30.5.11

Bé fins al final/Hermoso hasta el final

Abidal levanta a taça da Champions: o último golaço do Barcelona

Quando ninguém mais achou que o Barcelona poderia surpreender a todos que gostam do futebol bonito, Puyol e Xavi dão a honra para o lateral-esquerdo Eric Abidal ser eternizado nas fotos em que o capitão de ocasião levantou o quarto título europeu, nas tribunas do Estádio de Wembley. Ao lado do crescimento monstruoso da técnica do lateral Daniel Alves, a eficiência defensiva e ofensiva do meio-campo autenticamente culé de Busquets, Iniesta e Xavi, o faro de gol e o comprometimento de Pedro e Villa e a genialidade de Messi em 2010/11, a imagem também mostrará a superação do camisa 22, diagnosticado com câncer no fígado no meio desta temporada, mas que se curou a tempo de sentir o gostinho da glória de estar no topo da Europa, após atuar em toda a final.

E como na final de 2008/09, o Manchester United perdeu a final da Champions, para este mesmo Barcelona, no meio-campo. Os comandados de Alex Ferguson engrossaram no início. Mas a sólida defesa do Manchester (ainda acho a consistente dupla Ferdinand-Vidic como a melhor do planeta) sucumbiu ante ao toque de bola e aos dribles de Messi, decisivo no gol que desmontou os Red Devils, além da série de dribles com a bola que parecia colada ao seu pé, no início da jogada que culminaria no gol cirúrgico de David Villa, que abriu mão de sucessivas artilharias no Valencia, onde era a estrela, para ser uma ótima engrenagem nesta máquina de jogar futebol chamada Barcelona. O título na Champions, definitivamente, coloca o Barcelona de Guardiola na história (veja levantamento feito pelo Terra, sobre os maiores esquadrões do futebol). Dez títulos em 13 disputados, sempre mantendo a mesma essência: a de não se retrair após obter a vantagem e depender apenas de contra-ataques, marca da eficiente Inter de Mourinho na taça da última temporada (onde os italianos bateram o próprio Barça nas semifinais).

Quanto a Messi, de apenas 23 anos, estamos vendo a história sendo feita, com o argentino construindo sua imagem ao lado dos grandes craques da história. Alguns voltarão a argumentar que ele ainda não levou a Argentina nas costas para vencer uma Copa. Mas craques como Puskás, Di Stéfano, Platini e Zico também não o fizeram, mas sempre são citados em qualquer lista de gigantes da bola. A seleção brasileira de 1982, do belo futebol e a revolucionaria Holanda, da "Laranja Mecânica" de 1974, são lembradas até hoje, mesmo nunca tendo erguido a taça mais cobiçada do esporte bretão. Se o camisa 10 do Barcelona – que deve ter, pelo menos, mais duas Copas do Mundo em alto nível, caso não se contunda gravemente – não erguer uma Copa para nossos hermanos, ainda assim terá feito história. Se ganhar, com certeza, já será equiparado por todos a El Pibe Maradona. Talvez, até ultrapassá-lo.

Artilheiro pela terceira vez seguida de uma Champions, Messi igualou feito de Gerd Müller e Jean-Pierre Papin. O alemão (1972 a 1975, com o Bayern de Munique) e o francês (1989 a 1992, com o Olympique de Marseille) eram os únicos atletas com três artilharias consecutivas do principal torneio de clubes da Europa. Comparando à nossa realidade, a Libertadores da América, o torneio sul-americano jamais teve um jogador com três artilharias consecutivas, em mais de 50 edições realizadas.

As discussões são sempre válidas, mas devemos nos acomodar bem no sofá ou arquibancada. No futuro, seremos nós a dizer: "Eu vi o Barcelona de Guardiola e Messi em ação", como os mais velhos se referem aos grandes esquadrões do passado, de Pelé, Garrincha, Maradona e etc.

2 comentários:

Marco disse...

Y Messi no para de crecer!!

Saludos porteños.

Luiza Lewkowicz disse...

Olá,

Aqui é Luiza, da Editora Record.
Acabamos de lançar pela Editora Civilização Brasileira a edição revista, atualizada e ilustrada do livro Gigantes do Futebol Brasileiro.
Você teria interesse em receber um exemplar para resenhar no blog?

Aguardo retorno.

Atenciosamente,
Luiza Lewkowicz
Marketing
Grupo Editorial Record
luiza.lewkowicz@record.com.br