1.7.08

Paradinha covarde

Defesa de Casillas durante a Euro: No Brasil, uma cena rara ultimamente.

Como goleiro (mesmo de salão), vejo essa onda de paradinhas na execução dos pênaltis como uma grande covardia. O tiro direto, que deve vencer as dimensões de 7,32m por 2,44 da baliza, dá uma chance de acerto de quase 75% ao batedor, na minha visão. Por isso, ele precisa de sangue frio, precisão e muita convicção ao se apresentar na marca da cal.

Como já enfatizei em várias oportunidades, para muitos o pênalti interceptado pelo goleiro é tão comemorado quanto um gol convertido pelo batedor. Recursos como a paradinha aumentam em muito as chances de gol. Porém, numa proporção quase que desumana para o goleiro. Some-se a paradinha o fato do goleiro, teoricamente, não poder se mover à frente da linha do gol. Se um juiz permitir a paradinha e for rigoroso quanto aos movimentos do goleiros no pênalti, é melhor mandar bater sem goleiro. A expectativa do pênalti não se converter vai se resumir apenas na incompetência do batedor, se ele mandar a bola fora do gol.

A regra sobre esse recurso não é clara. Pelo que entendi, o executor da penalidade pode fingir o movimento, mas não deve travar a perna quando o jogador armá-la para bater. No GloboEsporte.com, os comentaristas de arbitragens têm opiniões divergentes. Enquanto Arnaldo César Coelho enfatiza nos pênaltis convertidos por Alex Mineiro e Alan Bahia na última rodada do Brasileirão que “ambos correram em direção à bola, armaram o chute e no movimento do pé em direção à bola eles deram um bico na grama, pararam completamente e depois continuaram com o movimento do pé, chutando e fazendo o gol. Dar um bico na grama antes de tocar na bola, para mim, teria que voltar o pênalti”. Já José Roberto Wright acha que essa é mais uma forma de se punir o infrator: “Acho que o recurso é válido. Tirar a paradinha seria beneficiar o infrator que fez a falta. Se você impede do cobrador fazer a jogada, estará dando mais uma chance para o infrator de defender o pênalti”.

Cada um interpreta de uma forma. Na Europa, a prática é vetada, como pudemos observar nesta Euro. Já no Brasil especificamente, as paradinhas viraram mais um recurso de malandragem a serviço do gol, assim como as malfadadas cavadas de pênalti excessivas, onde o jogador prefere que o juiz marque a infração ao invés da tentativa direta ao gol. E enquanto isso, a moda vai se alastrando e os gols de penalidade máxima vão se sucedendo, um atrás do outro. Falta clareza. E na minha visão, um pouco de bom senso para com a situação dos goleiros.

Abaixo, a matéria do Globo Esporte sobre a polêmica:

6 comentários:

Filipe Araújo disse...

por isso que sou defensor do shoot out!!!! jajaja

Abrazo!

http://gambetas.blogspot.com

Flávio Benvenuto disse...

Totalmente a favor da paradinhas e das novas "invenções". Se a paradinha cabe na lei, que os atacantes o façam.
O gol precisa prevalecer. Certamente, as paradinhas e as invenções dos batedores também contribuirão para a evolução técnica dos goleiros.

Jota Assis disse...

Não sou contra a "paradinha" na hora de bater o penalti, acho que todo recurso é válido. O problema maior, como o André apontou, é a falta de hombridade dos atacantes brasileiros, que preferem se jogar dentro da área à chutar para o gol. Isso sim tem que mudar e os "Valdívias da vida" receberem mais punições. Saudades da Eurocopa! O Fernando Torres, ~por exemplo, só caia quando a pancada era forte e/ou acima da linha da cintura!

abraços

Anônimo disse...

Sou contra a paradinha.

Cleber - PequenosGrandesClubes.blogspot.com disse...

sou a favor da paradinha, segunda -feira sem polêmica não vale....
Muito legal esse blog bem interessante, bem feito .
Parabéns!

Arthur Kleiber disse...

Eu acho mt legal a paradinha, pq fica mais bonito, mas é fato que o goleiro fica com ainda menos chances de defender. Para o goleiro chegar na bola sem adiantar, tem que escolher o cato, e com a paradinha fica foda. Além disso, o penalti perdido pelo Atlético MG contra o Palmeiras mostra que a invasão de área fica mais freqüente: Gladstone (escreve assim?) não deixou o atacante do Galo pegar o rebote pq invadiu a área e chegou antes. O juiz deveria mandar voltar a cobrança.