5.6.08

Euro 2008 – Grupo B

Na opinião da maioria dos especialistas, o grupo mais fácil desta edição da Eurocopa. Revitalizada pela boa campanha realizada na Copa do Mundo e classificada para o torneio sem maiores dificuldades, a Alemanha assume o posto de favorita a liderança da chave. No entanto, a briga promete ser dura contra a boa Croácia, de jovens valores, que desbancou a poderosa Inglaterra na luta pela fase final da Euro. Apesar do sentido desfalque de Eduardo da Silva, a equipe conta com novos talentos, mesclados a experiência de jogadores do porte de Klasnic, Robert e Niko Kovac, Srna e Simic. Todos muito bem treinados por Slaven Bilic. A experiente Polônia – de Roger Guerreiro, brazuca naturalizado polonês – corre por fora e promete ser o fiel da balança deste grupo. Já a anfitriã Áustria tenta se reafirmar novamente no cenário do futebol europeu, já que não disputa uma comeptição de grande porte em 1998.

Áustria
Só juntos poderemos vencer!


Além da grande oportunidade de sediar a Euro, a Áustria tem a chance de ensaiar um retorno ao cenário europeu. Nunca havia participado de uma fase final de Eurocopa, apesar de ter sete Copas do Mundo no currículo. Mas a tarefa do técnico Josef Hickersberger será árdua. Com poucos jogadores conhecidos a nível europeu, certamente ele tentará empolgar o time usando o fator casa. O zagueiro Sebastian Prödl, quarto lugar com a Áustria sub-20 no último mundial da categoria, pode alcançar algum destaque. Ao lado de Prödl, o Wunderteam conta com alguns jogadores tarimbados, como o goleiro Manninger, o zagueiro Pogatetz e o atacante Roland Linz, com boas passagens pelo futebol português. Ainda no elenco, está o experiente meia Ivica Vastic, único remanescente do grupo austríaco que foi à Copa do Mundo de 1998. Com 38 anos, o veterano meia - que marcou um gol naquela Copa, no empate de 1-1 com o Chile - pode contribuir ao elenco com sua experiência em grandes competições. Mas na prática, a Áustria tem grandes chances de ser o grande saco de pancadas da Eurocopa.

O time: Goleiros: Alexander Manninger (Siena/ITA), Jürgen Macho (AEK/GRE) e Ramazan Öczan (Hoffenheim/ALE) Zagueiros: György Garics (Napoli/ITA), Ronald Gercaliu (Austria Viena/AUT), Martin Hiden (Austria Kärnten/AUT), Markus Katzer (Rapid Viena/AUT), Jürgen Patocka (Rapid Viena/AUT), Emanuel Pogatetz (Middlesbrough/ING), Sebastian Prödl (Sturm Graz/AUT), Martin Stranzl (Spartak Moscou/RUS). Meias: René Aufhauser (Salzburg/AUT), Christian Fuchs (Mattersburg/AUT), Martin Harnik (Werder Bremen/ALE), Andreas Ivanschitz (Panathinaikos/GRE), Ümit Korkmaz (Rapid Viena/AUT), Christoph Leitgeb (Salzburg/AUT), Jürgen Säumel (Sturm Graz/AUT), Joachim Standfest (Austria Viena/AUT), Ivica Vastic (Linz/AUT). Atacantes: Erwin Hoffer (Rapid Viena/AUT), Roman Kienast (HamKam/NOR), Roland Linz (Sporting Braga/POR).
Técnico: Josef Hickersberger

Na história: Estréia em fases finais da Eurocopa
Ele é o cara! O atacante Roland Linz, transferido na última temporada para o Braga. Fez bom papel na Copa da UEFA, com cinco gols anotados. Tem boa presença de área
Olho Nele! Revelação do último mundial sub-20, Prödl é o jovem titular da zaga austríaca. De olho no potencial dele, o Werder Bremen tratou de contratá-lo para a próxima temporada.
Pontos Fortes: Em um time de poucos destaques, o fator casa pode ajudar.
Pontos Fracos: Falta consistência ao grupo. A Áustria passou o mais de um ano - entre o fim de 2006 e o início de 2008 - sem ganhar um amistoso sequer, o que mostra a ineficácia como equipe.

