26.6.07

Especial Copa América 2007 - Grupo C

Pra variar, o "Grupo da Morte" tem a Argentina, cotada como uma das favoritas ao título. Paraguai e Colômbia têm tradição, mas ainda buscam uma identidade em meio a renovação de seus elencos, enquanto os Estados Unidos vêm com uma seleção jovem e renovada, mas com moral alta após ter vencido a Copa Ouro recentemente. Com a Argentina sendo a virtual primeira colocada desse grupo, a briga pela segunda vaga promete ser acirrada, sendo que esse Grupo também tem potencial para classificar o melhor terceiro colocado, entre as três chaves da Copa América, para as quartas-de-final. É a última parte do Especial Copa América, aqui no Opinião FC.


ARGENTINA
Pressão para sair da fila

Engasgada pela perda do título da última Copa América para o maior rival e após uma Copa do Mundo onde poderia ter chegado mais longe, a Argentina vem com força máxima para a competição. Ao contrário dos astros brasileiros, os principais jogadores argentinos fizeram questão de jogar a competição sul-americana, a qual os hermanos não conquistam desde 1993. A base da equipe é o elenco da Copa da Alemanha, mas a Argentina dessa Copa América traz ao torcedor a chance de conhecer alguns jogadores promissores e outros velhos conhecidos, sumidos há tempos. Jogadores como os atacantes Palacio e Diego Milito, o volante Gago e o zagueiro Gabriel Milito tem atuado bem pelos seus clubes e buscam um lugar mais cativo na equipe. Em compensação, alguns jogadores que foram assíduos frequentadores da albiceleste retornam, como são os casos de Verón, Aimar e Riquelme, este último aclamado por toda imprensa argentina por liderar o Boca Juniors ao hexacampeonato da Libertadores. No entanto, o camisa 10 do Boca não atua pela seleção desde a final da Copa da Confederações de 2005, quando os hermanos perderam a finalíssima para o Brasil.

O desfalque mais sentido na equipe é a do bom goleiro Ustari, do Indepiendiente. Os argentinos terão de aguentar o irregular Abbondanzieri no gol de novo, sem sombras. A Copa América é uma ótima oportunidade para os comandados de Alfio Basile começarem a formar a base para a próxima Copa. E mais do que ganhar essa Copa América, os argentinos desejam despachar o Brasil em sua eventual campanha vitoriosa. E de quebra, podem-se tornar os maiores campeões do continente, já que a supremacia é dividida com os uruguaios, com 14 conquistas cada.

Raio-X - Asociación del Fútbol Argentino
Ranking da FIFA: 5º lugar
Status: Favorita
Melhor resultado no torneio: 14 vezes campeã (1921, 1925, 1927, 1929, 1937, 1941, 1945, 1946, 1947, 1955, 1957, 1959, 1991, 1993)

Os convocados
Goleiros: Roberto Abbondanzieri (Getafe/ESP), Juan Pablo Carrizo (River Plate) e Agustín Orión (San Lorenzo)
Defensores: Javier Zanetti e Nicolás Burdisso (Inter de Milão/ITA), Roberto Ayala (Valencia/ESP), Gabriel Heinze (Manchester United/ING), Gabriel Milito (Zaragoza/ESP), Daniel Díaz e Hugo Ibarra (Boca Juniors)
Meio-campistas: Luis González (Porto/POR), Javier Mascherano (Liverpool/ING), Esteban Cambiasso (Inter de Milão/ITA), Fernando Gago (Real Madrid/ESP), Juan Sebastián Verón (Estudiantes), Pablo Aimar (Zaragoza/ESP) e Juan Román Riquelme (Boca Juniors) Atacantes: Lionel Messi (Barcelona/ESP), Hernán Crespo (Inter de Milão/ITA), Diego Milito (Zaragoza/ESP), Carlitos Tévez (West Ham-ING) e Rodrigo Palacio (Boca Juniors)

