22.5.10

A precisão da Inter de Mourinho

José Mourinho: maior responsável por deixar a Inter novamente no topo da Europa

Após 45 longos anos longe da “Orelhuda”, a Inter sente, novamente, o gosto de estar no topo da Europa. Além do retorno à Milão – desta vez, para os lados de Appiano Gentile -, a conquista da Champions League consagra o técnico José Mourinho. A exemplo do Porto em 2003/04 – e guardadas as devidas proporções – ele foi campeão sem contratar grandes estrelas. E foi de precisão cirúrgica quando escolheu jogadores “mais baratos” como Sneijder (o dono do meio-campo ao lado do eficiente Cambiasso), Thiago Motta (fora da final por suspensão) e principalmente, Lúcio, Milito e Eto’o – depois Pandev, na janela de transferências de inverno, em janeiro.

Enquanto o habilidoso meia holandês custou 15 milhões de euros, Milito e Thiago Motta tiveram seus preços barateados, já que a Inter envolveu outros jogadores pouco aproveitados no negócio (cerca de 24 milhões de euros). Já Eto’o e Pandev não custaram nada ao cofres nerazzurri o camaronês veio na negociação de Ibrahimovic, com mais 20 milhões de euros do Barcelona e o atacante macedônio conseguiu passe livre – enquanto Lúcio veio por apenas 7 milhões de euros, já que havia sido descartado no Bayern de Van Gaal. Trabalhando com o pouco capital disponível para contratações - considerando o padrão de uma equipe grande como a Inter -, Mourinho conseguiu montar uma equipe consolidada e eficiente.

Muitos questionam a Inter como uma antítese ao futebol bonito do Barcelona. Mas a Inter de Mourinho – que provavelmente rumará ao Real Madrid – é vencedora e um time consistente, eficiente e prático. Além dos resultados (tríplice coroa com o scudetto, Coppa Italia e Champions), Mourinho conseguiu parar Barcelona e Chelsea com vitórias respeitáveis – o primeiro jogo contra os catalães, em Milão, mostrou isso. Além disso, o mão do técnico é vista no comprometimento de todos seus atletas em campo, em especial a Eto’o, que, por vezes, vira praticamente um meia, fugindo totalmente de suas características. E esse papel do camaronês foi um dos pilares dos campeões, ao lado e jogadores como Júlio César, Maicon, Lúcio, Cambiasso, Sneijder e Il Principe” Diego Milito.

Longe de ter a moral que tem na Inter em sua seleção, o argentino fez uma temporada fantástica no Calcio. Vice-artilheiro do italiano (22 gols e 30 na temporada, em 48 partidas), Milito cresceu nas decisões: fez os gols do título do campeonato nacional (contra o Siena), da Coppa (contra a Roma) e da Champions (diante do Bayern). Resta saber se Maradona ignorará o ótimo momento do artilheiro, que merece a vaga no comando de ataque da albiceleste, mesmo com Higuaín também em boa fase no Real.

Na final propriamente dita, Mourinho anulou a principal peça do Bayern: Arjen Robben não lembrou os jogos decisivos contra a Fiorentina, Manchester United e Lyon, onde decidiu a sorte dos confrontos. Sem Ribéry, suspenso, o Bayern de Van Gaal se tornou previsível. Mesmo com a bola nos pés a maior parte do tempo (66%, contra 34 da Inter), a equipe parecia “travada”. Schweinsteiger, teoricamente um meia mais criativo, pouco se apresentou ao jogo. Ponto para Mourinho, que fez com que o time marcasse no campo de defesa bávaro, forçando o erro. Além de contar com Milito numa jornada inspiradíssima.

O futuro do técnico português é incerto, já que as especulações o levam para o Real Madrid. Uma grande perda para a Inter, que não terá vida fácil para achar um técnico à altura dele neste momento – e que caia como uma luva ao elenco. Contudo, com todos os questionamentos que possam existir ao estilo implantado por Mourinho, a Inter foi campeã europeia com todos os méritos. A eficiência também merece premiação e elogios, o que sobrou ao time nerazzurri.

2 comentários:

Net Esportes disse...

Grande Mourinho, grande técnico que sabe muito bem armar o time, principalmente no jogo contra o Barça, ali ele ganhou o título .....

Arthur Kleiber disse...

A Inter fez um grande campeonato e mereceu o título, apesar do futebol do contra-ataque. O que só reforçou as ideias do Dunga em relação ao futebol que a nossa seleção deve apresentar na África.
Quanto ao Milito, jogou muito mesmo, mas não sei se ele necessariamente deve ser o titular na Copa, já que Maradona tem hj um problema que não temos: muitos excelentes atacantes, e em boa fase: tirando Palermo, há Messi, Milito, Higuain, Tevez e Aguero. Nada mal