Croácia
Com os torcedores até o topo da Europa

Um time em franca evolução. É como podemos definir a Croácia após a chegada de Slaven Bilic, em julho de 2006. O fiasco na Copa – quando perdeu a vaga na segunda fase para a Austrália – fez com que a juventude de Bilic (apenas 37 anos) investisse na juventude croata. Mesmo com a ausência de Eduardo, o técnico aposta muitas fichas em jovens como o zagueiro/ala Vedran Corluka, Ivan Rakitic e principalmente, em Luka Modric. O meia, de apenas 22 anos, foi contratado pelo Tottenham por vultuosos 21 milhões de euros. É o grande maestro da equipe. Além dele, também conta com velhos conhecidos dos campos europeus tais como Dario Simic, Robert e Niko Kovac, Niko Kranjcar, Ivica Olic e Ivan Klasnic, que dão o equilíbrio necessário a equipe. Depois de desbancar a Inglaterra nas eliminatórias, a Croácia pode surpreender e chegar longe, pois muitos consideram esta geração a melhor desde a Copa de 1998, quando os croatas atingiram o terceiro posto.

O time: Goleiros: Stipe Pletikosa (Spartak Moscou/RUS), Vedran Runje (Lens/FRA) e Mario Galinovic (Panathinaikos/GRE). Defensores: Vedran Corluka (Manchester City/ING), Dario Simic (Milan/ITA), Robert Kovac (Borussia Dortmund/ALE) e Josip Simunic (Hertha Berlim/ALE)Dario Knezevic (Livorno/ITA), Hrvoje Vejic (Tom Tomsk/RUS). Meias: Danijel Pranjic (Heerenveen/HOL), Darijo Srna (Shakhtar Donetsk/UCR), Niko Kovac (Salzburg/AUT), Luka Modric (Tottenham/ING), Niko Kranjcar (Portsmouth/ING), Jerko Leko (Monaco/FRA), Ivan Rakitic (Schalke 04/ALE), Ognjen Vukojevic (Dinamo Zagreb/CRO) e Nikola Pokrivac (Monaco/FRA). Atacantes: Mladen Petric (Borussia Dortmund/ALE), Ivica Olic (Hamburgo/ALE), Ivan Klasnic (Werder Bremen/ALE), Igor Budan (Parma/ITA)e Nikola Kalinic (Hajduk Split/CRO)
Técnico: Slaven Bilic

Na história: Quartas-de-final, em 1996
Ele é o Cara! Toda a Europa está de olho em Luka Modric. Vendido a preço de ouro para o Tottenham, o meia é a grande esperança de Bilic. Caindo pela direita, podemos esperar boas investidas e bolas preciosas aos experientes atacantes croatas. originadas por este habilidoso meia.
Olho Nele: Se tiver oportunidades de atuar, o jovem Ivan Rakitic pode aparecer bem na Euro. Já encara com naturalidade a titularidade no Schalke, com apenas 20 anos. E tem tudo para formar, no futuro, ótimo meio campo com Modric.
Pontos Positivos: Vem crescendo de produção nos últimos anos. Desde o início da fragmentação da Iugoslávia, em 1991, é a seleção mais forte e tradicional dos Balcãs. Tem um meio-campo forte e uma defesa balanceada.
Pontos Negativos: A perda de Eduardo da Silva certamente será sentida na equipe. Sem ele, Bilic conta com nomes que não são um poço de confiança. O melhor atacante do elenco, Klasnic, voltou recentemente ao futebol após um transplante e ainda está sem total ritmo de jogo. Por isso, ainda não é o titular da equipe.