Time-base: Abbondanzieri; Burdisso, Ayala, Gabriel Milito e Heinze; Zanetti, Cambiasso (Mascherano), Messi e Riquelme; Tevez e Crespo (Diego Milito). Técnico: Alfio Basile
Esquema tático: Basile pode montar a equipe de duas formas. Atualmente ele está testando o 4-4-2, onde os laterais não avançam tanto e os volantes possuem mais liberdade para chegar na frente como elemento-surpresa. Zanetti é uma boa opção pelo lado direito, com Riquelme cadenciando o jogo mais pela meia e Messi na esquerda. Outra opção é adotar o 3-5-2, esquema que os hermanos adotaram por muito tempo. Nesse caso, Zanetti passaria para a ala direita e Heinze poderia ser deslocado para a esquerda, apoiando mais o ataque e deixando a zaga com uma sólida formação de três zagueiros.
Ele é o cara! Juan Román Riquelme está em alta. O meia liderou o Boca ao título da Libertadores 2007, marcando sete gols. Foi demovido da idéia de não mais vestir a camisa da Argentina, com apelos até de sua mãe. Falar que ele pode desequilibrar é chover no molhado.
Olho nele! Apesar dos 28 anos, o atacante Diego Milito jogou muito na temporada europeia e busca um lugar ao sol na seleção. Foi o vice-artilheiro da Liga Espanhola, com 22 gols em 37 jogos. Se Crespo cochilar, Milito pode entrar no comando de ataque alviceleste.
Pontos fortes: Um meio-campo bem servido. Cambiasso, Zanetti, Messi e Riquelme atravessam fases ótimas. E no banco ainda tem Aimar, Lucho González, Verón, Gago e Mascherano. Além dos meias, Carlitos Tevez, velho conhecido da torcida corinthiana, Crespo e Diego Milito também gozam de boa fase e podem marcar os gols que a Argentina necessita.
Pontos fracos: "Pato" Abbondanzieri não passa confiança com a camisa 1; Heinze pode complicar jogando pelo lado esquerdo da zaga.


PARAGUAI
Falta de gols preocupa guaranís


A linha de frente é o que mais preocupa o técnico da seleção do Paraguai, o argentino Gerardo "Tata" Martino. Sob seu comando, a seleção guarani marcou apenas dois gols em cinco jogos. E a fraca atuação contra a Bolívia, no último amistoso, mostra que o Paraguai leva desvantagem no confronto da vaga pela segunda posição do Grupo C para os colombianos. Consequentemente, se fizer má campanha e entrar como um dos melhores terceiros, o Paraguai pode pegar nas fases eliminatórias seleções mais qualificadas dentro da competição, como Brasil ou México.

Campeão em duas oportunidades (1953 e 1979), os paraguaios ainda contam com boa defesa e possui bons atacantes, como Cuevas, Cabañas e Santa Cruz, que podem desencantar no torneio e levar o Paraguai mais longe do que se espera. Mas as ausências de jogadores como Haedo Valdez, que se desentendeu com o técnico, o experiente Denis Caniza, cortado por lesão e o jovem meia José Montiel, cortado por opção do técnico, farão muita falta ao já carente elenco guarani. Mas a tradição adquirida nos últimos anos de ser a terceira força do continente pode ajudar o Paraguai a alçar vôos mais altos.

Raio-X - Asociación Paraguaya de Fútbol
Ranking da FIFA:
37º lugar
Status: Incógnita
Melhor resultado no torneio: Duas vezes campeão (1953 e 1979)

Os convocados
Goleiros: Justo Villar (Newell's Old Boys, Argentina), Aldo Bobadilla (Boca Juniors, Argentina) e Joel Zayas (Bolívar, Bolívia).
Defensores: Paulo da Silva (Toluca, México), Claudio Morel (Boca Juniors), Julio César Cáceres (Tigres, México), Darío Verón (Pumas, México), Julio Manzur (Guaraní), Carlos Bonet (Libertad) e Enrique Vera (LDUQ, Equador).
Meias: Edgar González (Cerro Porteño), Cristian Riveros (Libertad), Aureliano Torres (San Lorenzo, Argentina), Jonathan Santana (Wolfsburgo, Alemanha), Edgar Barreto (NEC Nimegue, Holanda), Domingo Salcedo (Cerro Porteño), Julio dos Santos (Bayern Munique, Alemanha).
Atacantes: Salvador Cabañas (América, México), Dante López (Crotone, Itália), Roque Santa Cruz (Bayern Munique), Oscar Cardozo (Newell's Old Boys), Nelson Cuevas (América).

