No Brasil, o fim de ano marca a intertemprada da grande maioria dos esportes, principalmente, o futebol. Retrospectivas, inúmeros VTs de jogos marcantes, transmissão ao vivo das peladas de final de ano e as matérias "diferentes" dos programas esportivos, que tem de rebolar para extrair dessa época uma boa pauta (o que, quase sempre, não é possível). Além disso, somam-se as especulações, algumas delas, absurdas, que cansam a paciência e até mesmo, a inteligência do torcedor/telespectador.
Eis que, na ESPN braslieira (infelizmente, fechada nos canais à cabo ou satélite), começam a ser transmitidos os excelentes "30 for 30", pequenos filmes documentados que retratam alguns dos grandes ou marcantes acontecimentos esportivos dos últimos 30 anos (na época em que se iniciou o projeto, em 2009, a emissora esportiva completava três décadas de vida), na ótica de renomados diretores. Um primor, em 30 minutos de película (mais 30 de comerciais).
Tem produções para todos os gostos e modalidades. Desde o cultado futebol americano, passando pelos sucessos "made in USA" da NBA, NHL (hóquei) e MLB (baseball), até outras modalidades como basquete, Nascar, BMX, rúgbi e até mesmo o futebol – que ainda tenta ganhar espaço por lá.
Obviamente, não consegui assistir as 30 produções. Porém, vi três: "Once Brothers", "Reggie Miller vs New York Knicks" e "Jordan Rides the Bus". A primeira, uma história trágica do basquete iugoslavo, promissor entre o final da década de 1980 (quando foi prata nas Olimpíadas de Seul) até pouco tempo após a fragmentação do país, que viu Croácia e Eslovênia se tornarem independentes, travando violento conflito contra a ex-nação. Único de origem sérvia daquele time, Vlade Divac se envolveu num incidente onde tomou a bandeira da Croácia de um torcedor durante as comemorações do título mundial conquistado pela Iugoslávia, em 1990 – ele alegou que a conquista era iugoslava, não sérvia, nem croata. Seu melhor amigo e croata, Drazen Petrovic (além dos outros de mesma nacionalidade da equipe) tomaram a atitude como ofensa pessoal e patriótica e "isolaram" Divac, que nunca falaria mais com o ex-companheiro, promissor talento do New York Nets, morto em um acidente de carro, em 1993.
O outro contra a história dos confrontos entre o Indiana Pacers, de Reggie Miller, diante do New York Knicks, nos playoffs da NBA de 1994 e 1995. Visto como o confronto dos "metidos" da cidade grande da Big Apple contra os "caipiras" de Indiana, conta a rivalidade que se formou em torno desse jogo, com Miller sendo o protagonista. Já Michael Jordan não é abordado pela ótica de "Pelé do basquete", quando conduziu o fantástico Bulls dos anos 1990. Mas da sua transição de "deus" daquele esporte ao nível dos mortais do baseball, esporte que não praticava desde que se tornou profissional e pelo qual abandonou sua gloriosa carreira atendendo um desejo de seu pai, então, recém-falecido. Sem a mesma habilidade com o bastão, em relação à bola laranja, foi realizar seu sonho de atuar profissionalmente pelo baseball em uma equipe fora da elite da Major League Baseball (MLB), envergando a camisa do Birmingham Barons, do segundo escalão do esporte, sem nenhum tipo de vaidade comum a um astro.
Reggie Miller, dos Pacers, já foi o "inimigo número 1" de Nova York
Alguns desses títulos saíram em DVD, que infelizmente, são importados. Porém, vale a pena uma espiada em qualquer um dos títulos, já que a ESPN anda transmitindo alguns deles neste final de 2010 – principalmente pelo período de entressafra de futebol. É o esporte sendo abordado por outras óticas, diferentes das convencionais.
PS: Apesar do longo tempo de inatividade neste mês de dezembro, o blog segue com as atividades em 2011. Um ótimo Ano Novo aos leitores e visitantes, com muitas realizações.
Um comentário:
tive a oportunidade de ver alguns jogos do Pacers na época de Reggie Miller .... o cara simplesmente não errava lance livre ... eu nunca vi ele errar ..... coisa incrível !!!!!!
Ótimo 2011 pra vc meu caro André...
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