27.5.09

Sí, se puede/Sí, es pot

Barcelona conquista a Champions e mostra que é possível aliar jogo bonito e bons resultados no futebol atual.

Uma atuação impecável diante de um Manchester United apático, que se tornou presa fácil para o futebol bonito do Barcelona. Quem acompanhou a partida no Estádio Olímpico de Roma pode testemunhar a vitória do futebol bem jogado, em sua plenitude. Mesmo com todas as dificuldades em armar a defesa em meio aos desfalques por contusão e suspensão, Guardiola não alterou a forma exuberante de seu time jogar, ao contrário do que fez Ferguson. O domínio do meio-campo por parte do Barcelona, que tem como uma de suas principais armas a posse de bola, permitiu aos catalães dominarem a partida quase que por completo. A liberdade dada para Xavi e Iniesta foi decisiva, já que cada um deu uma assistência para gol.

Além da ousadia de Pep Guardiola em montar um Barcelona desse quilate em sua temporada de estréia como técnico, o Barcelona entrou em campo nesta final com sete jogadores formados em suas canteras: Valdés, Puyol, Piqué, Busquets, Xavi, Iniesta e Messi, além do próprio Guardiola. Ao contrário do que fazem os rivais do Real Madrid, que gastam fortunas em jogadores badalados em seu projeto "Galático". E pra quem acha que o sangue novo na comissão técnica não fez a diferença, pouco dos jogadores contratados em 2008/09 fizeram parte da base da equipe, como Dani Alves, Keita e Piqué e a “limpa” nos medalhões do elenco das últimas temporadas como Ronaldinho, Deco, Zambrotta e Edmilson. Praticamente aboliu as tediosas concentrações pré-jogo e fez com que os jogadores passassem mais tempo juntos durantes os treinamentos, o que solidificou o grupo. Jogadores que estavam cotados para sair, como Henry e Eto’o recuperaram a alegria de jogar e formaram o fantástico ataque dos 153 gols, ao lado de Messi.

Ao conquistar o título mais cobiçado dos clubes europeus, o Barcelona dá uma lição de que não é preciso armar uma equipe com três volantes ou três atacantes para que ela seja defensiva ou ofensiva, mas que é preciso adaptar as preferências táticas dos treinadores com a montagem do elenco e explorar da melhor forma as características individuais dos jogadores à disposição. E justiça seja feita, apesar de entrar com a formação errada nesta final, Ferguson também desenvolve com muita eficiência tais preceitos. E jogando bem, sempre objetivamente.

Com a "Tríplice Coroa" conquistada pelo Barcelona, os blaugranas se ratificam como o time a ser batido – a vitória na final quebrou uma sequência de 25 jogos sem derrotas na Champions dos Red Devils. E outro jogador coroa uma temporada fantástica, a exemplo do Cristiano Ronaldo em 2007/08e Kaká em 2006/07: Lionel Messi, 38 gols na temporada a artilheiro desta Champions com nove gols. Além da volta do bom futebol do decisivo Eto’o – que também fez um dos gols da decisão em 2005/06 contra o Arsenal - e Henry, menções honrosas para Iniesta, decisivo contra o Chelsea, e Xavi, eleito o melhor em campo na decisão com grande justiça. Base do meio campo da Fúria, vivem grande momento técnico. Do meio pra frente, o Barcelona é quase perfeito. E provou que é possível vencer jogando bem e principalmente com aplicação tática e a entrega dos jogadores em campo. Sim, se pode! Em português, espanhol, catalão...

Um comentário:

Persio Presotto disse...

o barcelona atual é pra lá de sensacional. uma equipe pra inglês ver, aplaudir e aprender como se joga futebol! Abs, PP