9.5.10

Campeonato Brasileiro 2010 - Parte II

Atlético-PR
Sonhando com o passado

O Furacão inicia o Brasileirão de 2010 como o único representante paranaense, já que o rival Coritiba foi rebaixado na edição passada. Mas esse parece ser o único motivo de comemoração dos torcedores. A equipe demorou a engrenar no Estadual e ficou com o vice. Os duelos contra o Palmeiras pela Copa do Brasil mostraram que o elenco é limitado, muito dependente do veterano Paulo Baier. Os próprios atletas admitem a necessidade de reforços. A única lembrança com o time campeão nacional em 2001 é a presença do veterano Alex Mineiro.

O elenco pouco mudou em relação à temporada passada, fato que por si só já demonstra que o desempenho da equipe não será muito diferente. O veterano Paulo Baier continua sendo a fonte de inspiração atleticana - se ele não estiver bem ou for bem marcado, restam poucas alternativas. A bola parada é uma das principais armas atleticanas, seja com os cruzamentos de Baier ou os pênaltis com paradinha de Alan Bahia. No comando está o inexperiente Leandro Niehues, jovem treinador vindo do J. Malucelli, atual Corinthians Paranaense.

Clube Atlético Paranaense
Status: Zona da Sul-Americana
Melhor participação: campeão em 2001
Em 2009: 14º lugar (48 pontos)
Time base: 3-5-2: Neto, Manoel, Rhodolfo e Leandro; Wagner Diniz (Raul), Alan Bahia, Valencia, Paulo Baier (Netinho) e Márcio Azevedo; Alex Mineiro e Marcelo. Técnico: Leandro Niehues
Destaque: Apesar dos 35 anos, o experiente Paulo Baier continua sendo um dos principais jogadores do Atlético-PR. Ostenta ainda a marca de maior goleador da era dos pontos corridos do Brasileirão, com 77 gols. É o cérebro do time e é perigoso com a bola parada.
Olho nele: Netinho, de 26 anos, é um meia armador com chute preciso e bom nos cruzamentos. Ainda não se firmou na equipe titular, mas é o encarregado pela criatividade da aquipe quando Paulo Baier não faz essa função.
Pontos Fortes: A bola parada é o principal trunfo atleticano. O elenco é praticamente o mesmo do ano passado, o que pelo menos garante o entrosamento. A experiência de jogadores como Paulo Baier, Alex Mineiro e Alan Bahia podem ajudar. Neto não é nenhum craque, mas passa segurança no gol.
Pontos Fracos: Tem um elenco fraco e pequeno, e tratando-se de um campeonato longo como o Brasileiro, isso pode pesar. É muito dependente de Paulo Baier. O ataque, apesar do veterano Alex Mineiro, não impõe medo nos adversários.


Avaí
Repetir a campanha

Até voltar a disputar a Série A no ano passado, o Avaí era conhecido mesmo apenas como o time do tenista e ídolo Gustavo Kuerten, torcedor avaiano fanático. A excelente campanha do ano passado, porém, mostrou que o clube catarinense é muito mais que isso. Depois de amargar a lanterna da competição, deu uma arrancada impressionante no segundo turno, após a chegada de Silas, e terminou em um supreendente 6º lugar, melhor colocação de uma equipe catarinense da história.

O problema é que os destaques da equipe já não estão mais na cidade de Florianóppolis. Silas foi para o Grêmio, Marquinhos para o Santos, Muriqui para o Atlético -MG e o goleiro Eduardo Martini para a Ponte Preta. A diretoria não ficou parada e trouxe o experiente Péricles Chamusca para o cargo de treinador. Este remontou o elenco e, aos poucos, deu consistência ao novo time, que acabou conquistando o bicampeonato regional. É difícil imaginar que o Avaí possa ir tão longe como em 2009. Com o elenco inchado, a diretoria deve dispensar alguns jogadoresm, a pedido de Chamusca, para a disputa do Brasileiro.

Avaí Futebol Clube
Status: Zona da Sul-Americana
Melhor participação: 6º lugar em 2009
Em 2009: 6º lugar (57 pontos)
Time base: 3-6-1: Zé Carlos; Rafael, Emerson Nunes e Émerson; Uendel, Marcinho Guerreiro, Rudnei (Batista), Rodrigo Thiesen, Davi (Laércio) e Leonardo (Sávio); Roberto (Vandinho). Técnico: Péricles Chamusca
Destaque: Apesar de não ser o mesmo de antes, o atacante Sávio é a estrela do time, mesmo não sendo titular absoluto. Depois de quase 13 anos longe do país (teve curta passagem pelo Flamengo em 2006), volta a disputar o Brasileiro.
Olho nele: Volante de 23 anos, Rodrigo Thiesen chegou sem chamar a atenção e foi ganhando seu espaço. Bom na marcação, simples e objetivo, sabe sair jogando e é daqueles que não desistem fácil.
Pontos Fortes: Jogadores rodados como Sávio, Dinélson (ex-Corinthians) e Fredson (ex-São Paulo) chegaram e deram sustentação ao esquema do treinador. Vandinho, de volta ao clube, é goleador.
Pontos Fracos: A base da equipe que surpreendeu no ano passado deixou a Ressacada. Chamusca teve que remontar a equipe, o que pode levar tempo - desnecessário lembrar que a conquista do estadual não é parâmetro para nacional.


