3.1.08

A fé que move montanhas... de dinheiro!

Kaká e a mensagem que já se tornou rotineira em suas comemorações: "Eu pertenço a Jesus"

Não é de hoje que a “Fé” vem encantando grandes craques do nosso futebol. “Solução” para as adversidades da vida, algumas religiões tonam-se marcantes nas vidas de alguns atletas. Claro, também, que muitos utilizam-se delas para auto-promoção, fazendo da fé um argumento de carisma e credibilidade. Outros, talvez, apenas sejam vítimas. Será?

Nesta semana, a Igreja Renascer em Cristo fez questão de divulgar que o jogador do Milan, Kaká, irá expor o seu troféu de melhor do mundo no templo dos bispos Hernandes. No último dia do ano, em uma cerimônia batizada como “Culto da Virada”, Kaká levou o prêmio da Fifa até a sede da igreja em agradecimento a Deus, que teria o ajudado em suas conquistas. “Quero consagrar a Deus e deixar aqui na Igreja. Por isso eu o entrego como primícia na Casa do Senhor”, afirmou o jogador.

Nada impede que o atleta seja crente em um deus e escolha uma religião para representar essa sua fé. Porém, o jogador parece ter escolhido mal ou, no mínimo, escolheu representantes de procedência duvidosa. Só lembrando, o casal Hernandes, líder da Renascer, continua cumprindo pena nos Estados Unidos, por portarem uma quantia de dinheiro não declarada.

Alguns podem dizer: mas o que você tem com isso? O que importa a religião do jogador? Na verdade não me interessa mesmo, quero apenas aproveitar o espaço e discutir até que ponto a fé em Deus e nos esportes é explorada, tanto pelos atletas, quanto pelos pastores e bispos das milhares de entidades espalhadas em cada esquina deste país.

Uma exploração, que em muitos exemplos, é mútua, no qual o jogador ganha um espaço extra na mídia e o pastor, em troca, tem a chance de mostrar aos seus fiéis que graças as contribuições do dízimo uma pessoa pode se tornar bem sucedida, em alguns casos até o melhor do mundo.

Os atletas tem o direito de doar parte de seus vultuosos salários para quem quiserem, mesmo porque o dinheiro é fruto do seu esforço e dedicação ao clube. Mas me pergunto: até que ponto isso influencia o cidadão que luta diariamente para colocar comida na mesa. E o pobre coitado que ganha um salário mínimo e doará o tal do “dízimo bíblico”, acreditando e se espelhando no ídolo que faz o mesmo. Se ele tem “fé” e doou religiosamente, também farei o mesmo e chegarei lá. É o que se perguntam milhares de fiéis, espalhados em algumas indústrias/máquinas religiosas por aí.

Mas tudo bem... segue a vida. Se algumas igrejas exploram atletas para lucrarem, dirigentes também exploram a fé dos torcedores para encherem seus bolsos. E o que interessa mesmo é que todo mundo lucre... essa é a lógica do sistema.

4 comentários:

André Augusto disse...

Credo é uma escolha pessoal. Mas como o Flávio colocou no post, atitudes de "pops" de igrejas podem influenciar outros fiéis, por isso, o comportamento deve ser redobrado. Nem vou expor minha opinião sobre a Renascer, por motvos óbvios.

Felipe Moraes disse...

Se houvesse menos religiosidade e mais fé, o mundo seria muito melhor...


Abraço,
Felipe Leonardo

Anônimo disse...

Sabemos que religião realmente é uma questão de fé , acreditar ou não parted e cada um, agora o que acontece é que pessoas como o Kaká que se dizem com uma fé inabalavél, acabam "fechando" os olhos para tudo o que acontece, para as mansões na qual é depositados o tao sacrado dizimo, pena que com tao pouca idade já tenha "vendido" ou melhor "comprado" a sua parte no céu.. mudar? acho dificil , mas que tenha a conciencia do mundo em que vivemos e doe que seja 1% de sua fortuna pras pessoas que necessitam, e fé é fé..

Feänor disse...

Há séculos que a Igreja é uma das mais bem-sucedidas empresas do mundo...

Como já disse o profeta, "templo é dinheiro"