Alemanha
Alemanha - uma equipe - um objetivo

Boa parte da base da Copa 2006 está no time dirigido pelo sucessor e pupilo de Jürgen Klinsmann, Joachim Löw. Após o surpreendente terceiro lugar na Copa, a Alemanha aposta as fichas na dupla Ballack-Klose. O primeiro chega de um bom final de temporada, onde foi um dos responsáveis pela ascensão do Chelsea até as finais da Premier League e da Champions League. Já Klose é a esperança de gols da equipe. Clamando por uma renovação no gols da Nationalmannschaft, Löw aposta suas fichas no experiente Lehmann, que atravessa fase ruim e se transferiu ao Atuttgart, devido a falta de oportunidades no Arsenal, seu ex-clube. As boas investidas do lateral Lahm e a cadência de jogadores do porte de Frings e Schweinsteiger são outras boas qualidades da seleção alemã. Já a zaga é forte, boa na bola aérea, porém muito lenta, o que pode complicar o time quando receber investidas de jogadores como os jovens velocistas da Croácia.

De qualquer forma e pela tradição, é a favorita pela primeira vaga às quartas. Mas com a Croácia mordendo nos calcanhares. E no mata-mata, amigos, a Alemanha cresce. E pode novamente chegar ao topo da Europa, ratificando sua condição de grande equipe do futebol europeu.

O time: Goleiros: Jens Lehmann (Arsenal/ING), René Adler (Bayer Leverkusen/ALE) e Robert Enke (Hannover/ALE). Defensores: Philipp Lahm (Bayern de Munique/ALE)Marcell Jansen (Bayern de Munique/ALE),Clemens Fritz (Werder Bremen/ALE),Per Mertesacker (Werder Bremen/ALE), Heiko Westermann (Schalke 04/ALE), Christoph Metzelder (Real Madrid/ESP) e Arne Friedrich (Hertha Berlim/ALE). Meias: Bastian Schweinsteiger (Bayern de Munique/ALE), Torsten Frings (Werder Bremen/ALE), Tim Borowski (Werder Bremen/ALE), Michael Ballack (Chelsea/ING), Thomas Hitzlsperger (Stuttgart/ALE), Piotr Trochowski (Hamburgo/ALE), Simon Rolfes (Bayer Leverkusen/ALE). Atacantes: Miroslav Klose (Bayern de Munique/ALE), David Odonkor (Bétis/ESP), Lukas Podolski (Bayern de Munique/ALE), Mario Gómez (Stuttgart/ALE), Kevin Kuranyi (Schalke 04/ALE)e Oliver Neuville (Borussia Mönchengladbach/ALE).
Técnico: Joachim Löw

Na história: Tricampeã (1972, 1980 e 1996).
Ele é o Cara! Depois de um período de certo “ostracismo” no Chelsea, Michael Ballack parece ter reencontrado o bom futebol dos tempos de Bayern e seleção. Foi uma das peças-chave para a arrancada do Chelsea nesta temporada. È o grande líder e termômetro da equipe.
Olho Nele: Vice-artilheiro da última Bundesliga com 19 gols, Mario Gómez, 22, promete fazer uma dupla de frente letal com o experiente Klose.
Pontos Positivos: A base da Copa está mantida e o entrosamento pode ser um trunfo a favor da equipe. Aliada a ele, o surgimento de bons valores como Adler, Rolfes e Gómez, promete aumentar o poder de fogo do time.
Pontos Negativos: Uma zaga lenta na bola rasteira, o que pode favorecer jogadas rápidas, como tabelas e lançamentos, principalmente nas costas de Lahm, que apóia bastante o ataque. Além disso, o veterano goleiro Lehmann passa por péssima fase e não deveria estar como titular.

