17.11.10

Pobre Superclássico

Nunca uma rivalidade – que já dura mais de 102 anos e 333 jogos – teve os dois times em momentos tão pobres tecnicamente. A vitória do desesperado River Plate sobre o insosso Boca Juniors por 1 a 0 reflete um pouco da realidade desta que é e sempre será uma das maiores e mais tradicionais rivalidades do planeta bola, o Superclásico. Quem acabou com o jejum de sete jogos sem vitórias neste Apertura 2010 e quase três anos de vitória sobre os Xeneizes foi, ironicamente, um ex-rival: o zagueiro Jonathan Maidana, que defendeu o Boca por três anos.

Por enquanto, a vitória só serve para lavar a alma dos Millionários, às portas da possibilidade de ter que disputar a Promoción, o playoff contra o descenso à segunda divisão. Já o Boca não venceu nenhum clássico desta temporada, além do pífio aproveitamento no campeonato de 17 pontos em 14 rodadas, deve perder o técnico Claudio Borghi, que conduziu o Argentinos Juniors até o caneco do Clausura 2010, na primeira parte deste ano.

E a exemplo de 2010, os maiores vencedores da Argentina não disputarão a Libertadores em 2011. Uma perda e tanto para o futebol sul-americano, que tem em La Bombonera e no Monumental de Nuñez dois dos grandes palcos do continente.

No banco, adversários empatados: só em 2010, três técnicos diferentes dirigiram cada uma das equipes, que além de realizarem poucas contratações ou repatriações de impacto, não conseguem se renovar no elenco com a consolidação de promessas de sua base. Jogadores como os experientes Riquelme e Ortega, os “enganches” atuais – e ambos, ídolos históricos de River e Boca – não apresentam um futebol consistente há tempos. Trocando em miúdos, jogam vivendo do passado.

É esperar para que essa eterna renovação se concretize com êxito e as duas equipes possam, novamente, se confrontar e comportar como dois gigantes também no presente.

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