Grêmio
No caminho do Tri

A chegada de Silas no começo do ano foi vista com desconfiança devido a pouca experiência a frente de grandes clubes, mas o jovem treinador mostrou que a campanha com o Avaí na temporada passada não foi fruto do acaso. Conseguiu fazer uma boa mescla entre os experientes reforços - Borges, Douglas, Hugo, Leandro, Rodrigo, entre outros, com os pratas da casa, como os jovens Adílson, Neuton e Maylson. É um grupo forte, que tem tudo para chegar nas últimas rodadas brigando pela taça.

A campanha nesses primeiros cinco meses mostram isso. Uma campanha impecável no Gauchão e na copa do Brasil evidenciam a boa fase tricolor. Se a diretoria conseguiur manter o excelente goleiro Victor no Olímpico será um grande passo para o Grêmio estar na rota do título. Douglas é o maestro que cadencia e distribui as jogadas ofensivas, concluídas pela dupla que anda em estado de graça. Borges tem média de quase um gol por partida, e Jonas não fica muito atrás. Por ser uma competição longa, talvez mais alguns reforços poderiam chegar, para manter o ritmo na eventualidade de lesões e suspensões.

Grêmio Foot Ball Porto Alegrense
Status: Favorito ao título
Melhor participação: campeão em 1981 e 1996
Em 2009: 8º lugar (55 pontos)
Time base: 4-4-2: Victor; Mário Fernandes (Joilson), Ozeia, Rodrigo (Rafael Marques) e Fábio Santos; Fábio Rochemback, Adilson, Hugo (Leandro) e Douglas; Jonas e Borges. Técnico: Silas
Destaque: Douglas deixou o Corinthians no ano passado e o Timão afundou. Menos de 6 meses depois, foi repatriado pelo Grêmio, e já é o cérebro da equipe. Meia clássico, como poucos no Brasil, deixou para trás a fama de "sonolento" e dita o ritmo da equipe.
Olho nele: Mithyuê tem 21 anos e já defendeu a seleção brasileira: de futsal. Chegou a ser inclusive eleito como o sucessor de Falcão. E assim como esse, se aventurou para o futebol de campo. Rápido, habilidoso, foi escolhido o melhor jogador do Brasileiro Sub-20 do ano passado. Tem tudo para explodir no profissional.
Pontos Fortes: Jonas e Borges se entrosaram e formam uma das melhores duplas de ataque do país. O aproveitamento jogando no Olímpico é altíssimo. Douglas está numa boa fase e a equipe sabe explorar as laterais do campo.
Pontos fracos: Do mesmo jeito que vai bem em seus domínios, nao rende fora de casa - em 2009, de 19 jogos, venceu apenas 1, contra o Náutico. Um aproveitamento pífio como esse certamente tira o Grêmio da luta pelo título. O sistema defensivo ainda precisa de alguns ajustes para garantir esses pontos longe do Olímpico.


Internacional
Temporada passada serve como lição

O elenco do Inter certamente é um dos melhores do país. Dentro de campo, porém, a equipe não vem correspondendo. Passou dificuldades no Gauchão e foi derrotado pelo Grêmio categoricamente, apesar da vitória na última partida. Tem atuado muito bem no primeiro tempo e, sem nenhuma explicação aparente, caindo muito de rendimento na etapa final. O uruguaio Fossati está balançando no cargo, e o desempenho na Libertadores será fundamental para a sua permanência. Especula-se até uma rixa por causa dos muitos estrangeiros na equipe, tanto jogadores quanto da comissão tpecnica.

Por causa do torneio continental, não deve entrar 100% no Brasileiro, podendo perder pontos valiosos, como ficou mais que evidente no vice-campeonato do ano passado. Uma eliminação na Libertadores pode estragar o ambiente colorado, levando ao êxodo de alguns jogadores - D'Alessandro, por exemplo, já deu mostras que gostaria de voltar para a Argentina. Por conta desses problemas e do futebol apresentado até agora, pode não apenas ficar longe do título como até da Libertadores do ano que vem.

Sport Club Internacional
Status: Favorito ao título
Melhor participação: campeão em 1975, 1976 e 1979
Em 2009: 2º lugar (65 pontos)
Time base: 4-4-2: Abbondanzieri; Nei, Bolívar, Sorondo e Kleber; Sandro, Guiñazu, Andrezinho (Giuliano) e D’Alessandro; Walter e Alecsandro. Técnico: Jorge Fossati
Destaque: Quando consegue controlar o temperamento forte e se concentrar em jogar bola, o argentino D'Alessandro faz a diferença. Habilidoso, raçudo, corre por todo o campo para colocar os atacantes na cara do gol.
Olho nele: O jovem Walter teve alguns problemas no início do ano, chegando inclusive a sumir e querer sair. Colocou a cabeça no lugar e recuperou seu espaço, ganhando a titularidade enfrentando pesada concorrência. Tem grande potencial para brilhar.
Pontos Fortes: Tem um elenco grande e de qualidade, em todos os setores. É um time rápido e criativo. Fossati pode escolher a melhor formação de acordo com o adversário.
Pontos Fracos: A briga de egos é grande no Beira-Rio. Há divisão entre brasileiros e argentinos, muitos jogadores com altos salários, insatisfação dos garotos, problemas de preparo físico. Problemas extra-campo que custam caro.

2 comentários:

Jogo Aberto disse...

muito bom o TEXTO

Anônimo disse...
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