Com ambos em ótima fase, pode-se dizer que El Clásico entre Barcelona e Real Madrid, nesta última segunda, era um dos mais esperados dos últimos anos. Se o Barcelona mantém a mesma base vencedora, com uma ou outra contratação de impacto, o Real continua nas apostas megalomaníacas. E desta vez, seu banco tinha um dos maiores técnicos do momento e que havia sido responsável por acabar com o sonho do bicampeonato europeu blaugrana, ao detê-lo com a fortíssima zaga da Inter, que levantaria o caneco da Champions 2009/10.
E já havíamos abordado aqui no blog a diferença que o técnico português fez ao time merengue. Até antes do embate deste primeiro turno de La Liga, o Real tinha o melhor ataque (ao lado do Barcelona, com 33 gols) e a melhor defesa, com apenas seis bolas nas redes em 12 partidas (média de um gol a cada duas partidas). O incômodo tabu de três anos e meio sem vitórias do time blanco poderia cair, mesmo atuando na casa do adversário. Porém, o massacre catalão evidenciou a grande diferença entre os rivais – que fazem um campeonato à parte na Espanha: a uniformidade.
Analisando nome a nome dos 22 jogadores que entraram em campo (10 deles integravam a Espanha, campeã da Copa do Mundo), são pouquíssimas diferenças técnicas. Porém, além de jogar há mais tempo junto, o Barça é um conjunto, onde Messi é o grande destaque com naturalidade. No Real, por vezes, a individualidade de Cristiano Ronaldo se sobrepõe ao time, que foi destroçado pela habilidosa frente ofensiva dos blaugranas.
Teoricamente com três homens de meio-campo (Busquets, Xavi e Iniesta), somente o jovem camisa 16 é o “brucutu”. A experiente e entrosada dupla faz de tudo um pouco: ajuda a compor a defesa, dão passes preciosos e sabem fazer gols. Pedro, Messi e até Villa tem tal senso de ajudar na defesa, quando preciso. Já o Real tem entrou em campo tem uma forte dupla de volantes (Khedira e Xabi Alonso). Porém, ambos não recebem o mesmo auxílio de Özil, Di Maria e Cristiano Ronaldo. E com Marcelo, um lateral ofensivo por vocação e deficiente na defesa, o Barcelona fez a festa. Principalmente na troca de passes rápida e abusando de tabelas e enfiadas de bola em meio à zaga rival.
Messi não marcou, mas ainda assim, foi o grande nome da partida. Caçado em campo, não fugiu da raia e deu dois passes açucarados para o matador Villa deixar a sua marca. A estrela de Pedro voltou a brilhar e o jovem asturiano deixou o seu. Dani Alves desfilou pela lateral direita e pouco foi exigido na defesa, uma de suas deficiências. A cada gol, era visível a decepção de Casillas, capitão do Real. Já a maior aparição de Cristiano Ronaldo foi num suposto pênalti cometido por Valdés na primeira etapa e no desentendimento com Guardiola, na lateral de campo.
Pior derrota na carreira de José Mourinho, que havia sido goleado por 4 a 1 quando ainda comandava o modesto União de Leiria, frente ao Sporting, em 2002. O jejum perante o Barça sobe para cinco partidas. A primeira e dolorosa de Mourinho em jogos oficiais à frente da equipe merengue. Perda da liderança de La Liga, além de uma invencibilidade que durava desde 10 de abril, quando o Real foi derrotado pelo...próprio Barcelona.
Após a surra de cinco, entrará em campo a capacidade de Mourinho de trazer o grupo pra si e se preparar para a segunda partida da “final” espanhola, já que ambos passeiam nesta temporada no país. E continuar com a jornada quase perfeita até antes do próximo clássico, para impedir o tri, jogando no Santiago Bernabéu.
Um comentário:
Foi um show do Barcelona sobre o Real. Mesmo com o resultado e com a perda da liderança, ainda acredito no título para Madrid, por um único motivo: elenco.
Abração e espero você lá,
Luís
porforadogramado.blogspot.com
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