Time-base: Villar, Cáceres, Morel Rodríguez, Manzur e Bonet; Barreto, Julio dos Santos, Torres e Rivero (Santana); Cabañas (Cardozo) e Santa Cruz. Técnico: Gerardo Martino.
Esquema tático: 4-4-2, com uma linha de quatro zagueiros onde os laterais avançam pouco. Torres ou Santana, quem entrar, será responsável pela articulação das jogadas, enquanto Julio dos Santos é o volante com mais liberdade no ataque. Santa Cruz joga fixo na área, com Cabañas buscando mais o jogo pelos flancos.
Ele é o cara! Salvador Cabañas, o artilheiro da Libertadores 2007 com 10 gols. É veloz e objetivo
Olho nele! O arisco atacante Nelson Cuevas surgiu como uma promessa, mas ainda não estourou pra valer. Aos 27 anos, ainda possui a velocidade e habilidade de outrora e a experiência adquirida no América mexicano pode ajudar o Paraguai a suprir a ausência de gols que tanto aflige a equipe.
Pontos fortes: Zaga e volantes que marcam forte; Santa Cruz tem faro de gol
Pontos fracos: Falta um articulador mais constante na equipe, pois a bola não chega com qualidade aos atacantes.


COLÔMBIA
Nova safra + experiência


O técnico Jorge Luis Pinto está muito satisfeito com a produção ofensiva demonstrada pelo elenco colombiano nos treinamentos visando a Copa América. Após a vitória no último amistoso preparatório (3 a 1 frente ao Equador), o técnico destacou o bom futebol apresentado pelo grupo e afirmou: "Vamos lutar pelo título na Copa América. Não será fácil, mas vamos manter a filosofia de triunfar na Venezuela". Tanta empolgação vem da vitalidade da equipe, com muitos jogadores jovens e promissores. Do Cúcuta vem o habilidoso meia Macnelly Torres, de 23 anos, que fez ótima Libertadores. O ataque tem Hugo Rodallega, 22 anos e Edixon Perea, 23, como boas promessas. Isso se conseguiram deixar de lado as suas individualidades e conseguir produzir dentro de um futebol coletivo.

Aliada a essa juventude, está a forte e experiente zaga colombiana, capitaneada por Iván Córdoba, campeão italiano pela Inter de Milão. Yepes (PSG) e Amaranto Perea (Atlético de Madrid) formam o ferrolho dos Cafeteros. Para os brasileiros, fica o lembrete dos colombianos que jogam por aqui, casos de Ferreira (Atlético-PR) e Vargas (Internacional).
Se Pinto conseguir aliar a eficiência da defesa com a habilidade do ataque, a Colômbia pode repetir a Copa América de 2001, quando se sagrou campeã. É favorita a segunda vaga do grupo.

Raio-X - Federación Colombiana de Fútbol
Ranking da FIFA: 31º lugar
Status: Pode surpreender
Melhor resultado no torneio: Campeã em 2001

Os convocados
Goleiros: Robinson Zapata (Cúcuta) e Miguel Calero (Pachuca, México).
Defensores: Jair Benítez (Cali), Javier Arizala (Tolima), Gerardo Vallejo (Tolima), Iván Ramiro Córdoba (Inter de Milão, Itália), Amaranto Perea (Atlético de Madrid, Espanha), Mario Yepes (Paris Saint Germain, França).
Meio-campistas: Jorge Banguero (América), John Viáfara (Real Sociedad, Espanha), Jaime Castrillón (Medellín), Camilo Zúñiga (Nacional), Macnelly Torres (Cúcuta), Alvaro Domínguez (Cali), Andrés Chitiva (Pachuca, México), David Ferreira (Atlético Paranaense, Brasil), Fabián Vargas (Internacional, Brasil), e Vladimir Marín (Libertad, Paraguai).
Atacantes: César Valoyes (Medellín), Hugo Rodallega (Monterrey, México), Luis Gabriel Rey (Morelia, México), Edixon Perea (Bordeaux, França).

Time-base: Calero; Amaranto Perea, Iván Córdoba, Yepes, Javier Arizala (Benítez); Viáfara, Fabián Vargas (Banguero), Alvaro Domínguez, Torres (Ferreira); Edixon Perea e Rodallega. Técnico: Jorge Luis Pinto.
Esquema tático: 4-4-2, com uma zaga sólida formada por Córdoba e Yepes, com Amaranto Perea podendo atuar na lateral-direita, ganhando poder de marcação. No meio, três volantes fixos, formado por Viáfara, Vargas e Dominguez, com um jogador atuando na criação (Ferreira ou Torres). Quando é atacada, o meia criativo se alinha aos volantes formando uma linha de quatro, protegendo a zaga. É um time rápido e com muito fôlego.
Ele é o cara! Iván Córdoba, capitão e mais experiente da equipe. Está com muita moral por ter sido campeão com a Inter, na Itália. E consegue manter as boas atuações do clube também com a camisa cafetera.
Olho nele! Macnelly Torres, meia de 23 anos que fez boa campanha com o Cúcuta, levando o time até as semi-finais da Libertadores-2007. É habilidoso e sabe cadenciar bem o jogo.
Pontos fortes: Zaga sólida e ataque rápido.
Pontos fracos: A equipe deve jogar mais objetivamente, deixando de lado a excessiva individualidade de seus jogadores, característica que sempre deixa a Colômbia com gostinho de "quero mais" nas competições que disputa.

