18.10.09

Inspiração na hora certa

Flamengo, há nove jogos sem perder, bate o Palmeiras com show do sérvio Petkovic: Dedo de Andrade vem sendo essencial para a boa fase.

Quando Cuca deixou o comando do Flamengo, em julho, o Flamengo vivia momento delicado. O empate frente ao Barueri dentro do Maracanã marcava o quarto jogo da equipe rubro-negra sem vitória, derrubando o Flamengo para a parte intermediária da tabela ao final da 13ª rodada do Brasileirão, o que culminou a queda de Cuca. Claramente negociando com outros nomes, como Vágner Mancini, a diretoria do Flamengo convocou novamente o ídolo e até então, tapa-buracos das infindáveis trocas de técnico na Gávea: Andrade assumiria interinamente a equipe no jogo seguinte, contra o Santos. Foi bem, conseguindo quatro vitórias nas seis partidas seguintes e parecia se firmar e dar um padrão ao Fla. O bom período logo foi interrompido bruscamente com uma série de três partidas sem vitória, com nove gols sofridos. O destino de Andrade parecia selado, a exemplo de suas outras passagens pela Gávea como treinador, sempre interino.

Jogadores que não vinham bem, como a esfacelada zaga formada por pratas da casa e a legião de volantes utilizados a cada esquema, um Zé Roberto que caminhava a passos largos para a dispensa e um Petkovic que ainda era uma incógnita – já que aos poucos, ele precisava readquirir ritmo de jogo – passaram a ser solucionados por Andrade, auxiliado pelo comprometimento dos jogadores do elenco, que fecharam com o técnico para que ele não caísse novamente. Da acachapante derrota para o surpreendente Avaí por 3-0 na Ressacada, no fim de agosto, a zaga do Flamengo atingiu a impressionante marca de seis jogos sem tomar gols nas rodadas seguintes. As entradas de Álvaro e Maldonado foram cruciais para tal desempenho, além do retorno de Juan, após longo tempo parado por conta de uma contusão. Léo Moura também vem recuperando o seu jogo habitual.

No ataque, além da boa fase de Adriano – que inclusive, o trouxe de volta à Seleção – o inesperado surgimento do futebol de Zé Roberto chegou na hora certa. Ao lado de um Petkovic cada vez mais agudo e demonstrando a velha classe que o consagrou nos gramados tupiniquins, nem a saída importante do atacante Emerson fez o Flamengo desafinar. A vitória em pleno Palestra Itália frente ao líder Palmeiras marcou o nono jogo sem derrota rubro-negra, o retorno pra valer pela briga pelo G-4 e quiçá, uma ameaça aos que ainda lutam pela taça do Brasileirão, já que o Fla está há apenas seis pontos do líder. Méritos de Andrade, que soube remontar a equipe, principalmente ao adiantar Zé Roberto como segundo atacante. "Sorte” do Flamengo que teve suas principais peças subindo de produção na reta final da competição.

E uma menção especial ao sérvio Petkovic, criticado pela esmagadora maioria da imprensa esportiva quando foi repatriado à Gávea em maio – inclusive pelo blogueiro que escreve este texto – e que deu a resposta jogando o futebol que só um camisa 10 clássico, artigo em falta no Brasil, sabe fazer. Já são seis gols e quatro assistências do sérvio em apenas 16 jogos. A sequência de titularidade do camisa 43 tem relação direta com a sequência de invencibilidade do Flamengo: nove partidas. E a série de felizes coincidências coloca o Flamengo de volta a um campeonato que fica ainda mais emocionante, a oito rodadas do final, para “tristeza” da Globo e dos defensores da volta da fórmula do mata-mata. Mas isso é assunto para um outro post.

3 comentários:

Felipe Brisolla disse...

O aproveitamento dos times que estão na parte de cima da tabela está muito baixo... 3 dos 4 times que estão no G-4 atravessam um mau momento na competição. Justo quando deveriam estar voando!

Armando Teixeira Junior disse...

Sei não esse Andrade...

Concordo que o time assumiu o compromisso e decidiu colaborar mas algo me diz que nem ele sabe exatamente o que fez para o Flamengo entrar nessa boa fase...

O G4 deste ano está no mínimo estranho neste returno...

Blog do Carlão - Futebol é nossa área disse...

Se o Flamengo for campeão, a Globo desiste dessa ideia de playoffs.