Ricardo Teixeira toca a CBF como se fosse uma empresa particular, fundada por ele e sem nenhuma responsabilidade perante órgãos governamentais. No poder desde 1989, Teixeira terminou seu quinto mandato a frente da organização e está garantido no posto até a Copa de 2014. Ele já superou inclusive a longevidade de seu ex-sogro, João Havelange, que dirigiu a entidade, na época ainda CBD, por 17 anos, entre 1958 e 1975.
Os lucros da CBF (provavelmente os do próprio Ricardo Teixeira) sempre foram colocados acima do bom senso na hora de decidir questões importantes como o melhor horário para o torcedor ir ao estádio/Melhor horário para não atrapalhar a novela da Globo, Número de partidas semanais/Integridade física dos jogadores, Habilidade do atleta/Preferência da patrocinadora.
Enquadrado pela CPI do futebol e pela CPI da CBF/Nike, Teixeira se mostrou incrivelmente influente, manipulando o corrupto parlamento brasileiro e saindo fortalecido de uma devassa que mostrou nepotismo, propina e apropriação de verbas para fins particulares. Há até quem diga que ele vendeu uma Copa, a de 98.
O que recebe esse sujeito como punição? Uma Copa do Mundo. E agora o estado brasileiro corre atrás de tornar realidade esse evento bilionário, gastando o dinheiro público ou emprestando a juros mais baixos que os do mercado, construindo grandes elefantes brancos, como os estádios de Manaus e Brasília. Qual será a parte de Ricardo Teixeira nisso tudo? Ninguém sabe, mas só sendo ingênuo para duvidar que seja muito.
Mais poderoso do que nunca, o presidente da CBF decidiu que pode inclusive mudar a história do esporte para atender aos interesses de seus acordos com os cartolas dos clubes confederados. Assim nos últimos meses títulos foram “reconhecidos” a granel enquanto a única associação que poderia fazer alguma oposição à CBF, o Clube dos 13, vai definhando. Senhor absoluto de seu feudo, Ricardo Teixeira transformou um dos maiores patrimônios de nosso país, o futebol, em uma empresa dos sonhos: quando vem o lucro, é dele; quando entram as despesas, é nosso.
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