ESTADOS UNIDOS
Laboratório de testes



A conquista da Copa Ouro, neste último final de semana, sobre os rivais mexicanos vai credenciar a seleção norte-americana de futebol como pedreira para esse Grupo C da Copa América, certo? Provavelmente não. O técnico Bob Bradley optou por deixar os principais jogadores da equipe de fora da competição sul-americana. Donovan, Beasley, Bocanegra, Dempsey e Ching figuram em muitos guias sobre a competição, mas verão a Copa América no conforto de seus lares.

Bradley optou por dar experiência a jogadores mais jovens. Dos 22 convocados, 16 fizeram menos de dez partidas pela Seleção e 14 jogadores têm menos de 25 anos. Apenas oito jogadores do elenco campeão da Copa Ouro irão à Venezuela. O nome mais conhecido dessa seleção é o do veterano goleiro Kasey Keller, 37 anos, duas Copas do Mundo no currículo e mais de 100 jogos pela seleção do Tio Sam.

Visto com dúvidas pela imprensa local e com desconhecimento por parte do restante dos times, o novo time norte-americano luta para não cair no ostracismo de ser um mero saco de pancadas no difícil Grupo C. E os novos comandados de Bob Bradley terão uma prova de fogo, encarando logo de cara um dos favoritos a vencer o torneio, os argentinos.

Raio-X - United States Soccer Federation
Ranking da FIFA: 16º lugar
Status: Incógnita
Melhor resultado no torneio: 4º lugar em 1995

Os convocados
Goleiros: Brad Guzan (Chivas/USA), Kasey Keller (Borussia Mönchengladbach, Alemanha) Defensores: Jonathan Bornstein (Chivas/USA), Bobby Boswell (D.C. United/USA), Dan Califf (Aalborg BK/DIN), Jimmy Conrad (Kansas City Wizards/USA), Jay DeMerit (Watford/ING), Drew Moor (FC Dallas/USA), Heath Pearce (FC Nordsj¦lland/HOL), Marvell Wynne (Toronto FC/USA)
Meias: Kyle Beckerman (Colorado Rapids/USA), Ricardo Clark (Houston Dínamo/USA), Benny Feilhaber (Hamburgo/ALE), Eddie Gaven (Columbus Crew/USA), Sacha Kljestan (Chivas/USA), Justin Mapp (Chicago Fire/USA), Lee Nguyen (PSV Eindhoven/HOL), Ben Olsen (D.C.United/USA)
Atacantes: Charlie Davies (Hammarby IF), Herculez Gomez (Colorado Rapids/USA), Eddie Johnson (Kansas City Wizards/USA), Taylor Twellman (New England Revolution/USA).


Time-base: Keller, Bornstein, DeMerit, Boswel e Califf; Feilhaber, Gaven, Klesjtan e Olsen; Johnson e Twellman. Técnico: Bob Bradley
Esquema tático: Bradley deve manter o 4-4-2 do time campeão da Copa Ouro.Feilhaber e Gaven tem ótimo domínio de bola e bom passe, enquanto Olsen fica responsável pela armação das jogadas.
Ele é o cara! Kasey Keller, de 37 anos, pode passar a segurança necessária para tranquilizar a defesa norte-americana.
Olho nele! Benny Feilhaber, herói do título da Copa Ouro após um lindo gol de sem-pulo com a perna direita. Nascido no Brasil mas naturalizado norte-americano, foi para os EUA aos seis anos de idade e construiu toda sua carreira por lá. A imprensa norte-americana aposta no meio-campo de apenas 22 anos, que atualmente defende o Hamburgo. Tem boa posse de bola, passa bem e chuta bem de fora da área.
Pontos fortes: Time jovem e descompromissado por bons resultados
Pontos fracos: A falta de experiência do elenco pode pesar em jogos-chave contra os tarimbados e catimbeiros argentinos, paraguaios e colombianos.

3 comentários:

Arthur Virgílio disse...

Argentina favoritíssima e creio em um resurgimento da seleção Colombiana. A decepção será o Paraguai.

Felipe Moraes disse...

A Argentina passa em primeiro. Mas ainda acredito no Paraguai.


Abraço, Felipe Leonardo

Anônimo disse...

Exmos. Srs.,

Muito boa tarde.

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Mónica Maia