3.4.07

O rugido (ou miado) derradeiro!

Chega ao fim o trabalho de Leão no Corinthians. O técnico permaneceu 7 meses no cargo, onde salvou a equipe do rebaixamento no brasileirão, mas fez uma das piores campanhas do alvinegro no Paulistão dos últimos anos.

A era Leão chegou ao fim nesta terça-feira. E qual o legado que o polêmico técnico deixa o Timão? Um time em frangalhos, psico e tecnicamente. Mas discordo quando o elegem como "o grande vilão" da equipe alvinegra. A ingerência administrativa na qual o Corinthians está mergulhado colaborou decisivamente para o fraco desempenho de Leão e seus pupilos no Paulistão. Mas Leão tem sim uma boa parcela de culpa nesse episódio. Sua política de "caça as estrelas" (vide os casos Tevez, Mascherano e Carlos Alberto) começaram por minar a imagem do treinador dentro do clube. Aliado a isso, há o episódio das perseguições a árbitros, jornalistas e até mesmo torcedores. Além de arrogante, os jornalistas acusavam a falta de um padrão tático na equipe. A formação do elenco de 2007 prova isso, já que a equipe começou com oito atacantes no plantéo e terminou com o excesso de volantes (nove). Enquanto isso, nas laterais, Leão indicou a contratação de dois jogadores desconhecidos - Wellington e Tamandaré sendo que o primeiro estava retornando de uma contusão - ao invés de jogadores tarimbados, como o lateral-esquerdo Triguinho, do São Caetano, o qual se mostrava uma bela opção para o setor, que perdeu César e Gustavo Nery. Isso sem contar o longo "caso Nilmar"e as brigas com a MSI, "parceira" da equipe.

Com a debandada dos atacantes e dos laterais, Leão começou uma fase de experimentação no elenco. Mesmo precisando vencer, Leão colocava volantes e mais volantes no time (só no jogo contra o Santos, foram cinco), deixando-o extremamente defensivo e sem armação alguma.

A indisciplina e o nervosismo dos jogadores também prejudicaram o desempenho da equipe em campo. Foram quase 40 expulsões que fizeram com que o time perdesse pontos preciosos, nos jogos contra o Paulista e o Santos, por exemplo.

Não havia mais clima para a permanência de Leão, que se demitiu hoje do cargo com um cartel de 46 jogos, com 22 vitórias, 13 empates e 11 derrotas (um aproveitamento de 57,2%). O bom percentual foi conquistado principalmente pela campanha de recuperação do Timão no Brasileirão de 2006, onde o técnico foi uma das principais figuras da equipe para salvá-la do rebaixamento. De unanimidade ao coro de "fora Leão". O técnico sai sem deixar saudades em muitos setores do clube e da torcida.

Só que a saída de Leão acarretará outro problema: quem será seu sucessor? Autuori, do Cruzeiro, Luxemburgo do Santos e até mesmo Abel Braga rejeitaram assumir o barril de pólvora que se tornou o Corinthians, onde tantos jogadores almejavam jogar um dia e que hoje é motivo de chacota de muitos setores da imprensa e de outros torcedores. Onde jogadores preferem ir para Rússia ou outro lugar de pouca expressão futebolística. Onde reina o caos, em todos os segmentos. O rugido final de Leão no Timão soou como um miado, de um gato muito acuado, mas que tem culpa por essa perseguição contra ele.

3 comentários:

Diego Moretto disse...

Cara, sou São Paulino, mas visto por alto,acho que vai ser uma graça o Leão sair do cargo....nos últimos jogos o Corinthias tava decaindo pra caramba....uma pena (ou não, hehhe).

Anônimo disse...

hehhee
Leão é uma figura... Já era de se esperar que isso tudo fosse acontecer... Só não esperava que fosse demorar tanto!!

Felipe Moraes disse...

Leão demorou para sair da equipe do Corinthians. Além de uma contestável forma de comandar o time, acrescente a isso uma diretoria totalmente irresponsável e distante da realidade do clube.
Está armada a crise no Parque São Jorge. E não é de hoje que as coisas se mostram feias por lá.

Talvez por isso nenhum técnico, que geralmente sonha em treinar a equipe, se ofereceu de braços abertos para acolher o machucado e desacreditado time do Corinthians.

Um Abraço,
Felipe Leonardo