“Hei de torcer, torcer, torcer
Hei de torcer até morrer, morrer, morrer
Pois a torcida americana é toda assim
A começar por mim...” (Trecho do hino do América/RJ)
Hei de torcer até morrer, morrer, morrer
Pois a torcida americana é toda assim
A começar por mim...” (Trecho do hino do América/RJ)
A idéia original deste post era de Thiago Barretos, mas resolvi fazer um texto mostrando que os Américas do Brasil não poderiam estar em pior situação. Esses times de denominação comum no futebol das Américas, particularmente aqui no Brasil – talvez só percam em quantidade de times homenageados para as também familiares Ferroviárias – normalmente tratam-se de agremiações simpáticas. Quase sempre é o mais fraco, fazendo com que todos tenham alguma empatia por eles.
Quando Américo Vespúcio desbravou os mares do atlântico para descobrir o Novo Mundo, no qual chegou por volta de 1492, não imaginava que além da homenagem recebida por conta da nova descoberta - a qual atravessaria os séculos - passaria pela adoção póstuma ao seu nome uma nova pátria (os Estados Unidos da América) até chegar no início do século XX, nomeando clubes de desportivos por todo o continente.
E glórias não faltaram aos homônimos do navegador italiano. O mais famoso deles, o América Football Club, fundado em 1904, é o precursor da febre “americana” no futebol. Um dos fundadores do certame no futebol carioca, o Ameriquinha já deu muita dor de cabeça aos grandes. Até porque era considerado um deles, pelo menos até meados de 1960, data de seu último título de expressão, o Campeonato Carioca. Era o campeonato mais famoso e charmoso do Brasil até então. Mesmo tomando muito pau nos anos posteriores, sempre foi a pedra no sapato dos cariocas. Outro feito notável foi a classificação às semi-finais do Brasileirão de 1986, no qual o Ameriquinha perdeu a disputa para o São Paulo (1-0 e 1-1), que depois se sagrou bicampeão nacional na final contra o Guarani. Após a boa campanha, brigas com a CBF e a Federação Carioca o afastaram dos holofotes nacionais. E como uma fênix, o Mecão foi reaparecendo aos poucos durante a atual década. Até o fatídico 5 de abril de 2008, após um campeonato carioca irreconhecível, de apenas duas vitórias em apenas quinze jogos do estadual. Mesmo a vitória contra a Friburguense não salvou o clube de seu maior vexame, após 104 anos de existência e 100 participações no Campeonato Carioca: o rebaixamento à 2ª divisão.
O Coelho (ou América Mineiro, um dos únicos Mequinhas que não ostentam o vermelho no uniforme) já dominou a cena em Minas – conquistou o decacampeonato entre 1916 e 1925 – e revelou jogadores conhecidos do grande público como Palhinha, Fred, Euller e Gilberto Silva. Atualmente disputa a 2ª divisão do Mineiro após ter caído ano passado. Está fazendo bom papel para voltar, pois lidera o Módulo II de Minas, após boa vitória sobre o Araxá, neste fim de semana. No entanto, os tempos continuam difíceis para o Coelho, que como bom mineirinho, está comendo pelas beiradas.
O homônimo potiguar fez pior. Força reconhecida no Rio Grande do Norte, o América/RN fez uma das campanhas mais pífias de um clube na elite do Brasileirão 2007, quando foi rebaixado há sete rodadas do fim da competição. Uma chance de aprender com os erros e voltar forte em 2008, certo? Errado. O Diabo conseguiu fazer pior: após ficar fora das finais do primeiro turno do Campeonato Potiguar, o time chegou às semi-finais do turno seguinte nos tribunais, já que o classificado ASSU perdeu seis pontos por conta de escalação irregular de atletas. A “nova chance” deu a oportunidade da equipe salvar o semestre na final do turno, contra o Potiguar de Mossoró. Mas em casa, o Diabo fez feio e tomou uma sacolada de 3-0. A equipe depende de quatro gols fora de casa para chegar à final, resultado difícil pela má fase da equipe e pela demissão do técnico Roberto Cavalo, que entregou o boné após o mau resultado contra os mossoroenses.
O América de São José do Rio Preto, na 2ª divisão paulista, conseguiu apenas a 15ª colocação da competição em e quase amargou mais uma queda. E a situação dos outros xarás americanos pelo Brasil não é das melhores. São mais de 40 espalhados pelo Brasil e nenhuma campanha de grande destaque.
Os Américas estão sofrendo de depressão crônica e vivem um momento de ostracismo em geral. Será que essas equipes, tão simpáticas, estarão fadadas ao sumiço? Com certeza, o futebol brasileiro fica menos charmoso sem os Américas, doentes crônicos da globalização voraz do profissionalismo do futebol. Assim como aconteceu com as Ferroviárias. E assim como vai acometendo aos pequenos clubes brasileiros, que não têm condições de existir pelo descaso das federações e cartolas.
*Credito do cartoon: Blog De Fora FC
2 comentários:
- O que acontece a um jogador depois de marcar um golo, se despir a camisola e arrancar a bandeirola de canto?
Toda a actualidade sobre futebol, comentada por 2 benfiquistas, 2 sportinguistas e 2 portistas num blog só:
http://amesaredonda.blogspot.com/
Também a actualidade futebolística é discutida no Águia de Ouro:
http://aguia-de-ouro.blogspot.com/
Visitem...
Excelente post. Ah, e no continente temos outro candidato a desgraçado. O América de Cáli é conhecido por ser um pé frio incorrigível, especialmente depois das libertadores de 85, 86 e 87.Parece que o nome dá azar mesmo. Só se salva bem o América do México.
Ah, olha lá no blog que tem uma referência ao opinião fc
Abraço
O Limpo no Lance está fazendo um ano e com cara nova. Acesse e veja como ajudar o blog a ter uma história no livro do centenário do Inter.
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