3.10.10

A saída de Zico do Flamengo

Nesta semana consumou-se a saída de Zico do cargo de diretor executivo do Flamengo, depois de algumas disputas e picuinhas internas no clube. O que representa, mais uma vez, a vitória daqueles que não fazem o bem para o futebol, que dirigem os times movidos pela paixão cega e/ou pelos próprios interesses, sejam eles financeiros, políticos ou outros.

Zico é sabidamente uma pessoa honesta, profissional e que ama o Flamengo, clube pelo qual é o maior ídolo. Nos seus quatro meses, fez o que pôde para tentar arrumar a casa. O time ainda está mal, o Silas foi sua contratação, mas nada que justifique a sua queda. Às vezes, as coisas simplesmente não funcionam - ou podem levar tempo para tal.

Acontece que, como o próprio ex-jogador disse, o título do Campeonato Brasileiro de 2009 acabou encobrindo muita coisa ruim e errada no rubro-negro, assim como já havia sido feito com o tricampeão São Paulo de 2006 a 2008. No São Paulo, apesar da situação não estar tão crítica, o panorama é o mesmo. No time carioca, fica ainda pior o fato de ter a maior torcida do Brasil, acrescentando uma pressão que já era enorme.

Mais do que para quem gosta das coisas sérias, o quadro é ainda mais grave para esses mesmos torcedores que, mesmo sem saber, contam na administração de seu amado time uma pessoa como o tal do Leonardo Ribeiro, ou "capitão Léo", presidente do Conselho fiscal rubro-negro e ex-presidente de uma torcida organizada. Com ele, certamente muitos brindaram a saída do ídolo.

Talvez o Flamengo, atual campeão Brasileiro, escape do rebaixamento. Ou protagonize um vexame que ainda não aconteceu: cair para a Segundona no ano seguinte ao título - o Corinthians quase o fez, ao ganhar em 2005 e ser rebaixado em 2007. Mas iria, mais uma vez, jogar a sujeira para baixo do tapete, já que no começo do ano tem o bom e velho Campeonato Carioca para garantir a alegria (e iludir) novamente. Uma pena que não fará o Zico feliz.

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