Aqui mesmo no blog, falamos na última semana sobre a delicada situação do Liverpool, que ainda habita a zona de rebaixamento da Premier League, mesmo com a vitória sobre o Blackburn, na última rodada. Porém, os Reds não são os únicos grandes ou tradicionais a sofrerem neste primeiro quarto de temporada 2010/11 no Velho Continente.
A situação mais alarmante é a do Feyenoord. Terceiro maior campeão da Eredivisie, com 14 títulos (só perde para a dupla Ajax/PSV), a equipe de Roterdã não é campeã holandesa há 12 temporadas e parece difícil que isso vá acontecer agora. Ocupando a 15ª posição entre 18 clubes (caem dois, com o antepenúltimo disputando um playoff para a permanência) a crise se tornou sem precedentes no Stadionclub, principalmente após a humilhante derrota diante do PSV por 10-0. É a maior derrota da história do clube, que está fora dos holofotes europeus há algum tempo – já foi campeão europeu em 1969/70 – , além de afundado em dívidas. Mesmo com a derrota acachapante, o técnico Mario Beer segue no comando da equipe – o time atravessa jejum de seis partidas sem vitória. Ele chegou a entregar o cargo após o massacre, mas viu a diretoria do Feyenoord lhe dar suporte para seguir.
Apesar de não ver um título da Bundesliga há mais de 50 anos, o Schalke 04 é um clube de massa na Alemanha. Contudo, mesmo com os altos investimentos feitos nesta temporada, como nos atacantes Huntelaar e Raúl, a equipe está na zona de rebaixamento da Bundesliga, com seis pontos em nove partidas, figurando no modesto 16º lugar. O time do goleiro titular da Alemanha, Manuel Neuer, vê o técnico Felix Magath balançar no cargo. O mesmo Magath que levou o modesto Wolfsburg ao título alemão em 2008/09 e que foi vice com o próprio Schalke na temporada passada. E o comandante já desabafou quanto às críticas ao seu trabalho."Eu não sou mágico, não posso fazer mais do que o meu trabalho. É preciso ter calma. A nossa jovem equipe vai encontrar o seu rumo e voltaremos ao topo da classificação, como ambicionamos". Na terra onde o modesto Mainz está na ponta, um dos principais jogadores do torneio pertence aos Azuis Reais: o meia Lewis Holtby, que brilha exatamente com a camisa dos líderes.
Na França, enquanto o modesto e recém promovido Brest aparece na briga por vagas europeias no topo da Ligue 1, os tradicionais Monaco e Lyon vão dando vexame. Dono de sete títulos nacionais na última década, o OL está a apenas três pontos da zona de rebaixamento, na 14ª posição, onde está a equipe monegasca, sete vezes campeã francesa.
A situação se repete na Itália com Roma (14ª) e Fiorentina (15ª). Com os respectivos técnicos – Claudio Ranieri e Sinisa Mihajlovic – ameaçados. Para piorar a situação giallorossi, a rival Lazio lidera o Calcio, além do time figurar na última posição do Grupo E da Champions League. Com uma vitória e duas derrotas, a atual vice-campeã italiana figura em último num grupo que além do poderoso Bayern de Munique, tem os inexpressivos Basel e Cluj.
Em Portugal, o sétimo lugar do Sporting é decepcionante. Quem acompanha o futebol na terrinha sabe o abismo que separa o trio de ferro Benfica/Porto/Sporting do restante dos clubes lusos. Vale lembrar que o título português só não ficou na mão dos grandes em apenas duas oportunidades: com Belenenses, em 1945/46, e o Boavista, em 2000/01. Muito pouco, em 76 temporadas disputadas. Longe do título há nove temporadas, a equipe é apenas a sétima nesta Primeira Liga. Liédson, artilheiro da equipe nas últimas temporadas, está às turras com contusões e marcou apenas uma vez em sete partidas. Aliás, o departamento médico dos leões está cheio: além do “Levezinho”, André Coelho, Matías Fernández e Salomão são alguns dos principais jogadores no estaleiro. E em relação ao disparado líder Porto, já são 12 pontos.
São algumas das imprevisibilidades no, por vezes, tão previsível futebol europeus, onde é tão difícil ver uma grande ou tradicional equipe tombar com tal facilidade dentro das quatro linhas.
2 comentários:
É meio arriscado dizer que um clube está em crise, pois nunca sabemos o que realmente acontece dentro dos clubes, mas, o rendimento não é mesmo o esperado.
Abração,
Luís
porforadogramado.blogspot.com
Opa André
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