1.4.08

Síndrome da “última rodada”

Aproveitando o ensejo do último post do amigo Alexandre Azank, vamos a mais uma síndrome que afeta ao futebol brasileiro. Essa, muito mais recente que a de Pelé. Para ser mais exato, ela deu mostra de seus primeiros sintomas no dia 2 de dezembro de 2007, dia da última rodada do Brasileirão. O Corinthians precisava vencer o Grêmio no Olímpico e torcer para que o Inter – rival mordido desde a confusão do STJD no Brasileirão 2005 – tirar pontos do Goiás, concorrente direto do Timão. O Inter não teria porque jogar duro naquele dia, pois não estava aspirando a mais nada naquele campeonato. O resto, todo mundo já sabe como ocorreu.

Pouco mais de quatro meses após o maior revés de sua história, o Corinthians chega na última rodada precisando de uma combinação dificílima: Precisa vencer o encardido Noroeste em Bauru e torce por um tropeço em casa do São Paulo frente ao Juventus – algo que parece improvável, mesmo com o Moleque Travesso brigando para não cair – ou que o Santos tire pontos da Ponte jogando na Vila, onde tem quase 90% de aproveitamento de vitória no ano. O detalhe é que, além da grande rivalidade santista frente ao Timão, o Santos não aspira mais nada no Paulistão e passa alguns apuros na Libertadores. Então, onde o Santos concentrará suas chances, caro leitor? A resposta parece óbvia.

Claro que não é o fim do mundo o Corinthians não chegar as semi-finais do Paulistão. No entanto, é inegável que a possibilidade de brigar por um título de prestígio como o Campeonato Paulista daria maior ânimo a equipe, na árdua tarefa de jogar Série B. Para completar a semana decisiva antes do jogo de domingo contra o Norusca, o Corinthians tem o jogo de volta contra o Fortaleza, válido pela Copa do Brasil, onde joga por um simples empate. Mas se tratando de Corinthians – um time forte na defesa e débil em outros setores – todo cuidado é pouco. E uma virtual eliminação para o Tricolor cearense seria catastrófica, minando não só as forças para a decisão de domingo, mas também todo um primeiro semestre.

Posto isso, temos de reconhecer que o trabalho de Mano. Tendo em vista as grandes dificuldades e o elenco limitado, ele começou bem. Mas uma semana ruim pode virar o mundo alvinegro em cima da cabeça do técnico. Algo injusto, mas muito próprio do futebol, que pede resultados imediatos. E muito mais inflados em uma equipe ferida pela queda no ano passado.

2 comentários:

Anônimo disse...

Temo por isso. Um resultado ruim no primeiro semestre, e a cabeça de Mano a prêmio. O que seria um tremendo erro.

Felipe Moraes disse...

A última coisa que o corinthiano quer é uma repetição da tragédia do ano passado. A campanha do primeiro semestre pode ser determinante para a disputa da Série B.

Abraço,
Felipe Leonardo