19.5.09

Além dos gramados

POR SHEILA MOREIRA - Coletivo: http://coletivosheila.blogspot.com/

No último domingo, o Esporte Espetacular mostrou uma reportagem muito interessante sobre boxe, uma vez que a falta de fiscalização e investimentos agrava a cada dia a situação de descaso em que o esporte se encontra. Longe de ser a preferência nacional, o boxe está nas mãos de empresários e patrocinadores que pouco se importam com as condições físicas dos atletas. Na maioria das vezes, os esportistas são obrigados a conciliar o pugilismo com outra atividade remunerada para que possam se sustentar. Péssimas condições de treino, má alimentação e muito trabalho fazem parte da rotina dos “anônimos” boxeadores.

A reportagem denunciou o fato de muitos atletas desrespeitarem o período de afastamento estipulado pela Confederação Brasileira de Boxe (CBB) após derrota por nocaute. Segundo o regulamento, o pugilista deve ficar sem treinar e lutar com luvas por, no mínimo, sessenta dias (Cap XXIII – Artigo 133 – 1 Nocaute), período necessário para a recuperação de possíveis lesões no cérebro afastando o risco de morte no ringue.



No entanto, a norma não é respeitada e muitos boxeadores voltam a competir pouco tempo (as vezes apenas trinta dias) após o nocaute. Alguns deles colecionam uma carreira de derrotas e, mesmo assim, não param de lutar. Um bom exemplo é do pugilista José Cláudio da Silva que não vence há 12 anos e já desrespeitou duas vezes o período de afastamento. A situação decorre da ausência de inspeção, já que a CBB permite a criação de pequenas ligas de boxe, mas não dá conta de supervisioná-las. O ministro dos esportes, Orlando Silva, em entrevista ao Globo Esporte de segunda-feira, reconheceu a gravidade da denúncia e prometeu não só analisar a questão, mas também solucioná-la o mais rápido possível.

Mesmo no futebol, para o qual atenções estão sempre voltadas, as categorias de base passam por dificuldades financeiras e organizacionais. Porém, é preciso também estar atento as demais modalidades esportivas.


Um comentário:

Gerson Sicca disse...

Pô André, pra piorar o boxe é praticado quase sempre por pessoas pobres em academias sem estrutura. Aí fica feia a coisa.