Nelsinho, Mano e Adílson: em comum, invencibilidade em 2009 e "longevidade" em seus respectivos cargos.
O Cruzeiro* (17J, 12V/5E – 47GP e 11GS) começou a temporada arrasador. Com ótimo desempenho na Libertadores – onde praticamente está classificado, salvo um desastre – acabou caindo de rendimento nos últimos jogos, onde sofreu para vencer o fraco Universitário de Sucre e amargou três empates consecutivos no Campeonato Mineiro – nos quais marcou um gol apenas – vendo o rival Atlético/MG terminar na primeira colocação da fase classificatória, mesmo com a ótima vitória por 7-0 diante do Democrata. Mesmo com a esdrúxula fórmula do campeonato – onde se classificam oito dos doze participantes às quartas – numa provável final diante do Galo, o rival teria a vantagem de dois resultados iguais. A falta de opções confiáveis nas laterais e algumas contusões podaram a equipe de Adílson Batista fazer valer sua superioridade técnica no certame mineiro. Destaques para as diversas opções de ataque, principalmente Wellington Paulista e Kléber. É um time que mais maturado e com alguns reforços precisos, pode começar o Brasileirão com boas chances, além de pintar como um dos favoritos à Libertadores na fase decisiva.
Mais surpreendente ainda é o Sport* (19J, 17V/2E – 46GP e 11 GS). Soberano no Pernambucano e na Libertadores, conseguiu emplacar duas séries de vitórias consecutivas em 2009 – de oito jogos, quebrada em fevereiro e de nove, quebrada nesta semana com o empate em casa diante do Ypiranga. Tem a possibilidade de conquistar o Pernambucano com folgas – venceu o primeiro turno e lidera o segundo com três pontos à frente do Santa Cruz – e de classificar antecipadamente para a fase decisiva da Libertadores, inclusive podendo eliminar seu principal adversário de chave jogando na Ilha: o desesperado Palmeiras, derrotado nas duas primeiras rodadas da competição continental. Nelsinho acerta a mão na mistura de jogadores rodados, tais como Magrão, Dutra, Durval e Paulo Baier, aos novos talentos, como o goleador Ciro. Equipe compacta e versátil, ainda ganhou o reforço do arisco Vandinho, que pode fazer boa dupla com Ciro. O Leão, ao lado do Inter e do próprio Cruzeiro, vem mostrando o futebol mais constante do país até aqui, no que diz respeito a técnica e ao plano de jogo elaborados por Nelsinho Baptista.
O caso mais curioso é o do Corinthians* (18J, 11V/7E – 35GP e 14GS). A disparidade no ataque - no comparativo com Cruzeiro e Sport - deve-se ao fato de muitas incertezas e contusões. Souza não vem dando certo, Jorge Henrique, Otacílio Neto e Dentinho revezam-se entre o banco, suspensões e contusões, enquanto Ronaldo volta ao futebol competitivo aos poucos. Mesmo fora de forma, o Fenômeno já marcou quatro tentos em cinco partidas, se igualando na vice-artilharia da equipe ao lado de Otacílio Neto e Jorge Henrique, utilizados desde o início desta temporada. Muito longe dos 100%, o Timão vai criando a "Ronaldodependência", um pouco prematura por conta da condição física do atacante. Invicto em 2009, o Corinthians ainda não está classificado às semifinais do Paulistão, onde apenas três pontos separam a equipe de Mano da zona de classificação, sendo que os principais rivais pelas três vagas restantes possuem três (São Paulo e Portuguesa) e quatro derrotas no campeonato (Santos). O excesso de empates aponta uma clara irregularidade do time, que sente a falta de um elenco mais qualificado diante das diversas contusões ocorridas até aqui. Pontos positivos para o meio-campo versátil formado por Cristian e Elias - responsáveis por suprir a inconstância de Douglas em 2009 – o lateral/ala André Santos, voltando à boa forma de 2008, as bolas paradas de Chicão e o ótimo retorno de Ronaldo, pelo menos até aqui. Mas a consistência mostrada na Série B e a serie invicta em casa - são oito meses sem derrota - serão postas à prova diante de adversários mais qualificados, tanto no Brasileirão quanto no afunilamento da Copa do Brasil.
Mesmo com equipes de trajetórias distintas entre si em 2008, um ponto a ser destacado entre os três times invictos até aqui é a longevidade de seus treinadores. Todos estão há mais de um ano no cargo – assumiram seus cargos em dezembro de 2007. Uma mentalidade que comprovadamente deu certo com Abel Braga no Inter campeão da Libertadores e do Mundial em 2006 e de Muricy Ramalho no São Paulo tricampeão nacional e que, aos poucos, mostra que é a fórmula mais acertada para se montar uma base vencedora.
*Na temporada 2009
Há pouco menos de dois meses do início do Campeonato Brasileiro, vemos os diversos desempenhos dos 20 clubes da Série A nos estaduais com algumas disparidades. Não há nenhuma equipe incontestavelmente melhor que a outra. Cinco equipes permanecem invictas nos Estaduais – Cruzeiro, Inter, Sport, Corinthians e Palmeiras – mas apenas três delas – Corinthians Cruzeiro e Sport – caminham invictas em 2009. No entanto, tal invencibilidade não é exatamente sinônimo de um futebol vistoso e imponente. Por vezes, é até o contrário.
