20.10.09

Fora da lista

Nem Buffon estava na lista final da France Football

Nesta semana, foram indicados os 30 concorrentes ao tradicional prêmio Ballon D’Or (Bola de Ouro), concedido pela não menos tradicional France Football ao melhor futebolista na Europa, uma espécie de “prévia” da eleição do Melhor do Mundo pela FIFA. O que mais chamou a atenção na lista indicada pela publicação francesa é a ausência de nomes de atletas italianos e alemães. Pelos lados italianos, o fato causou certa preocupação por parte do presidente da Federação Italiana (FIGC), Giancarlo Abete. “Entre os 30 jogadores escolhidos não há nenhum italiano e isso faz a gente refletir”, afirmou. Primeira e terceira colocadas na última Copa do Mundo, Itália e Alemanha se classificaram recentemente e sem muito brilhantismo para o Mundial da África do Sul, mas viram pouca renovação em seus times desde 2006. À época do Logo após o final daquela Copa, a Itália campeã mundial colocou sete nomes na lista (que tinha 50 indicados na época) - inclusive, emplacando o vencedor, Cannavaro -, enquanto os alemães tiveram seis representantes. No ano seguinte, os italianos colocaram oito nomes e os alemães, um. Já em 2008, apenas dois jogadores da Itália e um da Alemanha na lista final.

É fato que a crescente globalização dos campeonatos – visto pelo número de nacionalidades diferentes que recheiam a Bundesliga e o Calcio – contribui para uma gama maior de jogadores. Mas enquanto países tradicionais continuam revelando novos talentos que acabam vingando no mundo da bola – tais como Brasil, Argentina, França, Holanda e Inglaterra, por exemplo – Itália e Alemanha parecem ter estacionado no tempo. Ambas possuem bons nomes surgindo em suas seleções de base, mas que ainda não se firmaram nos principais torneios europeus. O caso da Alemanha é ainda é mais emblemático, já que os germânicos são os atuais campeões europeus sub-21 e sub-17 – só não levantando a taça pelo sub-19.

De volta à Azzurra, o técnico Marcello Lippi parece apostar todas as suas fichas na base da geração campeã de 2006, como escrevi aqui à época da precoce eliminação da Copa das Confederações. A tetracampeã Inter é uma equipe formada por esmagadora maioria de estrangeiros, enquanto a base do Wolfsburg – atual campeão alemão – é formada por bósnios e brasileiros, deixando quase que exclusivamente a aposta na maioria dos principais nomes do futebol local para o Bayern de Munique, que não é tão hegemônico quanto em outras épocas.

Sem dúvidas, são seleções que pesam muito dentro de campo numa Copa do Mundo e já demonstraram que podem vencer jogos da competição apenas pela tradição e respeito que impõem. Mas a pouca renovação e a queda de rendimento de seus melhores nomes durante os últimos anos nas respectivas seleções parece um alerta, externado nessa lista da France Football – que, aliás, coincidiu seu vencedor com o do prêmio da FIFA nos últimos três anos.

Indicados ao Ballor D'Or 2009:

Andrei Arshavin (Rússia, Arsenal)
Karim Benzema (França, Lyon/Real Madrid)
Iker Casillas (Espanha, Real Madrid)
Cristiano Ronaldo (Portugal, Manchester United/Real Madrid)
Diego (Brasil, Werder Bremen/Juventus)
Didier Drogba (Costa do Marfim, Chelsea)
Edin Dzeko (Bósnia, Wolfsburg)
Samuel Eto'o (Camarões, Barcelona/Inter)
Cesc Fabregas (Espanha, Arsenal)
Fernando Torres (Espanha, Liverpool)
Diego Forlán (Uruguai, Atlético de Madrid)
Steven Gerrard (Inglaterra, Liverpool)
Ryan Giggs (País de Gales, Manchester United)
Yoann Gourcuff (França, Bordeaux)
Thierry Henry (França, Barcelona)
Zlatan Ibrahimovic (Suécia, Inter/Barcelona)
Iniesta (Espanha, Barcelona)
Julio Cesar (Brasil, Inter)
Kaká (Brasil, Milan/Real Madrid)
Frank Lampard (Inglaterra, Chelsea)
Maicon (Brasil/Inter)
Lionel Messi (Argentina, Barcelona)
Luis Fabiano (Brasil, Sevilla)
Franck Ribéry (França, Bayern de Munique)
Wayne Rooney (Inglaterra, Manchester United)
John Terry (Inglaterra, Chelsea)
Nemanja Vidic (Sérvia, Manchester United)
David Villa (Espanha, Valencia)
Xavi (Espanha, Barcelona)
Yaya Touré (Costa do Marfim, Barcelona)

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