19.6.09

Direita forte, esquerda relutante

O Brasil de Dunga ainda não está redondo. Mesmo com jogadores como Robinho e Gilberto Silva rendendo longe do ideal e um Elano irregular, o técnico testa opções nesta Copa das Confederações, mas não acena com mudanças radicais na meia e no ataque canarinho. O ponto de interrogação na cabeça do técnico brasileiro atualmente está nas laterais, onde as duvidas se contrastam na definição dos titulares das camisas 2 e 6. Ambas as posições não tem tantos candidatos aptos atualmente a assumir as vagas de titulares. Contudo, enquanto a direita nos mostra Maicon e Daniel Alves brigando pela ala direita em altíssimo nível – com certeza, estão entre os cinco melhores do mundo na posição – a esquerda possui postulantes irregulares para agarrar a titularidade ou mesmo de fazer sombra aos concorrentes. Após a saída pós-Copa de 2006 de Roberto Carlos, nomes como Gilberto, Marcelo, Kléber, Adriano, Juan Maldonado e agora, André Santos mostram que a rotatividade no setor é alta, mas sem nenhum titular absoluto.

Na direita, a briga é acirrada. Titular absoluto na era Dunga, Maicon não dava sombra ao concorrente Daniel Alves. Tanto é que na final da Copa América, o técnico chegou a utilizar o apoiador do Barcelona no meio, posição pela qual ele chegou a atuar em algumas partidas de seu ex-clube, o Sevilla. Gozando de seu melhor momento na Inter e na Seleção, Maicon se contundiu na partida contra o Equador, em março, e perdeu o resto da temporada européia. Substituto imediato e subindo de produção no Barcelona, Alves fez boas partidas frente a Uruguai e Paraguai e acabou virando o titular da direita na Copa das Confederações no jogo de estréia. Eis que no jogo desta quinta contra os Estados Unidos, Maicon reaparece como titular e mostra o bom futebol dos tempos pré-contusão, com uma assistência, o terceiro gol e a eleição da FIFA como o melhor em campo. E a boa dor de cabeça se instaura na cabeça do treinador canarinho.

Virando o jogo, Gilberto começou a era Dunga como o titular. Mas tanto na Seleção quanto no Tottenham – transferido do Hertha Berlim – seu futebol caiu vertiginosamente. Tanto é que há quase um ano, o lateral não joga pelo Brasil. De lá pra cá, outros jogadores como Marcelo, Adriano e Kléber não conseguiram apresentar um futebol convincente para sanar as incertezas de Dunga. Contra os estadunidenses, André Santos debutou como titular. Apesar de se apresentar mais ao jogo do que seu antecessor e atual rival na posição Kléber, fez partida discreta. Muito por culpa da Seleção acabar ficando pensa pela direita, tanto pelas incertezas no setor da ala esquerda, quanto pela falta de um meia canhoto. Fatores que acabam prejudicando Robinho, quando atua naquela faixa de campo.

Se na direita, a opção entre a volúpia e força física de Maicon ou a técnica e as bolas precisas de Alves não será questionada, na esquerda as propostas se multiplicam, sem nenhum consenso. No Blog do Carlão, o blogueiro sugere que ambos atuem juntos como na final da Copa América de 2007: Maicon na ala e Daniel Alves na meia, na função de Elano, escolha que acho improvável neste momento com a inserção gradual de Ramires como opção no time. O mesmo Carlão e Juca Kfouri, em seu blog, também evocam a possibilidade de improvisar um deles na ala esquerda. Possibilidade que acho equivocada, visto que Dunga ainda precisa dar uma chance ao experiente Fábio Aurélio, do Liverpool, que tem bola pra assumir a camisa seis se atuar no Brasil tal qual o faz nos Reds. E André Santos, recém-incorporado ao elenco, deve e pode ser mais testado, se convertendo em opção mais ofensiva. O contraponto é que ambos são inexperientes com a amarelinha. A menos de um ano de uma Copa do Mundo.

3 comentários:

Leandrus disse...

Ainda bem que estamos com boas opções na direita. Tenho uma preferência por Daniel Alves, principalmente porque das vezes em que fui ao estádio ver jogos da Seleção e Maicon estava em campo, o lateral da Inter fez partidas simplesmente pavorosas, principalmente quando se encontrou bem marcado no ataque e tendo a resposabilidade de apostar num lance individual. Mas sua última partida, contra os EUA, foi mesmo uma amostra de que pode ser titular nesta equipe.

Já na esquerda, eu nunca entendi porque Fábio Aurélio não é convocado. Está jogando muito bem no Liverpool, ataca e defende com a mesma eficiência, é uma ótima opção nas bolas paradas e está livre de contusões. Enquanto faz uma série de boas atuações, Dunga se convence com umas partidas meia-boca de Kléber em seu clube. Fazer o que...

Breiller disse...

Tirar o Kléber é o primeiro passo. É notório que a condição física dele está bem abaixo do restante da Seleção. André Santos, por se tratar de suas primeiras participações, foi relativamente bem. Precisa de tempo e paciência para se firmar. Fábio Aurélio também seria uma grande pedida, talvez a solução para o lado esquerdo. E não considero ele tão inexperiente assim quando o assunto é Seleção. Participou de Olimpíada, integrou as seleções de base e já tem estrada no futebol. Acredito que não sentiria tanto quanto o André Santos.

Abraço!

Blog do Carlão - Futebol é nossa área disse...

Fábio Aurélio e Marcelo são meus laterais-esquerdos.