Uma final com o espírito de Libertadores: muita disputa, algumas boas jogadas, a tradicional catimba e um soco do botinudo Schiavi no esforçado Wellington Paulista. Com Fábio pegando tudo, pressão inicial do Estudiantes e um gol incrível perdido por Kléber quando o Cruzeiro jogava melhor no quarto final da partida, a equipe Celeste leva uma enorme vantagem para Belo Horizonte. E está mais perto do tricampeonato do que os Pinchas do tetra. Jogando em casa e com o histórico de seis vitórias em seis partidas dentro do Mineirão nesta edição – uma delas diante do próprio Estudiantes, pela fase de grupos – o Cruzeiro de Adillson Batista é mais técnico, tem um time bem postado e jogadores em boa fase, casos de Fábio e Kléber, que parece talhado a jogar competições do quilate de uma Libertadores da América.
Mesmo não tendo uma defesa brilhante – apesar de não ter sofrido gols em casa nessa Libertadores – o Estudiantes está longe de ser um time ingênuo. Schiavi e Boselli já sentiram o gosto de campeões sulamericanos, na época de Boca Juniors. Andújar – vendido ao Catania – é bom goleiro e Verón, no alto de sua experiência, ainda pode desequilibrar, assim como seu pai o fez na época do tricampeonato continental dos Pinchas, entre 1968 e 1970. La Brujita tem motivação sobrando para trazer um título que a equipe de La Plata não vê há quase 30 anos.
Apesar da ótima vantagem, o oba-oba e o nervosismo podem pesar contra. Como exemplo, podemos citar o Palmeiras de 2000, que conseguiu bom empate por 2-2 na Bombonera e sucumbiu nos pênaltis dentro do Morumbi, e o São Caetano, que obteve ótima vantagem de 1-0 diante do Olímpia no Defensores Del Chaco e depois sucumbiu ante os paraguaios no Pacaembu, também nos pênaltis. Com a bola no chão e sem entrar na tradicional catimba argentina, o Cruzeiro é mais time. Mas como diria aquele ditado: cautela e canja de galinha não fazem mal a ninguém.
O grande perdedor
Na 50ª edição da tradicional Copa Libertadores, a Confederação Sulamericana de futebol sai como grande perdedora. Além da omissão nos episódios causados pela “gripe suína” – que acabou resultando na exclusão dos times mexicanos e nas vistas grossas aos argentinos – o fato da entidade não possuir uma cláusula obrigatória de transmissão integral da mais importante competição de clubes do continente é bola fora. Desvaloriza a competição enquanto produto e mostra nenhuma visão de mercado, ao contrário do que acontece numa Champions League, por exemplo. Se fosse melhor explorada, com certeza a Libertadores seria vista com outros olhos fora da América do Sul. Inclusive pelos próprios mexicanos, maiores prejudicados desta edição. Erich Beting fez um excelente post em seu blog sobre o assunto "Culpa da Globo ou da Conmebol?", que mostra que a culpa da grande final não ser transmitida em rede nacional não é só culpa da vênus platinada e sim que o buraco é bem mais embaixo.
Visões sobre a primeira partida da finalíssima nos blogs Marcação Cerrada e Impedimento.
4 comentários:
Vc errou no texto do seu post, a canja de galinha ainda não tá em nossas mãos, mas quem sabe o nosso mistão super quente (reservas e juniors) não nos garante a canja no domingo próximo?
Abraços
Boa abordagem do assunto sobre a transmissão do jogo. De todo modo foi um absurdo preterir esse jogo de final a um de uma simples rodada do brasileirão.
Saudações Celestes
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Certamente o time mineiro tem mais qualidade mas acho que o jogo será muito difícil apesar do retrospecto positivo do Cruzeiro em casa. Achei o resultado perigoso para o Cruzeiro, principalmente se o time entrar em campo acreditando que possui uma grande vantagem...
Um placar de 1 X 0 para o Estudiantes no primeiro jogo certamente faria o time de Adílson Batista entrar com outra postura em campo, um empate pode mascarar uma vantagem que muitas vezes não acontece em uma final tão disputada quanto a Libertadores.
Abraços
Foi um grande jogo, e de fato, o Cruzeiro tem todas as condições para sair com o título, mas vai precisar se cuidar.
Quando à Conmebol, concordo plenamente. Que eles aprendam a valorizar o torneio que organizam, assim como é feito na Europa. Mas, acho que a Globo acabou perdendo mais ao não transmitir o jogo.
Obrigado pela indicação de leitura do Marcação por aqui. Fui pego de surpresa e fiquei muito satisfeito.
Muito legal o texto!
Pode parecer insanidade dizer isso, mas eu acho o 0 x 0 mais perigoso do que um 1 x 0 pró-Estudiantes no jogo de ida. Não estou dizendo que era melhor ter perdido, mas com a teórica vantagem de ter empatado fora, o Cruzeiro não vai entrar babando como entraria se tivesse em desvantagem, aproveitando toda empolgação do Mineirão.
Meu palpite? 1 x 1. Cruzeiro ganha nos pênaltis.
Ah, e parabéns por ter estômago pra entrar nesse assunto da televisão, precisa ter um muito bem regulado.
Abraços! E apareça lá no meu também!
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