20.4.07

União que faz a força

Um ar de surpresa tomou conta do mundo do futebol. Na decisão da sede da Eurocopa 2012, relaizada em Cardiff, País de Gales, venceu a candidatura conjunta de Polônia e Ucrânia, a frente da tradicional Itália e de outra candidatura conjunta, entre Croácia e Hungria. Mas a surpresa não foi a vitória de dois países-sede, e sim o fato da representatividade que eles têm dentro da UEFA não levava a crer que venceriam a tradicional e tetra-campeã mundial Itália. Podemos considerar esa escolha como o marco inicial da adminstração Platini à frente da UEFA. Como já foi comentado neste espaço, Michel Platini teve como uma de suas plataformas de candidatura dar mais representatividade as federações menores. O questionamento em toda a Europa é sobre a infra-estrutura dos dois países, que ainda estão sob processo de crescimento e afirmação após o fim da União Soviética, em 1991.

Mesmo com todos os problemas, poloneses e ucranianos conseguiram obter oito votos, o dobro dos italianos, o que mostra a influencia de Platini nos bastidores. Além disso, os problemas recentes na Itália, como o Calciocaos e a morte do policial Filippo Raciti, por conta da violência nos estádios italianos, contribuiram para a escolha.

As candidaturas conjuntas estão cada vez mais comuns no mundo do futebol. A primeira experiência do tipo aconteceu em 2000, quando Holanda e Bélgica sediaram a Eurocopa. O sucesso inicial animou os organizadores da Copa de 2002, sediada por Japão e Coréia do Sul. A mania pegou e a próxima Euro vai acontecer na Áustria e na Suiça, em 2008.

Independente das articulações nos bastidores, os investimentos proporcionados pela realização de uma Eurocopa são visíveis. Sendo a Euro considerada a terceira maior competição esportiva do mundo (atrás apenas das Olimpíadas e da Copa do Mundo), as melhorias em diversos serviços dentro dos dois países, tais como comunicações, transporte e estádios, arregalam os olhos de governantes e cartolas. “Dentro de cinco anos construiremos um novo país e não teremos uma oportunidade melhor do que esta”, afirma o presidente da federação ucraniana, Grygoriy Surkis. Como exemplo disso, podemos usar Portugal, que sediou a competição em 2004. Os principais estádios do país foram reformados, o incentivo ao futebol cresceu e houve uma grande mobilização de todo o país, o que contribuiu para o sucesso do torneio, vencido pelos gregos.

Sedes da Euro 2012: A última Eurocopa realizada no Leste Europeu aconteceu em 1976, na ex-Iugoslávia.

As sedes para a Euro 2012 estão definidas: Gdansk, Poznan, Chorzow, Varsóvia e Wroclaw, na Polônia, enquanto Dnipropetrovsk, Donetsk, Kiev, Odessa e Lviv sediarão os jogos na Ucrânia. O Estádio Nacional de Varsóvia receberá a abertura do torneio e a final da Euro será no Estádio Olímpico, em Kiev. Tratam-se de países sem tanta tradição dentro do futebol (a Polônia conseguiu um terceiro lugar na Copa de 1982 e a Ucrânia chegou às quartas de final em sua primeira Copa, em 2006) tentando provar que são capazes de sediar um grande torneio como a Eurocopa - uma Copa do Mundo sem Brasil e Argentina - como muitos dizem. Como afirmou a ministra Italiana dos Esportes, após perder a disputa pela Euro: "é a comunidade européia crescendo". E quem sabe uma candidatura como essa pode incentivar ainda mais a realização de uma Copa no Mundo no Brasil, que também é uma nação com diversos problemas sociais e de estrutura, mas que está no hall dos países emergentes.

Um comentário:

Anônimo disse...

Antes de qlqr coisa eu sou fanatico por futebol e vou entrar direto aki,acho q nessas decisoes rola um belo jogo de poder, influencias e outras coisas que deveriam estar fora do mundo do futebol