7.5.09

Brasileirão 2009 - Parte 2

Flamengo
Santo de casa faz milagre?

Parece rotina. O Flamengo, motivado pela conquista do Carioca, inicia a briga pelo título do Brasileirão, mas geralmente perde o fôlego. Ou seja, toda vez que a hegemonia estadual é colocada à prova em uma competição nacional, o tricampeão derrapa.

Para acabar com essa “síndrome” a diretoria rubro-negra repatriou um antigo jogador revelado em suas categorias de base: Adriano. Em baixa, o Imperador tentará, mais uma vez, recuperar o seu bom futebol atuando no Brasil. Se aprender como utilizar melhor o seu cérebro, não restam dúvidas de que, em forma, será um ótimo reforço.

Afinal, o elenco que Cuca tem em mãos não é dos piores. Experientes meias (Kléberson e Ibson), ótimos alas (Leo Moura e Juan)... Problema maior será suprir a ausência do capitão Fábio Luciano, que decidiu aposentar-se. No setor ofensivo também há a expectativa de novidades, já que ninguém convence. Adriano salvação? Para mim, não.

Status: Zona da Libertadores
Melhor participação: 4 vezes campeão (1980, 1982, 1983 e 1992)
Em 2008: 5º colocado (64 pontos)
Time-base (3-5-1-1): Bruno; Wellinton (Everton Silva), Aírton e Ronaldo Angelim; Leonardo Moura, Willians (Toró), Kléberson, Ibson e Juan; Zé Roberto; Émerson (Josiel). Técnico: Cuca.
Destaque: O constante apoio dos alas Leonardo Moura e Juan é uma das chaves para o Fla realizar uma boa competição. Ambos tem um joo muito consistente e uma saída de bola primorosa. Não à toa, também fazem às vezes de meia, quando necessário.
Olho nele! Erick Flores é visto como a maior promessa da Gávea. Com 19 anos recém completados, o meio-campista deve atuar mais avançado, como ponta-de-lança.
Gringo da vez: Gonzalo Fierro, meia chileno e Maxi Biancucchi, atacante argentino
Pontos Fortes: Conta com boas jogadas pelas laterais; o meio-campo é habilidoso e cria muitos lances de perigo; jogadas de bola parada são mortais.
Pontos Fracos: A defesa sentirá a ausência do líder Fábio Luciano; com exceção de Émerson, ninguém no ataque tem correspondido; Bruno e Ibson são muito inconstantes.

Botafogo
Otimismo alvinegro meio amarelado

Eliminado precocemente na Copa do Brasil, o Botafogo dependia de apenas uma simples vitória para sagrar-se campeão estadual salvar o semestre. Só que o triunfo não veio, a oportunidade de assegurar o caneco foi adiada e o clube foi vice. De novo.

Semestre péssimo? Nem tanto. Para um time que, após a saída de inúmeros atletas, teve de remontar seu elenco quase que por completo, até que as coisas não foram tão mal. Todavia, o time de Ney Franco ainda necessita de mais reforços, sobretudo no setor defensivo, nas alas e na armação.

A concretização da venda de Maicosuel para a Europa, estrela do time até o momento, só iria alarmar a situação. Sem ele, os alvinegros dependerão ainda mais das bolas paradas de Juninho e dos momentos de genialidade da dupla Simões – Reinaldo. Pouco. Realmente não dá para entender por que a diretoria botafoguense está tão otimista...

