4.8.10

Como desvalorizar a Libertadores?


A inédita classificação do Chivas Guadalajara para a final da Copa Libertadores, após a vitória por 2 a 0 sobre a Universidad de Chile nesta terça-feira, no Estádio Nacional, em Santiago, no Chile, garantiu pela segunda vez na história da competição a presença de um mexicano na decisão do torneio, assim como em 2001, quando o Cruz Azul representou o país na disputa contra o Boca Juniors. Dessa forma, quem passar do confronto entre Internacional e São Paulo já está garantido no Mundial de Clubes da Fifa, no final do ano.

Isso porque a equipe mexicana pertence à Concacaf (Confederação de Futebol da América do Norte, Central e Caribe) e joga a Libertadores como convidada. Ou seja, não pode representar a Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol) no Mundial. Aí vem a pergunta: vale a pena chamar equipes "de fora" para disputar a competição? Um título do Chivas, independente de ser contra um brasileiro na final, não tira o brilho da Libertadores? Eu acredito que sim.

Em busca de uns trocados, a Conmebol aceita a participação dos mexicanos na mais importante competição da América do Sul. Vale dizer que, nesse ponto, e também em termos de organização, a Conmebol é exatamente igual a CBF. Há nove anos, o Boca evitou que o título ficasse em mãos mexicanas. Inter ou São Paulo terão o mesmo objetivo nesta temporada. O que desvaloriza a Libertadores.

Falamos tanto da Liga dos Campeões da Europa, do seu potencial, do seu retorno, e por causa das maluquices realizadas por aqui, a nossa disputa continental vira essa bagunça. É uma regulamento que permite a inscrição de jogadores para as semifinais (nem entrando no mérito da CBF ter antecipado a janela de transferências)! É cartão que não rende suspensão, mas dinheiro para a federação! São coisas como essas que respondem ao questionamento do título.

Caso não saiam vitoriosos contra o Chivas, um brasileiro irá disputar o Mundial de Clubes sem haver vencido a Copa Libertadores, assim como aconteceu com o Corinthians, em 2000. Como a competição foi realizada no Brasil, o time alvinegro entrou como convidado e acabou sendo campeão - o que não tira o seu mérito. Vale acrescentar também que o representante da Conmebol no torneio foi o Vasco, campeão da Libertadores em 1998, e não o Palmeiras, vencedor em 1999. O motivo é difícil explicar. A não ser que você considere as tradições da Conmebol e da CBF. Aí sim, tudo é possível.

Um comentário:

Editor disse...

O único ponto positivo da participação dos mexicanos é a melhora do nível técnico, afinal a maioria dos clubes mexicanos é bem superior a times sul-americanos (exceto argentinos, brasileiros e alguns chilenos).