12.2.10

Pecados do Arsenal

No início desta temporada na Inglaterra, parecia que o Arsenal brigaria apenas por uma vaga na pré-Champions League com o agora turbinado Manchester City. Mas enquanto os Citizens demoraram a se acertar na Premier League, o Liverpool de Rafa Benítez caía em parafuso – perambulou pela zona da Europa League e foi eliminado precocemente na Champions. Com isso, o Arsenal, bom time que é, chegou ao terceiro posto da liga, flertando com a vice-liderança em algumas rodadas. Contudo, o Arsenal poderia estar em melhor situação – atualmente com 52 pontos, está a seis do líder Chelsea.

Apesar de seis pontos consistirem em uma vantagem não tão segura quando há mais 36 em disputa (12 rodadas), o Arsenal não tem mais nenhum confronto direto com os postulantes ao título, Chelsea e Manchester United. Isso porque, na “mini-decisão” que poderia por a equipe definitivamente na briga pelo título, o Arsenal não fez bom papel: perdeu em casa para o Manchester United (1-3), fora para o Chelsea (0-2) e ganhou do instável Liverpool em casa (1-0). As três “decisões” - disputadas em um espaço de apenas 11 dias – poderiam ter tirado pontos preciosos dos rivais. Nas derrotas, novamente faltou experiência para a equipe, como um todo. Nas outras três partidas, ainda no primeiro turno, o time foi derrotado pelos mesmos adversários e venceu o Liverpool.

O último título de expressão do Arsenal foi a Premier League de 2003/04, conquistada de forma invicta. Desde então, o último grande momento da equipe foi a final da Champions de 2005/06, onde os Gunners foram derrotados por um Barcelona fabuloso, com Eto’o, Ronaldinho, Xavi e cia. Daquela equipe que entrou em campo na decisão no Stade de France, os Gunners possuíram uma base formada em sua maioria por jogadores com alguma experiência: Lehmann, Campbell, Ashley Cole, Pires, Gilberto Silva, Ljungberg e Henry estiveram em campo.

Contra Manchester United e Chelsea, os mais tarimbados eram nomes como Almunia, Eboué e Gallas, nenhum com capacidade de decidir uma partida. A grande referência técnica da equipe de Arsène Wenger é Fabregas, 22 anos. O russo Andrei Arshavin, que é experiente e poderia decidir, alterna bons e maus jogos.

É inegável a capacidade e o olho clínico de Wenger de descobrir e lapidar novos talentos. Após Fabregas, o francês revela outro bom talento ao futebol: o volante brasileiro Denílson, que faz excelente temporada. Mas a política de jovens pode estar custando voos mais altos ao Arsenal, no campo de conquistas. E o Arsenal parece não ter mão firme o suficiente para segurar os grandes talentos, que acabam rumando às equipes mais vencedoras. O Barcelona faz ronda constante para repatriar Fabregas, segundo a imprensa especializada.

Um dos mais experientes do time, o zagueiro William Gallas – que usa a camisa 10, já que Wenger não quis que seus jovens comandados fossem comparados ao ídolo Bergkamp, detentor da camiseta por muitos anos – entrou em impasse com o técnico. O motivo: Na política do técnico francês, ele só fecha contratos com mais de um ano de duração com jogadores abaixo dos 30 anos. Será que vale a pena entrar em atrito com o zagueiro, de 32 anos, visto como um dos líderes desse elenco? Mesmo com a desculpa em não gastar com grandes reforços por conta do caro Emirates Stadium, se o Arsenal resolvesse investir um pouco mais, poderia ser mais do que “apenas” a terceira ou quarta força da Inglaterra.

2 comentários:

O Esporte É disse...

Este é o problema que eu vejo nos campeonatos europeus.
3 ou 4 times e um monte de galinhas mortas.
Ou seja, 6 pontos vira uma "enormidade" pra quem não tem confronto direto.
Que digam que é nivelado por baixo (o que eu discordo), mas no Brasileiro, há mais equilíbrio.

Arthur Kleiber disse...

Um time que tem um zagueiro como camisa 10 não pode ir pra frente. Esta história de não botar pressão não cola. Não é a camisa 10 que pressiona alguém, e sim as seguidas pipocadas diante dos grandes. Tudo bem que no Brasil se apela, mas esse Wenger não duraria dois anos em uma equipe de ponta do Brasil. Bem meia boca...