
Para os países sul-americanos, a Copa do Mundo de 2010 começa neste final de semana. Históricamente, as eliminatórias da América do Sul para o mundial se mostraram duras, apesar da evidente superioridade de Brasil e Argentina no cenário sul-americano. Sempre é difícil enfrentar os jogos duros em caldeirões como o Defensores Del Chaco (Paraguai), Estádio Centenário (Uruguai), Estádio Nacional (Chile) ou a altitude do Peru, Equador ou do temível Hernando Siles, a 3.700m de altitude e recentemente liberado para jogos internacionais pela FIFA, após toda a polêmica de realização de partidas na altitude.
Como sempre, o Brasil vem muito fortalecido, prinicipalmente após vencer a Copa América sobre os grandes arqui-rivais argentinos. Mesmo com diversos questionamentos, Dunga se utilizará, ao menos neste início, da base campeã, dos questionáveis Doni, Vagner Love e Afonso.
Já a Argentina aposta suas fichas na renovação do elenco, onde surgem belas jóias como Messi, Tevez e Agüero. Entrosando esses jovens jogadores a nomes experientes como Javier Zanetti e Cambiasso, a Argentina espera iniciar a caminhada para acabar com a fila de títulos importantes – mais de 20 anos sem vencer uma Copa e há mais de 14 sem vencer uma competição oficial.
Partindo do pressuposto que Brasil e Argentina abocanharão duas vagas, as outras oito seleções brigarão por 3 vagas (duas diretas e uma na repescagem, contra um representante da CONCACAF). O Paraguai pinta como favorito a levar uma das vagas, pois históricamente vêm se mostrando um time compacto na defesa e de bons jogadores no ataque, como Santa Cruz e Cabañas. O Equador também mostra uma grande evolução nos últimos anos, quando conseguiu se classificar para as últimas duas Copas (2002 e 2006) deixando tradicionais seleções para trás, como Uruguai e Chile. Mas a geração que conseguiu esses grandes feitos está mais velha e a renovação não acontece tão eficazmente na seleção. Os chilenos possuem bons valores individuais, mas pecam no jogo conjunto e na compactação da equipe, algo a ser resolvido pelo novo técnico da equipe, Marcelo “El Loco” Bielsa. Venezuelanos vêm evoluindo muito nos últimos anos, deixando a condição de “saco de pancadas do continente” e podem até sonhar com uma eventual quinta vaga. Colombianos entram na briga pela vaga com bons valores, mas a “irresponsabilidade tática” dos seus jogadores é algo grave a ser corrigido, para que o time cafetero não perca pontos preciosos, principalmente atuando em seus domínios.
O Uruguai é um caso a parte. As glórias passadas da Celeste Olímpica, bicampeã mundial, contrastam com o atual momento, de uma renovação que nunca vem efetivamente. Mas além da tradição, o futebol aguerrido e a força da torcida celeste fazem com que o Uruguai sempre seja favorito a uma das vagas. Outras seleções como Peru e Bolívia brigarão para não terminarem na úlitma colocação, apesar do Peru possuir alguns bons valores individuais, tais como Solano, Guerrero e Farfán. Já o futebol boliviano está em queda livre desde sua última participação em Copas, em 1994. A maior maior arma dos bolivianos realmente está na altitude de La Paz, onde o físico da equipe pode superar a eventual falta de fôlego causada pelos efeitos da altitude.
Jogos truncados, catimba, técnica e muita habilidade. Este é o futebol da América do Sul rumo à Copa da África do Sul.
PS: Por motivos de TCC e outros entraves que estão nos tomando muito tempo, estamos atualizando menos o blog.
Para análises mais completas e aprofundadas, indico as sessões "Eliminatórias Sul-Americanas", do blog Papo de Craque, do parceiro Dassler Marques, o "Guia das Eliminatórias Sul-Americanas", do site Trivela e "Os rivais do Brasil no Caminho para a Copa", do Globoesporte.com.