O Cruzeiro* (17J, 12V/5E – 47GP e 11GS) começou a temporada arrasador. Com ótimo desempenho na Libertadores – onde praticamente está classificado, salvo um desastre – acabou caindo de rendimento nos últimos jogos, onde sofreu para vencer o fraco Universitário de Sucre e amargou três empates consecutivos no Campeonato Mineiro – nos quais marcou um gol apenas – vendo o rival Atlético/MG terminar na primeira colocação da fase classificatória, mesmo com a ótima vitória por 7-0 diante do Democrata. Mesmo com a esdrúxula fórmula do campeonato – onde se classificam oito dos doze participantes às quartas – numa provável final diante do Galo, o rival teria a vantagem de dois resultados iguais. A falta de opções confiáveis nas laterais e algumas contusões podaram a equipe de Adílson Batista fazer valer sua superioridade técnica no certame mineiro. Destaques para as diversas opções de ataque, principalmente Wellington Paulista e Kléber. É um time que mais maturado e com alguns reforços precisos, pode começar o Brasileirão com boas chances, além de pintar como um dos favoritos à Libertadores na fase decisiva.
Mais surpreendente ainda é o Sport* (19J, 17V/2E – 46GP e 11 GS). Soberano no Pernambucano e na Libertadores, conseguiu emplacar duas séries de vitórias consecutivas em 2009 – de oito jogos, quebrada em fevereiro e de nove, quebrada nesta semana com o empate em casa diante do Ypiranga. Tem a possibilidade de conquistar o Pernambucano com folgas – venceu o primeiro turno e lidera o segundo com três pontos à frente do Santa Cruz – e de classificar antecipadamente para a fase decisiva da Libertadores, inclusive podendo eliminar seu principal adversário de chave jogando na Ilha: o desesperado Palmeiras, derrotado nas duas primeiras rodadas da competição continental. Nelsinho acerta a mão na mistura de jogadores rodados, tais como Magrão, Dutra, Durval e Paulo Baier, aos novos talentos, como o goleador Ciro. Equipe compacta e versátil, ainda ganhou o reforço do arisco Vandinho, que pode fazer boa dupla com Ciro. O Leão, ao lado do Inter e do próprio Cruzeiro, vem mostrando o futebol mais constante do país até aqui, no que diz respeito a técnica e ao plano de jogo elaborados por Nelsinho Baptista.
O caso mais curioso é o do Corinthians* (18J, 11V/7E – 35GP e 14GS). A disparidade no ataque - no comparativo com Cruzeiro e Sport - deve-se ao fato de muitas incertezas e contusões. Souza não vem dando certo, Jorge Henrique, Otacílio Neto e Dentinho revezam-se entre o banco, suspensões e contusões, enquanto Ronaldo volta ao futebol competitivo aos poucos. Mesmo fora de forma, o Fenômeno já marcou quatro tentos em cinco partidas, se igualando na vice-artilharia da equipe ao lado de Otacílio Neto e Jorge Henrique, utilizados desde o início desta temporada. Muito longe dos 100%, o Timão vai criando a "Ronaldodependência", um pouco prematura por conta da condição física do atacante. Invicto em 2009, o Corinthians ainda não está classificado às semifinais do Paulistão, onde apenas três pontos separam a equipe de Mano da zona de classificação, sendo que os principais rivais pelas três vagas restantes possuem três (São Paulo e Portuguesa) e quatro derrotas no campeonato (Santos). O excesso de empates aponta uma clara irregularidade do time, que sente a falta de um elenco mais qualificado diante das diversas contusões ocorridas até aqui. Pontos positivos para o meio-campo versátil formado por Cristian e Elias - responsáveis por suprir a inconstância de Douglas em 2009 – o lateral/ala André Santos, voltando à boa forma de 2008, as bolas paradas de Chicão e o ótimo retorno de Ronaldo, pelo menos até aqui. Mas a consistência mostrada na Série B e a serie invicta em casa - são oito meses sem derrota - serão postas à prova diante de adversários mais qualificados, tanto no Brasileirão quanto no afunilamento da Copa do Brasil.
Mesmo com equipes de trajetórias distintas entre si em 2008, um ponto a ser destacado entre os três times invictos até aqui é a longevidade de seus treinadores. Todos estão há mais de um ano no cargo – assumiram seus cargos em dezembro de 2007. Uma mentalidade que comprovadamente deu certo com Abel Braga no Inter campeão da Libertadores e do Mundial em 2006 e de Muricy Ramalho no São Paulo tricampeão nacional e que, aos poucos, mostra que é a fórmula mais acertada para se montar uma base vencedora.
*Na temporada 2009
3 comentários:
A campanha que o Sport vem fazendo é surpreendente. Por mais que o Campeonato Pernambcano não seja lá aquelas coisas, ganhar 4 turnos em 5 disputados, não é para qualquer um.
Quanto aos outros dois é simples. O Corinthians pode não apresentar em campo um futebol tão bonito, mas o Mano é um técnico de respeito.
Diferentemente do Cruzeiro, que joga um futebol vistoso, mas tem o Adílson no banco, um técnico ainda muito fraco para comandar equipes grandes.
Verdade. Mais uma prova de que manter o treinador é a receita do sucesso.
Só uma observação: nas laterais do Cruzeiro, Adilson está bem servido. Jonathan tem sido um dos mais regulares do time, pela direita. E na esquerda, o técnico deu muito azar com as contusões de Fernandinho (que só volta no fim do ano) e Sorín (que vai ficar 3 semanas fora).
Bem observado, André. Por tudo que você apresentou aí no post, não precisa nem discutir a importância da manutenção dos técnicos em seus cargos por um período mais extenso. Infelizmente, a maioria dos clubes brasileiros só focam resultados imediatos, deixando de lado planejamento e conquistas de médio a longo prazo. Muricy, que faz um trabalho impecável no São Paulo, e os três grandes técnicos citados aí servem de exemplo. Além do Sir. Alex Ferguson, um dos maiores exemplos de longevidade no cargo de treinador.
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