1.6.09

Que fim deram as zebras?

O final da temporada 2008/09 chegou, abrindo a temporada para balanços e especulações. Nos principais campeonatos europeus, algumas zebras ameaçaram galopar nos gramados, mas acabaram por não se concretizar e algumas até mesmo a voltar ao prognóstico de pré-temporada: a zona do “ostracismo” ou a briga pelo rebaixamento.

Caçula desta Bundesliga, o Hoffenheim pode ser considerado um dos azarões que tiveram mais sucesso. Ainda assim, fica uma ponta de decepção, já que o Hoffe chegou a sonhar alto com a conquista simbólica do título de campeão de inverno do certame alemão. Em um primeiro turno fabuloso, peitou os grandes do futebol alemão e virou o turno na frente do Bayern, no saldo de gols. Após um turno inteiro sem perder em jogos dentro de casa, a coisa desandou, principalmente pela falta de peças de reposição dentro do elenco e a contusão grave de seu principal jogador – o bósnio Vedad Ibisevic, artilheiro da Bundesliga àquela altura com 18 tentos. Apenas quatro vitórias no returno e chegando a amargar uma série de sete jogos sem vitória, o Hoffenheim não só viu a chance do título ficar distante, mas acabou o campeonato na sétima colocação, ficando de fora de qualquer competição européia em 2009/10. Mesmo recém-promovido, acabou ficando uma pontinha de decepção ao Hoffe. Enquanto isso no segundo turno, outra zebra arrancou rumo ao título da Bundesliga, comandados por Dzeko, Grafite e Misimovic: o Wolfsburg.

Outro que surpreendeu, mas por menos tempo em relação ao Hoffenheim e Wolfsburg foi o Hull City, também caçula na Premier League. O time do brasileiro Geovanni chegou a encostar na liderança, à época disputada por Chelsea e Liverpool com um time limitadíssimo, como foi comprovado após a boa fase dos Tigers, que durou até a nona rodada. Duas séries de 11 derrotas derrubaram o time, que terminou o campeonato apenas uma posição acima da zona de rebaixamento, se salvando na última rodada graças a derrocada do tradicional Newcastle, rebaixado para a segunda divisão. Outro que chegou a surpreender e a sonhar com uma vaga na Champions League foi o Aston Villa. No entanto, uma série de nove jogos sem vitória podaram os Villains na briga contra o Arsenal, que acabou ficando com a última vaga inglesa para a competição européia. O Villa acabou se contentando com uma vaga na Liga Europa após a sexta colocação na tabela.

A hegemonia do trio de ferro no Campeonato Português teve um estranho no ninho no início do campeonato: o Leixões. A equipe da cidade de Matosinhos ficou até a 11ª rodada entre os líderes, mas a carruagem acabou virando abóbora. Após quatro rodadas na liderança, o Leixões amargou uma brusca queda e a exemplo do que aconteceu com o Hoffenheim na Alemanha, acabou nem se classificando para qualquer competição continental em 2009/10.

E se o tradicionalismo acabou imperando na Europa com o tetracampeonato da Inter - onde o Genoa fez campanha surpreendente, quase conseguindo uma vaga na Champions - e do Porto e o tricampeonato do Manchester United, duas grandes hegemonias foram quebradas na Europa: o Bordeaux interrompeu a impressionante série de sete campeonatos consecutivos do Lyon e sagrou-se campeão francês pela primeira vez após 10 anos de jejum. E na Holanda, o AZ Alkmaar do técnico Louis Van Gaal – já contratado pelo Bayern – quebrou uma hegemonia de nove anos de conquistas da tradicional dupla PSV-Ajax na Eredivisie. Além do surpreendente campeonato – apenas o segundo de sua história – a Holanda ainda viu com espanto o Twente se classificar para a pré-Champions por conta do vice-campeonato. O até então tetracampeão PSV (4º) e o Ajax (3º) terão de se contentar com a disputa da Liga Europa.

3 comentários:

Rafael Andrade disse...

Assim como aqui no Brasil, times de menor expressão tem menos poderio de investimento, e essa é uma das maiores - senão a maior - causa da "extinção das zebras". No máximo que esses times atingem é uma vaga na UEFA Champions League, como foi o caso do Genoa, desbancando Roma e Fiorentina, e como foi por boa parte do inglês com o Aston Villa, que por pouco não deixou o poderoso Arsenal de fora da próxima UCL, mas no fim, o maior poderio dos Gunners falou mais alto.

Gerson Sicca disse...

Não adianta: campeonato de pontos corridos são todos iguais. Time sem grupo dura no máximo dez rodadas. Olhe a tabela do Brasileiro agora e veja quem vai sobrar. Apostar em vitória e Náutico seria loucura.
Abraço!

Alexandre Massi disse...

Bem observado, André.

Ainda adicionaria o Sivasspor, que perdeu o título turco na reta final do campeonato para o Besiktas. Pelo menos vai disputar a Champions.

Abs

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