Polônia
Porque só o desporto e a diversão contam

Talvez a Polônia esteja um pouco mais na boca dos brasileiros por conta da convocação do lateral/meia Roger Guerreiro, ex-Corinthians e Flamengo. Após a naturalização, Roger vem empolgado para representar a Polônia. Além dele, a seleção polaca conta com uma equipe experiente, que fez bonito para chegar até a fase final, deixando times como Sérvia e Bélgica de fora desta Euro.

Sem grandes estrelas, o time do técnico Leo Beenhakker aposta na experiência de nomes como o ótimo goleiro Artur Boruc, o meia Krzynówek e os atacante Zurawski e Smolarek. O jogo-chave para a tão almejada classificação para o mata-mata será na última rodada, contra a forte Croácia. Até lá, tem de segurar a Alemanha e bater na Áustria para chegar com alguma chance frente aos croatas. Uma missão difícil, diga-se de passagem. A baixa fica pelo corte por contusão do meia Jakub Błaszczykowski, prontamente substituído pelo jogador do Hertha Berlim, Lukasz Piszczek.

O time: Goleiros: Artur Boruc (Celtic/ESC), Tomasz Kuszczak (Manchester United/ING) e Lukasz Fabianski (Arsenal/ING). Defensores: Jacek Bak (Áustria Viena/AUT), Marcin Wasilewski (Anderlecht/BEL), Pawel Golanski (Steaua Bucareste/ROM), Mariusz Jop (Moscou/RUS), Adam Kokoszka (Wisla Cracóvia/POL), Jakub Wawrzyniak (Legia Varsóvia/POL) e Michal Zewlakow (Olympiacos/GRE). Meias: Dariusz Dudka (Wisla Cracóvia/POL), Wojciech Lobodzinski (Wisla Cracóvia/POL), Lukasz Piszczek (Hertha Berlim/ALE), Mariusz Lewandowski (Shakhtar Donetsk/UCR), Rafal Murawski (Lech Poznan/POL), Lukasz Gargula (GKS Belchatow/POL), Jacek Krzynowek (Wolfsburg/ALE), Michal Pazdan (Gornik Zabrze/POL) e Roger Guerreiro (Legia Varsóvia/POL). Atacantes: Euzebiusz Smolarek (Racing Santander/ESP), Maciej Zurawski (Larissa/GRE), Tomasz Zahorski (Gornik Zabrze/POL) e Marek Saganowski (Southampton/ING).
Técnico: Leo Beerhakker

Na história: Estréia em fases finais da Eurocopa
Ele é o Cara! Em um time sem grandes estrelas, Artur Boruc mostra-se como uma referência em sua posição. O goleiro do Celtic está sendo sondado para jogar em um grande clube europeu, talvez o Milan. É bom goleiro e vem se destacando há algum tempo, tanto no Celtic, quanto na seleção.
Olho Nele: Após uma transferência sem grandes pretensões para o futebol polonês, Roger Guerreiro teve o aval do técnico Beerhakker para se naturalizar polonês. Versátil, pode rapidamente ser alçado a titular no limitado meio-campo dos polacos durante a Eurocopa.
Pontos fortes: É um time experiente. As eliminatórias mostraram que pode segurar bem uma partida, esperando o adversário e saindo na boa.
Pontos Fracos: A defesa pode não ser nenhuma maravilha, mas até segura a bronca. Já o ataque possui pouquíssimas opções e é lento e previsível.

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Euro 2008 - Grupo C

3 comentários:

Barretão disse...

Mas fica a pergunta: E o Felipão, encara a Euro ou assina com o Chelsea?

Abs,
Barretão - Los Angeles
www.soshollywood.com

Felipe Moraes disse...

Ótimas análises, como sempre!

Grupo fácil pra Alemanha. E acho que a Croácia passa em segundo.

Abraço,
Felipe Leonardo

Gerson Sicca disse...

Realmente, é disparado o grupo mais fraco, tens razão. Baita análise. Valeu o trabalho feito.
Abraço