5.4.09

Presente de grego

Muita emoção na rodada final do Paulistão. Três times brigando pela última vaga nas semifinais, enquanto outros nove tentavam fugir da zona de rebaixamento. Dentre eles, o Guarani, o único campeão brasileiro do interior, celeiro de diversos craques ao longo da história e “comemorando” 98 anos, completados na última quinta-feira. Começou o Paulistão embalado pelas boas campanhas em 2008, que trouxeram o Bugre de volta à elite do Paulista e a Série B do Brasileiro. Mas na prática, só não fez um campeonato pior que o Noroeste pelo saldo de gols. E após a incrível derrota frente ao Mirassol em casa, na penúltima rodada – dois gols em 15 minutos, tomando a virada – o Guarani chegou à rodada final em clima de despedida, já que dependia de uma série de resultados para escapar de nova queda, situação comum no Bugre nesta década - havia sido rebaixado nos Paulistas de 2001 e 2006, no Brasileirão de 2004, na Série B de 2005 e no Rio-São Paulo de 2002. Na brincadeira dos rivais da Ponte Preta, este seria o “hepta” rebaixamento.

Melancólico, o Bugre não conseguiu ao menos fazer a sua parte frente ao Bragantino, que entrou nada rodada praticamente livre do rebaixamento. O gol de Nunes na derrota por 1-0 jogou a pá de cal numa equipe consumida pelas dívidas de administrações passadas, que culminaram no sétimo rebaixamento do Bugre nesta década. Já acertado, Vadão assume a equipe após o fiasco do Paulistão com a difícil missão de manter o Guarani na Série B, montando um time competitivo com recursos escassos. E a missão do técnico será difícil, já que o elenco atual conseguiu ter o pior ataque do Paulistão (12 gols), além de reverter todo o momento negativo pelo qual o time atravessa, visto que a equipe passou a maioria da competição estadual na zona de degola.

Num 2009 que começou animador aos bugrinos, com os dois acessos e a contratação do veterano Amoroso para o Paulistão, o Guarani chegou aos 98 anos em um momento delicadíssimo: a queda vergonhosa para a Segundona paulista; Amoroso está contundido desde fevereiro e pode até encerrar a carreira – mesmo veterano, sua experiência poderia ajudar o time na Série B; encara o Internacional na Copa do Brasil nessa semana – lembrando que nos últimos dez jogos, o Inter fez 38 gols; o Brinco de Ouro - pouco mais de 55 anos - pode ser vendido a qualquer momento para sanar parte das dívidas do clube, pois está localizado numa área valorizada de Campinas. Um verdadeiro inferno astral bugrino.

4 comentários:

Vitor Augusto disse...

eu não acompanho muito o paulistão, mas os "bugrinos" terão que ter tanto sorte quanto habilidade

VINI disse...

Sensacional o blog, add nos favoritos.

Persio Presotto disse...

O Guarani, por tudo o que representa, pela história que tem, não merecia passar por essa humilhação. Que fique claro: não faço referência ao enterro simbólico, que, a meu ver, é uma provocação da torcida da Ponte, e só. Falo, sim, é da falta de gestão, da irresponsabilidade dos dirigentes que lá estão ou estiveram. Lamentável! Abs, PP

Vinicius Grissi disse...

Melancólica mesmo a situação do Guarani. Uma pena para o futebol brasileiro, que perde uma equipe de grande história.

Mas, pela força da torcida, ainda acredito no ressurgimento do time campineiro.