Quem acredita que a má fase de nossos hermanos resume-se apenas nas Eliminatórias, engana-se. Afinal, dos cinco clubes argentinos que disputam a Copa Libertadores da América, apenas o Boca Juniors, clube detentor de 6 títulos na competição, faz uma campanha respeitável.
Com três vitórias em três partidas, o Boca dá as cartas no Grupo 2 e dificilmente ficará de fora da próxima fase. Por outro lado, se os xeneizes estão contentes, o mesmo não pode se dizer de seus compatriotas que, hoje, teriam somente mais um representante entre os 16 qualificados. Confira as chances de cada um:
Estudiantes
Entre todos os argentinos que disputam o torneio continental, o Estudiantes é aquele que atravessa pior fase no campeonato local, estando na penúltima posição. Resta saber se Alejandro Sabella, novo treinador dos Pinchas, consegue fazer com que o time mantenha uma campanha regular, algo que não ocorria na gestão anterior.
A atual posição dos Leões esconde a real dificuldade que o Estudiantes enfrentará. Afinal, se não cumprir a difícil missão de bater o líder Cruzeiro, em La Plata, deve ir para a última rodada dependendo de um tropeço do Deportivo Quito.
Para piorar, o último adversário é o encardido Sucre, time que atuando na Bolívia vende caro a derrota. Certamente, o entrosado trio formado por Verón, Braña e Boselli (artilheiro da equipe, com 3 gols) terá muito trabalho, haja vista que o Estudiantes ainda não venceu fora de seus domínios neste ano.
Vice-Líder do Grupo 5
Campanha: 4 J; 2 V; 0 E; 2 D; 5 GP; 4 GC
Maior vexame: derrota de 3 a 0 para o Cruzeiro (fora)
Jogos que restam: Cruzeiro (C); Universitário de Sucre (F).
Chances de classificação: 60%
River Plate
Após um terrível segundo semestre de 2008, quando terminou a liga nacional como lanterna, o River Plate é uma equipe que reestrutura seu psicológico aos poucos. Por isso, a campanha apenas mediana na Copa Libertadores causa desconfiança. Afinal, será que o River manter-se-á nessa recente mediocridade ou jogará como favorito?
No papel o elenco dos Millionarios, atualmente 4º colocado no Argentino, não é dos piores: Ahumada, Marcelo Gallardo, Falcao Garcia... O problema é a falta de gols, algo que ficou evidente após o empate diante do Nacional, em pleno Monumental de Nuñez.
Agora o River não depende só de si. Além de vencer o já desclassificado Nacional paraguaio, terá que torcer pelo homônimo uruguaio roubar ao menos um ponto do San Martin. Assim, na última rodada, uma simples vitória contra os peruanos garantiria a vaga. Mas o que aconteceria se o Nacional uruguaio perdesse? Ih, melhor nem pensar nisso...
3º Colocado no Grupo 3
Campanha: 4 J; 1 V; 1 E; 2 D; 2 GP; 5 GC
Maior vexame: empate de 1 a 1 com o Nacional URU (casa)
Jogos que restam: Nacional PAR (F); Universidad San Martin (C).
Chances de classificação: 40%
Lanús
O Lanús, líder do Clausura 2009, parece sentir o peso de ser aquele que tem menor tradição em campeonatos internacionais. Dono de uma das piores defesas da competição, os Grenás são lanternas de uma das poucas chaves em que todos os representantes ainda têm chances de classificação. Nem a vinda do arqueiro Caranta (ex-Boca) anima.
A situação é tão drástica que a equipe do defensor brasileiro Jádson Viera sequer depende apenas de suas próprias forças. O jeito é fazer a sua parte e manter-se na expectativa. Vencer seus dois compromissos restantes e torcer para que o Everton passe pelo Chivas, em casa e pelo Caracas, fora. Impossível, não é. Mas é difícil de acreditar...
4º Colocado do Grupo 6
Campanha: 4 J; 0 V; 2 E; 2 D; 4 GP; 7 GC
Maior vexame: derrota de 2 a 1 para o Everton (em casa)
Jogos que restam: Chivas Guadalajara (F); Caracas (C).
Chances de classificação: 10%
San Lorenzo
Quem viu a estreia do San Lorenzo (4 a 1 no San Luís) não imaginaria que o Ciclón não conquistaria mais nenhum ponto desde então. Surpresa ainda maior quando se olha os componentes do grupo, recheado de clubes pouco tradicionais. Não à toa, o Libertad aproveita-se disso e realiza uma campanha irretocável, com 100% de aproveitamento.
É justamente para os paraguaios que os azul-grenás terão de torcer. Um simples empate do Libertad frente ao Universitário pode igualar a situação da chave, fazendo com que o experiente time de Almagro retome a vice-liderança dos peruanos. Antes disso, porém, Solari, Bergessio (ex-Benfica) e companhia terão que fazer sua parte e superar os mexicanos novamente. O que convenhamos, parece ser o mais difícil...
3º Colocado do Grupo 8
Campanha: 4 J; 1 V; 0 E; 3 D; 4 GP; 5 GC
Maior vexame: derrota de 1 a 0 para o Libertad (em casa)
Jogos que restam: San Luís (F); Universitário (C).
Chances de classificação: 45%
2 comentários:
Vi o jogo do River ontem...e o River é um time bem mediano. O Fabbianni é fixo e se a bola não chega para ele finalizar, o River depende mto de boas jornadas do Falcao Garcia e do Gallardo. O Gallardo fez algumas boas jogadas ontem, mas nada de excepcional. E o time do Nacional soube se segurar e quase venceu o jogo com perigosos contrataques. Com esse futebol burocrático, o River periga mesmo ficarfora da próxima fase.
Futebol argentino é tinhoso. Quando parece morto, está mais vivo que a gente. E o Estudiantes, com os 4 a 0 contra o Cruzeiro, a meu ver, mostrou bem isso. Abração, Thiago! PP
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