13.8.10

Liga Portuguesa: campeonato das esperanças

POR GONÇALO CARDOSO
O Sabor da Palavra

Quis o destino que a Liga Portuguesa começasse numa em plena sexta-feira 13. Para muitos sinónimo de azar, para outros um dia de fortuna, mas superstições à parte, as expectativas para um novo campeonato são sempre grandes pelo prazer do “desporto rei” e pelo investimento realizado.

O Benfica, atual campeão nacional, perde Di Maria para o Real Madrid e Ramires para o Chelsea, demonstrando a boa qualidade da equipa campeã nacional e uma boa gestão de carreira por parte dos jogadores, partindo para clubes de topo. Aparentemente para a vaga do argentino, surge o compatriota Nicolas Gaitán (ex-Boca Juniors) e para o lugar de Ramires procuram-se soluções no Brasil, falando-se insistentemente do nome de Wesley, que se destacou no Santos campeão paulista e da Copa do Brasil. De resto, mantém uma excelente base de trabalho vinda da época passada, destacando-se os nomes de Luisão, David Luiz, Fábio Coentrão, Javi Garcia, Saviola e Cardozo, uma autêntica espinha dorsal de experiência e qualidade, ao qual se acrescentam as apostas jovens e interessantes de Airton (ex-Flamengo), Allan Kardec (ex-Vasco da Gama) e Jara (ex-Arsenal Sarandi). Jorge Jesus é o líder da equipa e promete um ano com dimensão internacional. Mourinho concorda e aposta numa grande Champions dos encarnados.

O Porto assumiu uma renovação da equipe, mudando a estrutura técnica, integrando o técnico André Villas-Boas (ex-Acadêmica) e aumentando o número de opções jovens e de qualidade. Villas-Boas é um técnico muito jovem, colaborador técnico das equipas de José Mourinho e que teve a sua primeira experiência como líder na Acadêmica de Coimbra, entrando a meio da época neste clube de pequena/média dimensão em Portugal. Sendo assim, este será o seu primeiro projeto. Logo com uma carga de responsabilidade enorme, podendo ser a grande desvantagem desta nova fase portista. Enquanto ainda se procura um substituto para o zagueiro Bruno Alves, atualmente no Zennit, adquire-se novos processos com os jovens jogadores emprestados na Liga Portuguesa, como Ukra e Castro, e nas jovens apostas adquiridas a outros clubes, destacando-se Souza (ex-Vasco da Gama), João Moutinho (ex-Sporting), James Rodriguez (ex-Lanús) e Walter (ex-Inter-RS). Por determinar, estará a condição de Hulk. Será mais um teste ao coletivismo deste jogador.

O Sporting, parte teoricamente em desvantagem, pela falta de qualidade da época passada e pelo menor orçamento relativamente aos seus rivais, mas adquire uma filosofia baseada na mistura entre a juventude e a experiência, reforçando-se com jovens jogadores como Zapater (ex-Genoa), Diogo Salomão (ex-Real Massamá), Torsiglieri (ex-Velez) e André Santos (ex-União de Leiria) e acrescentando-os à maturidade adquirida de Maniche, Evaldo e Jaime Valdés. Apresenta também um novo treinador, vindo de bons trabalhos em clubes de pequena e média dimensão e cheio de vontade de mostrar serviço. O trabalho de equipa será fundamental para uma luta contra os milhões dos seus mais directos adversários.

Para fechar, mas não menos importante, devermos contar com o excelente trabalho da equipa liderada por Domingos Paciência, um treinador talhado para clubes de topo, e que vem alimentando as performances do Sporting de Braga, prometendo mais uma grande época para o vice-campeão português.

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