30.11.09

Lua de mel em Stamford Bridge

Líder da Premier League cinco pontos à frente do tricampeão Manchester United, classificado antecipadamente à fase mata-mata da Champions League com o primeiro lugar do Grupo D garantido. Em 22 jogos oficiais, apenas duas derrotas, um empate e 19 vitórias, construídas através de 52 gols marcados e apenas 12 sofridos. Esse é o avassalador Chelsea comandado pelo italiano Carlo Ancelotti, que apesar de sua passagem vitoriosa no Milan, saiu desgastado da Itália principalmente pelas últimas duas temporadas, onde a equipe rossoneri fez campanhas aquém de seu histórico tanto na Itália, quanto na Europa.

Porém, o Chelsea de Ancelotti não joga um futebol bonito como o do Barcelona, nem tem uma constelação à sua disposição como o Real Madrid. A base da equipe é a mesma que, nas últimas temporadas, bate na trave na disputa continental e que tenta deter a hegemonia nacional dos Red Devils. Ao chegar à Stamford Bridge em junho, os Blues não fizeram nenhuma contratação bombástica. Contudo, os jogadores que Ancelotti têm a disposição se encaixam com perfeição à proposta de jogo do treinador italiano: um time compacto, que primeiro defende para depois atacar em bloco, vindo de trás, coisa que ele não conseguiu implantar em seus últimos anos de Milan, dada a alta faixa etária de sua equipe, que dificultava esse tipo de esquema.

No Chelsea, o técnico achou uma zaga segura e entrosada – Terry e Carvalho, com boas opções de banco como Alex e Ivanovic – um lateral agudo (Cole), meio campistas que, se não são brilhantes, sabem se utilizar da posse de bola para alimentar o forte ataque dos Blues, composto por Anelka e Drogba, com este último, reencontrando o futebol que o consagrou antes das contusões e trocas de técnico. O bom momento do camisa 11 é visível com a liderança na artilharia da liga nacional, com 11 gols - ao lado de Defoe, do Tottenham. Ainda na Premier League, a equipe abre confortável vantagem de cinco pontos sobre o Manchester United com méritos. Nesta primeira parte da liga, venceu a todos seus concorrentes diretos – Liverpool (2-0), Man. United (1-0) e Arsenal (3-0) – com propriedade. No dérbi londrino do último domingo contra o Arsenal em pleno Emirates Stadium, a equipe foi bem postada por Ancelotti e segurou o ímpeto do jovem elenco comandado por Arsène Wenger, que apesar de jogar bem e bonito, peca pela instabilidade. Principalmente nos clássicos. Com Drogba jogando o fino da bola, o Arsenal foi imobilizado em casa.

Ancelotti e Chelsea parecem feitos um para o outro nesse momento. "Meu objetivo é permanecer no cargo por bastante tempo. Tudo que posso fazer é manter o clube feliz com meu trabalho, ou seja, mantê-lo no topo da Premier League e ir bem na Liga dos Campeões. Conseguindo isso, meu emprego está garantido por mais tempo", declarou, inspirado na longevidade de ícones ingleses no banco de reservas como Ferguson, Wenger e até mesmo com o recente sucesso de Rafa Benítez, que atualmente está na berlinda em Anfield Road.

A prova de fogo para o Chelsea - e o futebol inglês em geral - é a Copa Africana de Nações, que acontece no início de 2010, em Angola. Os Blues devem perder duas peças importantes em seu elenco – Drogba e Essien – além do atacante reserva Kalou. Ainda assim e transbordando confiança, o italiano disse que o Chelsea não precisará se reforçar em janeiro, salvo em caso de contusão no elenco. Tal declaração mostra a confiança e o bom momento que ele atravessa em seu início de trabalho, algo que passava longe do desesperado e pragmático time do Milan, dependente excessivamente do brilho de Kaká. Ancelotti tem Drogba brilhando na linha de frente, mas o marfinense está muito bem assessorado por Lampard, Essien, Terry, Cech. E neste momento, sobra na Inglaterra.

2 comentários:

Blog do Carlão - Futebol é nossa área disse...

Se tem um time que pode parar o Barça na Champions, a meu ver, é o Chelsea.

Vinicius Grissi disse...

Neste momento, é o grande time da Europa ao lado do Barcelona. Rapidamente, Ancellotti (que eu não gosto) conseguiu encontrar uma boa maneira de jogar e de encaixar suas melhores peças.

É um time muito seguro na defesa e perigosíssimo no ataque.

Se continuar desse jeito, é o único capaz de segurar o Barcelona na Europa.