17.10.10

Semana infernal para os Reds

Cahill abre o placar, ajuda o Everton a voltar a vencer um dérbi e acentua ainda mais a crise do rival Liverpool

Vivendo uma crise sem precedentes, dentro e fora de campo, o Liverpool se afundou um pouco mais no buraco. Em seu pior início de Premier League desde a temporada 1953/54 – na qual, acabou rebaixado e ausente da primeira divisão por oito temporadas, posteriormente –, a equipe divide a lanterna do atual torneio com Wolverhamptom e West Ham (é o penúltimo pelo saldo de gols), com apenas uma vitória e três empates em oito rodadas. Muito pouco para o elenco milionário dos Reds, que contam com jogadores do quilate de Gerrard, Torres, Kuyt e Joe Cole, por exemplo.

De quebra, o lado azul da cidade pode comemorar o fato de ter afundado um pouco mais o rival, no clássico dos desesperados, disputado neste domingo. Jogando em Goodison Park, o Everton voltou a vencer o dérbi do Merseyside por 2 a 0, acabando com um tabu de quatro anos sem vitórias sobre os Reds, afastando-se um pouco mais da zona de degola. Com o cargo ameaçado, o técnico Roy Hodgson viu o seu time chegar ao 21º jogo sem vitória fora de casa.

Mas engana-se quem acha que a crise do Liverpool é algo exclusivo desta temporada. Atravessando grave crise financeira, que chegou até os tribunais, o Liverpool trocou de mãos nesta última semana. Saem os americanos Tom Hicks e George Gillett, entra o grupo New England Sports Ventures (NESV). Afundados em dividas que chegaram a 285 milhões de libras (aproximadamente 762 milhões de reais), o Liverpool começou a afundar, dentro das quatro linhas, desde que foi eliminado da Champions League 2009/10, em um grupo com Fiorentina, Lyon e os húngaros do Debreceni, onde os ingleses eram amplos favoritos a levar a primeira vaga do grupo.

Já com os problemas extra-campo interferindo na equipe, sem a vinda de potenciais reforços, a equipe (que então, estava sob o comando de Rafa Benítez) ficou em sétima na Premier League da última temporada, ficou fora do principal torneio do continente neste ano e pegou a última vaga para a secundária Europe League na bacia das almas. O espanhol deixou o comando do time e segue fazendo bom trabalho na Inter de Milão. Já o Liverpool...

Resta saber se depois de sanados os débitos, o Liverpool voltará forte no mercado de transferências de inverno, ao trazer reforços primordiais, principalmente para a defesa e o ataque, setores mais carentes da equipe até aqui. Segundo o principal acionista da NESV, John Henry, o Liverpool deve sair do buraco. "Nosso primeiro objetivo é recuperar a grandeza do clube dentro e fora do campo por um longo período. Estamos compromissados com a vitória. E gostaríamos de dizer aos torcedores do Liverpool que essa é a nossa filosofia de trabalho". O Liverpool não deve cair, como há 57 anos atrás. Resta saber se a reação rumo às ligas europeias não será tardia.

Um comentário:

Net Esportes disse...

O que eu achei mais interessante nessa venda do Liverpool é que o grupo que comprou é dono do Boston Red Sox, time de beisebo. Será que vai dar certo?