Fim de temporada brasileira é assim: avaliação dos resultados obtidos durante o ano, (tentativa) de planejamento para a temporada seguinte e tempo de analisar quem se destacou no campeonato nacional. Nesta semana, Placar e CBF/Globo divulgaram seus respectivos premiados do Brasileirão. Com bases muito parecidas, a seleção que eu vou listar aqui seria uma espécie de mix entre as escolhidas nas duas premiações. Vamos aos onze, no tradicional 4-4-2:
Victor (Grêmio) – Mesmo sem boas atuações do sistema defensivo do Grêmio – principalmente fora de casa – o arqueiro gremista sempre aparecia com grandes intervenções. Sua regularidade embaixo da baliza impressiona e pode levá-lo à Copa de 2010, como o terceiro goleiro de Dunga. Sofreu 33 gols em 28 jogos (1,17 por partida).
Jonathan (Cruzeiro) – Muito se falava em Vítor do Goiás e Léo Moura do Flamengo. Contudo, acompanhando a tendência cruzeirense, o ala de 23 anos foi um dos jogadores da equipe de Adílson Batsta que mais evoluiu dentro do Brasileirão, principalmente após a virada do turno. Vitor e Léo foram importantes, mas apresentaram um futebol consistente apenas na reta final do torneio. Em 27 jogos, o lateral celeste fez três gols e deu seis assistências.
Miranda (São Paulo) – Zagueiro técnico, classudo e há tempos, o melhor em atividade no país. Bom na jogada aérea, de boa velocidade contra os atacantes e quando necessário, arrisca boas transições ao ataque. Atuou em 28 partidas.
Rever (Grêmio) – Como Miranda, o zagueiro gremista é especialista no 3-5-2. Mas formaria boa dupla ao lado do sãopaulino em um eventual sistema com dois zagueiros. Ótimo pelo alto – tanto na defesa, quanto no ataque - e sabe usar da força física sem ser truculento como André Dias, parceiro de Miranda e escolhido como melhor zagueiros nos principais prêmios, que na minha visão, estaria melhor nas mãos do gremista na edição 2009. Atuou por 31 vezes e marcou cinco gols.
Kleber (Inter) – Na posição mais carente do futebol brasileiro na atualidade não houve unanimidade. Pelo contrário. Júlio César, do Goiás, que vinha de boas jornadas, acabou caindo bruscamente de produção e até esquentou banco na equipe esmeraldina. Já Kleber não é mais o jogador agudo dos tempos de Santos e Corinthians, mas ainda assim, e um dos melhores da posição no país. O lateral Colorado de oito assistências em 28 partidas acabou brilhando mais no fim.
Guiñazu (Inter) – Fôlego e entrega invejáveis marcaram o argentino, que poderia ter seu esforço coroado com a conquista do título. O palmeirense Pierre seria um rival à altura, mas passou bom tempo machucado. Willians, motorzinho alvinegro e maior ladrão de bolas do campeonato também seria boa pedida. Menos faltoso nas jogadas que o rubro-negro, Guiñazu terminou o campeonato sem um vermelho sequer nas 32 vezes em que esteve em campo, marcando um gol.
Hernanes (São Paulo) – Quando atua como segundo volante, quase sempre vai bem. Talvez o fato de ter que armar o São Paulo a todo momento fez com que o volante de origem não fosse tão unânime nas votações de 2009. Ainda assim, mostrou boa regularidade, externada nas 33 partidas em que defendeu o Tricolor, com seis gols marcados.
Petkovic (Flamengo) – O termômetro da ascensão flamenguista até o título. Maestro nas bolas paradas e passes, os oito gols e cinco assistências foram de suma importância para a equipe de Andrade nos 23 jogos que esteve em campo. Se estivesse em condições físicas para jogar desde o início do certame, com certeza seria candidato a melhor do Brasileirão.
Diego Souza (Palmeiras) – Principal peça do Palmeiras no torneio, Diego Souza também seria candidato natural ao prêmio de melhor do campeonato. Porém, a derrocada dele e do Palmeiras na reta final foi decisiva para que eu não o escolhesse como tal. Ainda assim, é impensável deixar o meia-atacante de fora dessa seleção, já que o camisa 7 atuou bem na maioria dos 34 jogos que fez, com oito gols - entre eles, o mais belo desse Brasileirão, contra o Atlético/MG no Palestra Itália - e seis assistências.
Diego Tardelli (Atlético/MG) – Maior destaque do primeiro turno, o atacante não conseguiu levar o Galo sozinho na metade derradeira do torneio. Ainda assim, manteve a regularidade e o faro de gols que lhe valeram a artilharia – ao lado de Adriano – com 19 gols em 33 partidas (média de 0,58) e a briga por uma das vagas na Seleção de Dunga – também com o Imperador.
Adriano (Flamengo) – De quase “aposentado” a destaque no Brasileirão, Adriano foi manchete em toda a mídia nacional e internacional ao conduzir o Flamengo rumo ao hexa. O futebol força, de oportunismo e técnica limitada, porém eficiente, voltaram e hoje o Imperador herdaria tranquilamente a vaga como atacante do elenco do Brasil para a Copa, à frente de rivais como Ronaldo - de técnica inegável e físico ainda duvidoso – e o "recuperado" Tardelli – de pouca bagagem internacional.
Vale a pena também conferir algumas seleções montadas por outros blogueiros e tirar suas próprias conclusões na escolha dos titulares dos melhores do Brasileirão: Blog do Carlão | Papo de Craque
2 comentários:
A sua seleção é a que mais se parece com a minha. Bem escolhida. Tiraria apenas o Hernanes, que pra mim não jogou tanto nesta temporada e trocaria Miranda por André Dias.
De resto, perfeito.
A Seleção Marcação Cerrada do Campeonato Brasileiro, porém, vai ser eleita pelos leitores do blog a partir da semana que vem. Conto com o voto de vocês.
Não sei se exagerei em colocar o Diego Renan na minha. Acho que o cara joga, e jogou, muito.
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