Status: Zona da Sul-Americana
Melhor participação: Campeão em 1995
Em 2008: 7º colocado (53 pontos)
Time-base (3-4-1-2): Renan; Leandro Guerreiro, Juninho e Émerson; Alessandro, Fahel, Leo Silva (Túlio de Souza) e Thiaguinho; Maicosuel; Victor Simões e Reinaldo. Técnico: Ney Franco.
Destaque: Em campo, Maicosuel e Victor Simões revezam-se constantemente em suas funções. Quando um recua, o outro vira o segundo atacante. Velocistas, armam e concluem a maioria das jogadas alvinegras.
Olho nele! Promovido das categorias de base neste ano, o lateral-esquerdo Gabriel chama a atenção por seu poderio ofensivo. Em 11 jogos, já marcou 1 gol.
Gringo da vez: O goleiro Castillo, uruguaio.
Pontos Fortes: Entrosamento do habilidoso trio de ataque; Alessandro e Thiaguinho criam boas jogadas pelas alas; faltas cobradas por Juninho sempre representam perigo.
Pontos Fracos: A zaga não passa confiança; os volantes têm pouca qualidade para sair jogando; o elenco é demasiadamente inconstante, não tem peças de reposição

Fluminense
Hora de abandonar a “Fredependência”

O primeiro semestre não foi fácil para o Fluminense. Afinal, o futebol apresentado pelo Tricolor foi aquém do esperado. Não à toa, a equipe ficou fora das finais estaduais, além de ter se complicado em partidas teoricamente fáceis (leia-se Águia de Marabá).

Explicações? Conca, peça-chave do elenco, está numa fase horrorosa. Alguns reforços como Diguinho e Leandro Amaral, lesionaram-se. Leandro, uma das principais contratações do primeiro semestre, não correspondeu às expectativas e se desligou do clube. Leandro Domingues idem. Razões para o fracasso não faltam...

Agora, a missão de Parreira é fazer com que a equipe das Laranjeiras encontre entrosamento o mais rápido possível e deixe de depender dos lampejos de craque de Fred e Thiago Neves, que só fica até junho. Alguns reforços ainda podem chegar, como o lateral Diogo (Corinthians) ou o meia Bida (Vitória). É o suficiente?

Status: Zona da Sul-Americana
Melhor participação: Campeão em 1984
Em 2008: 14º colocado (45 pontos)
Time-base (4-4-2): Fernando Henrique; Eduardo Ratinho (Mariano), Luiz Alberto, Edcarlos e João Paulo; Diguinho, Maurício (Wellington Monteiro) Thiago Neves e Conca; Fred e Everton Santos (Maicon). Técnico: Carlos Alberto Perreira.
Destaque: A contratação de Fred caiu como uma luva no ataque do Flu. Oportunista, já marcou 5 gols em 7 partidas. Além dele, o desempenho de Thiago Neves também é crucial à equipe. Afinal, quando Neves está mal, a bola sequer chega ao ataque.
Olho nele! A saída de Júnior César e as más apresentações de Leandro abriram espaço para o jovem João Paulo. Com 18 anos, já briga pela titularidade absoluta.
Gringo da vez: O meia Conca, argentino
Pontos Fortes: Conca, Fred e Neves têm talento para desequilibrar; jogadas de bola parada são letais; Maicon, Tartá e Alan são bons e devem crescer durante o torneio.
Pontos Fracos: A zaga não é confiável; os laterais são muito novos e oscilam em demasia; o time depende muito da individualidade de alguns atletas.

Sport
Ser ou não ser favorito, eis a questão

Após ser tetracampeão Pernambuco, o Sport tornou-se ainda mais hegemônico no Estado. Mas, diferentemente dos outros anos, a boa campanha realizada na Copa Libertadores mostrou que o Leão não é uma mera força regional.

A façanha de terminar na liderança do grupo da morte deu moral para a equipe de Nelsinho Baptista. Além da famosa pressão exercida nos jogos da Ilha do Retiro, a equipe nordestina surpreendeu com sua disciplina tática e sua capacidade em dar fluência ao jogo. Não à toa, perdeu em apenas duas oportunidades nesta temporada.

Infelizmente, o time não está acostumado a jogar em pé de igualdade contra adversários mais tradicionais. Nas derrotas para o Palmeiras, a postura acovardada dos rubro-negros não justificou o rótulo que carregam como uma grande equipe. Talvez, com a chegada de reforços, principalmente nas alas e no ataque, esse panorama poderia ser modificado.

