1.9.07

Dá para comemorar?

Em meio a maior e mais turbulenta crise de seus 97 anos de existência, o Sport Club Corinthians Paulista completa mais um ano de existência. Fundado sob a luz de um poste a gás, em 1910, os pioneiros jamais imaginariam que neste ano de 2007, o clube estivesse, literalmente, com pouco brilho. Então, dá para comemorar algo?

O que se viu nos últimos anos no Corinthians após a famigerada parceria com a MSI foram mais decepções do que motivos para se vibrar. Do posto de um dos principais times (tecnicamente falando) do Brasil, o Corinthians se vê reduzido a uma grande vitrine de atletas e de pessoas que usam o nome e a história do clube de Pq. São Jorge para lucrar, sem respeito nenhum pela entidade. Após a derrocada na Libertadores de 2006, a lua-de-mel com a MSI acabou e foi onde a coisa começou a desandar. Contratações duvidosas, trazidas por empresários ainda mais duvidosos; briga interna pelo comando do clube; o nome do clube envolvido em operações suspeitas, fazendo com que o destaque do time saísse da editoria de esportes para ir parar nas editorias policiais; torcedores protestando (muitas vezes irracionalmente), mostrando a falta de comando em todas as instâncias do clube, além da dança de técnicos e da falta de tranquilidade para se efetuar um trabalho sério, dentro da nova realidade financeira do clube. Enumerando as principais presepadas de 2007:
  1. O caso de jogadores que usaram do clube como trampolim, como os casos de Christian (largado no futebol gaúcho) e Pedro Silva (enxotado por Luxemburgo do Santos), entre outros.
  2. O "interminável" caso Nilmar, que acabou com o jogador conseguindo se desvincular do clube a custo zero, sendo que o Timão deve arcar com uma dívida de mais de R$ 20 milhões, por conta da compra de seu passe junto ao Lyon.
  3. A bagunça administrativa em todas as instâncias do clube, desde a presidência até o departamento de futebol ( hoje o time tem um presidente interino, um diretor de futebol tapa-buraco e um técnico interino).
  4. A desvalorização de parte do prestígio do clube pelos profissionais do futebol, visto que jogadores e técnicos com "alguma fama" se recusam ou relegam a segundo plano fazer parte do clube, fato esse inimaginável até pouco tempo atrás.
  5. Fritura de promessas: jogadores que pintam como futuros bons jogadores (casos de Willian, Ratinho e Fágner) saem cada vez mais cedo do Brasil, muitos por medo de ficarem no clube.

A doença é grave e o diagnóstico é preocupante, pois o time não tem um elenco tão medíocre em vista de outros nesse Brasileirão, mas é sério candidato ao descenso, pois o clube tornou-se uma bomba prestes a explodir. E as pessoas que estão no comando parecem fechar os olhos a essa crise, a mais grave e sem precedentes na história do clube. Os corinthianos têm de ter noção da grandeza do clube, mas devem se unir para não fazer algo quando for tarde.

É hora de gente nova, pensamentos inovadores e muita consciência. Que Dualib caia, mas que gente boa e que deseja o bem do Corinthians toque esse barco, de águas tão turbulentas, e leve o clube ao lugar que merece.

4 comentários:

Sidarta Martins disse...

As vezes, é preciso chegar até o fundo do poço para se livrar de tudo que atrapalha.

Abraços,

Dassler Marques disse...

vejo o elenco atual cada dia mais fraco. e nem mesmo a vitória no clássico me anima para o resto do ano.

belo resumo André!


abs,
Dassler

Anônimo disse...

A Torcida e a historia do clube não merecem passar por esta situação que vem passando!Abraço

Gerson Sicca disse...

O corinthians, além de um caso de polícia, tb é um caso a ser estudado em cursos de administração esportiva