18.11.10

Vitória do 10 que decide

O velho e o novo: Messi encanta hoje tanto quanto Ronaldinho nos encantou, num passado recente

Se o clássico entre Brasil e Argentina não foi tão empolgante quanto se esperava – e tenho grande convicção que o fato da partida ser no distante Catar tem influência –, ao menos, os torcedores puderam ver boa parte do futuro de ambas as seleções em campo: Thiago Silva, David Luiz, Ángel Di Maria, Javier Pastore e Neymar. Porém, o que chamou a atenção foi o duelo dos camisas 10.

De um lado, um Ronaldinho melhor do mundo em 2004 e 2005 e que atualmente é uma sombra de si mesmo dentro de campo e longe de encantar no Milan, como fez na Catalunha. Nos nossos eternos rivais, tinha o atual melhor do mundo e candidatíssimo ao bicampeonato Lionel Messi. Criticado por não conseguir exibir sua mágica no Mundial da África do Sul (como já disse o jornalista PVC, azar da Copa do Mundo), ele segue comendo a bola no Barcelona. Em 14 jogos oficiais pelos blaugranas nesta temporada, são impressionates 16 gols.

Ronaldinho não foi apático na partida. Procurou ser participativo e buscou a armação de jogadas. Mas faltou ser aquele jogador incisivo de outrora, como é, atualmente, seu ex-companheiro (e admirador) de Barça. Mesmo bem marcado pela boa e jovem dupla de zagueiros da Seleção, Messi quase havia deixado a sua marca na primeira etapa. E o cochilo de Douglas no fim da partida deu início a obra-prima de Messi, que venceu praticamente todo o sistema defensivo brasileiro e bateu sem chances para Victor. Gol de craque, tirado da cartola. Como só os grandes sabem fazer.

Não há demérito nenhum em perder para a Argentina. Mas a derrota poderia fazer Mano Menezes a repensar algumas escolhas. A exemplo de Ronaldinho, Robinho não pode atuar na equipe só pelo passado. Há tempos, o jogador do Milan está longe de fazer a diferença. Além dele, está na hora de Júlio César, da Inter de Milão, reassumir seu posto no gol. Nada contra Victor, que é bom arqueiro, mas nada justifica a ausência exagerada do camisa 1 da meta verde-amarela dos últimos anos.

Quanto aos albicelestes, o problema continua na frágil defesa. Do meio para a frente, muito potencial, que deve crescer nas mãos de Sérgio Batista, comandante da medalha de ouro olímpica argentina em Pequim/2008, tendo muitos jovens desse atual elenco sob a sua batuta.

Um comentário:

Net Esportes disse...

Não sei se caso o Ronaldinho ficasse até o final se ele decidiria ou não como decidiu o Messi, ele teve muito mais chance que o Messi ao longo do jogo e não decidiu nada. O erro do Brasil foi ter ficado satisfeito com o empate.