Status: Zona da Libertadores
Melhor participação: Campeão em 1987
Em 2008: 11º colocado (52 pontos)
Time-base (3-5-2): Magrão; Igor, César e Durval; Moacir, Daniel Paulista, Hamilton (Andrade), Paulo Baier e Dutra; Ciro (Wilson) e Vandinho. Técnico: Nelsinho Baptista
Destaque: A segurança e a liderança que o goleiro Magrão exerce sobre o time é algo incomparável. Certamente é um dos melhores de sua posição na atualidade. Também experiente, cabe a Paulo Baier o papel de grande cérebro na armação rubro-negra.
Olho nele! Ciro é a grande revelação do país desta temporada. Autor de 15 gols no ano, foi um dos destaques na campanha realizada no Brasileiro Sub-20 de 2008.
Gringo da vez: Não tem
Pontos Fortes: Tem meio-campistas que realizam bons chutes de média distância e cruzamentos; Magrão atravessa ótima fase; o time é muito entrosado.
Pontos Fracos: A defesa é um pouco lenta; sente a ausência de um lateral-direito de ofício; apresenta falhas de marcação na cobertura dos alas.

Náutico
Situação de aflito nos Aflitos

A atual fase do Náutico não é das melhores. Se não bastasse o fato de ver seu principal oponente mostrar uma hegemonia cada vez maior em Pernambuco, ainda há a vexatória eliminação na Copa do Brasil, após uma derrota de 3 a 0 nos Aflitos.

Para piorar, vários atletas contratados no primeiro semestre não deram certo e foram dispensados, tais como o atacante Somália, o lateral Carlinhos e o volante Nunes. Apesar de carente em opções nas alas e no meio-campo, trouxe apenas uma novidade para a competição: o lateral-esquerdo Badé, ex-Chapecoense.

Pelo jeito, o treinador Waldemar de Lemos terá muito trabalho pela frente para fazer com que o Timbu permaneça na elite nacional. Certamente, a maior esperança dos alvirrubros está nos pés do oportunista Gilmar, autor de 19 gols na temporada. Ao lado de Carlinhos Bala, agora recuado como meia, ele é a grande estrela do time.

Status: Zona do Rebaixamento
Melhor participação: 6º colocado em 1984
Em 2008: 16º colocado (44 pontos)
Time-base (3-4-1-2): Eduardo; Asprilla, Gladstone e Negretti; Galiardo (Sidny), Vágner Silva, Derley e Wellington (Johnny); Carlinhos Bala; Adriano Magrão e Gilmar. Técnico: Waldemar de Lemos.
Destaques: Gilmar é um avante “fuçador” que compensa a falta de força física com muita técnica e bom posicionamento. Já Carlinhos Bala, bem mais rodado que o companheiro, deverá ajudá-lo vindo com a bola carregada de trás, aramando o Timbu.
Olho nele! Vice-artilheiro do Campeonato Brasileiro de Juniores de 2008, Anderson Lessa representa a esperança de renovação nos Aflitos. Marcou 5 gols no Estadual.
Gringo da vez: O chileno Daniel Gonzáles, meia
Pontos Fortes: O oportunismo do artilheiro Gilmar; Galiardo e Derley aparecem como boas opções vindas de trás; tem um excepcional aproveitamento quando atua em casa.
Pontos Fracos: O time tem muitos jogadores de qualidade duvidosa; Carlinhos Bala alterna muito entre bons e maus momentos; a zaga é muito estabanada, falha demais.

Um comentário:

Persio Presotto disse...

O sport me agrada. Mas sempre fica em posição intermediaria. O Botafogo, um mistério. Flu, dependerá, e muito, do Fred. E o Flá, poderá depender do Adriano se ele fizer por onde. Abs, PP