15.11.09

Favoritos em campo

Enquanto seleções tradicionais em Copas do Mundo penaram para vencer suas partidas pelo placar mínimo na repescagem das Eliminatórias – caso de França e Uruguai – dois clássicos do futebol mundial aconteceram neste sábado. Neles, estavam as três seleções que considero como as maiores candidatas a erguer a taça desta próxima Copa: Brasil, Espanha e Inglaterra, nesta ordem. Em meio a testes e desfalques, Brasil e Inglaterra fizeram um jogo movimentado, em que a seleção canarinho acabou com vantagem diante dos ingleses, que estavam sem diversos jogadores-chave como as consagradas duplas Ferdinand-Terry e Gerrard-Lampard, espinha dorsal da equipe de Fabio Capello. Aliás, o italiano assumiu um English Team abatido pela não-classificação à fase final da Eurocopa 2008 e conseguiu padronizar e compactar a equipe, que garantiu sua vaga na África do Sul sem maiores problemas. Os maiores problemas, que possui inúmeras opções na defesa e no meio campo, são a falta de um goleiro confiável e um parceiro regular para Rooney no ataque.

Já o Brasil, do outrora contestado Dunga, deixou mais uma seleção tradicional pelo caminho, a exemplo do que já havia feito com Argentina, Uruguai, Itália e agora, a Inglaterra. Mesmo não apresentando um futebol brilhante, a Seleção foi eficiente e em certos instantes do jogo, até acuou uma desentrosada Inglaterra. Michel Bastos se mostrou uma opção interessante na ala esquerda, enquanto Nilmar marcou seu quinto gol nos últimos quatro jogos. O rápido e arisco jogador do Villarreal joga futebol de titular, mas ao que tudo indica, Dunga não abrirá mão de Robinho quando este estiver recuperado de contusão. No entanto, acho que é nítido que o melhor parceiro de ataque para Luís Fabiano neste momento é Nilmar. Um banco cairia bem ao jogador do Manchester City, que não joga futebol há um bom tempo.

A Espanha, por vezes, mostra um futebol mais plástico que o Brasil. Tem bons jogadores em quase todas as posições. No amistoso contra a Argentina, disputado no Estádio Vicente Calderón, em Madri, a Espanha impôs seu melhor momento e seu maior volume de jogo. Na análise do periódico El País, “com seu estilo inegociável, o conjunto de [Vicente] Del Bosque superou uma confusa e pálida Argentina”. O magro 2-1 não refletiu o domínio espanhol frente a albiceleste que tentava impor na raça as deficiências técnicas da equipe comandadas por Maradona, principalmente na defesa e na armação de jogadas ao seu poderoso ataque. Com 61% de posse de bola e sete chutes ao gol – contra apenas um da Argentina – a Fúria faz mais uma vítima. Mesmo como atual campeã européia, ainda paira sobre os espanhóis a fama de “amarelar” nas competições – a derrota para os estadunidenses na Copa das Confederações reacendeu a discussão. Ainda assim, é imprudente ignorar uma equipe que, na média, vem atuando bem há pelo menos dois anos.

Na opinião de Capello, que já havia enfrentado e perdido para a Espanha em fevereiro de 2009 por 2-0, o Brasil é uma seleção mais equilibrada: "É a primeira vez que enfrentamos uma equipe tão forte fisicamente, tão rápida e tecnicamente tão boa. O estilo é muito diferente do da Espanha. A Espanha é realmente boa tecnicamente, passam muito bem a bola, mas não são tão fortes e não defende tão bem", declarou após a derrota ante o Brasil.

Claro que é imprudente ignorar Argentina, Itália, Alemanha e até mesmo a Holanda, de bom time mas muito pouco badalada. A Copa do Mundo mostrou que por vezes, só o peso da camisa tem grande participação em conquistas. Contudo, se tivesse que apostar em favoritos atualmente, não titubearia em escolher Brasil, Espanha e Inglaterra.

Um comentário:

Vinicius Grissi disse...

De fato, hoje, o Brasil é o grande favorito para a Copa. Dunga deu padrão ao time, tem os jogadores nas mãos e parece ter peças suficientes para montar um baita time dentro das características que quer.

O teste, no entanto, valeu muito pouco. A Inglaterra com todos os seus titulares, com certeza, faria um jogo duríssimo para o Brasil.