piores ou no mínimo iguais. Goiás, Figueirense, Náutico, Portuguesa ou Atlético-PR são bons exemplos.

Ainda assim, confio no trabalho de Cuca. Qualidades ele tem de sobra, só precisa de tempo suficiente para demonstrar isso. Resta saber se a diretoria do Peixe conseguirá esperar por isso. Se não, “cucas” irão rolar...

2 comentários:

Anônimo disse...

As dificuldades que o Cuca encontra só mostra o quanto o Leão é um bom treinador...

Nos últimos anos, o ex-comandante do peixe só treinou times ruins e ainda assim conseguiu bons resultados..

Diferente do Luxemburgo, que só trabalha onde tem estrelas

Levy Lopes Furtado disse...

Acho Cuca um bom treinador que está passando por um mau momento. Acho também que ele é uma pessoa muito emotiva para lidar com a pressão dos resultados do futebol. O pedido de demissão dele no meio de semana demonstra bem isso. Tem que dar tempo ao tempo e a diretoria iniciar já uma reformulação para 2009.