17.2.10

Coisas que acontecem por aqui

Reclamar da postura e atitudes dos dirigentes brasileiros é chover no molhado. Isso todo mundo já está careca de saber. O que é engraçado é ver como os colegas da Conmebol agem da mesma forma. Deve ser uma característica sul-americana, algo que está mais para os sociólogos e antropólogos explicarem.

Refiro-me ao regulamento da Conmebol, do presidente Nicolás Leóz, no que se refere à inscrição de jogadores para a disputa da Taça Libertadores da América. Diz o documento que a equipe tem até 48 horas antes da primeira partida para passar a relação de atletas que irão disputar o torneio. E ainda há a brecha, usada pelo São Paulo, de estourar esse prazo e mandar a lista apenas algumas horas antes, tendo então de pagar uma “multa” de um punhado de dólares.

O que chama a atenção é a diferença entre as estréias das equipes. Enquanto São Paulo e Cruzeiro jogaram no dia 10 de fevereiro, o Internacional joga dia 23, e Flamengo e Corinthians no dia seguinte. O que representa uma grande desvantagem para o Tricolor e a Raposa. Eis o exemplo.

O São Paulo está (ou estava) numa negociação para ter Fernandão, do Goiás. Com a demora para o desfecho do negócio, em caso de final feliz, a equipe paulista só poderá contar com o reforço se alcançar as oitavas-de-final. Mas se o destino do atleta fosse os times que ainda não estrearam, não haveria nenhum problema para tê-lo em campo.

Não parece ser o caso, mas Inter, Flamengo e Corinthians contam com duas semanas a mais para poderem reforçar seus elencos. Em uma competição como a Libertadores, pode fazer uma boa diferença. O lógico não seria estipular uma data limite que fosse igual para todos os participantes, colocando-as assim com o mesmo período para fecharam seus plantéis?

Ops, mas em que é que estou pensando? Querer que o princípio de justiça e o bom senso sejam coisas a serem consideradas é um pouco demais né? O importante para os cartolas, tanto os de lá com os de cá, é saber se será o banco ou a montadora de carros que dará o nome à competição, bem como o valor a ser pago pelos cartões amarelo e vermelho. Que pelo menos a taça fique em mãos tupiniquins dessa vez.

3 comentários:

Flávio Benvenuto disse...

A Conmebol sempre esteve comandada por cartolas da mesma estirpe de Ricardo Teixeira, por exemplo. Antes era o Grandona, agora é o Leóz e assim segue a vida. Ninguém pensa em organizar de modo justo, fazendo com que a competição cresça e não traga apenas dividendos através de muitos cart~]oes ou de inscrições "atrasadas". O regulamento é uma grande várzea, igualmente proporcional aos dirigentes sulamenricanos.

André Augusto disse...

A Conmebol consegue ser ainda pior que a CBF - sim, é possível. Essa coisa dos cartões amarelos é piada faz tempo. Já o fato das inscrições, como vc falou, beira o ridículo. Se a entidade fosse dirigida por pessoas sérias, a Libertadores seria um produto tão bom quanto é a Champions League, em hoje em dia.

Arthur Kleiber disse...

Li e fiquei assustado: o campeao da Libertadores ganha menos do que um time eliminado na primeira fase da liga dos campeoes...