Mas a denominação de “santo” (já usada para Marcos, nos tempos áureos de Palmeiras e Seleção Brasileira), com a sua devida analogia, é bem apropriada. Com uma equipe em frangalhos, que aos poucos tenta readquirir uma nova identidade, o goleiro carioca revelado nas categorias de base do Vitória cavou muito mais do que um espaço no gol alvinegro. Felipe preencheu uma lacuna que existia há muitos anos no Corinthians: a o adorado e incontestável camisa 1.
Desde a saída de Ronaldo, 601 jogos pelo clube, o torcedor corinthiano não vibrava tanto ao ver um goleiro com a cara de sua torcida. Ronaldo não era um goleiro brilhante tecnicamente, mas seus gritos, raça e boas defesas o fizeram cair nas graças da Fiel. Conquistou dois Paulistas (95 e 97) uma Copa do Brasil (95) e um Brasileirão (90). Como Felipe, Ronaldo também é de gênio forte, chegando até a cobrar companheiros publicamente por conta de erros.
Digo que a Fiel sentia falta de um goleiro com a cara da torcida pois Dida, excelente goleiro que passou pelo Corinthians (entre 99 e 2000 e 2001 e 2002) era extremamente frio quando atuava. E talvez esse quê de vibração que Dida não possui faz muitos torcedores prefirirem Ronaldo a Dida. Mas outras semelhanças entre Dida e Felipe também acontecem, pois os dois saíram da mesma escola de goleiros: a do Vitória baiano.
Mas a vida de Felipe não foi apenas de êxitos. Até se destacar no Paulistão deste ano, quando parou os Santos nas semifinais, sendo que o time praiano só chegou à final por ter melhor campanha, Felipe sofreu um bocado no Vitória e na Lusa. Quem quiser acompanhar um depoimento de um jogo válido pela Copa do Brasil no qual Felipe, defendendo a camisa do rubro-negro baiano, falhou feio frente ao Baraúnas/RN, é só acompanhar o depoimento de um torcedor que estava vendo o garoto começar, no post de 05/11 do blog da Trivela. Mas o goleiro, que chegou ao Parque São Jorge com seu jeito tímido, calado na hora das entrevistas, foi se soltando fora e dentro de campo. É um dos líderes de um dos piores Corinthians de todos os tempos. Mas mesmo assim, encontra espaço para ser o melhor goleiro deste Brasileirão e o maior ídolo da torcida alvinegra desde a saída de Carlitos Tevez. E tem tudo para ratificar essa condição, já que seu contrato, válido até 2011, pode ser renovado a qualquer momento.
Se o Palmeiras tem (ou teve) São Marcos, o São Paulo tem o “Deus” Rogério Ceni, porque Felipe não pode ser considerado São Felipe? As suas peripécias no campeonato não deixam dúvidas: Felipe é o craque do time, mesmo não sendo o 10. Mas é o 1.
Na enquete do Opinião FC para a escolha do melhor debutante deste Brasileirão, Felipe ganhou apertado do zagueiro-revelação tricolor Breno. O goleiro venceu com 37 %, seguido pelo rival, com 34%. O uruguaio Acosta, destaque do Náutico recebeu 23% dos votos, enquanto o atacante Guilherme do Cruzeiro ficou com 7%. O camisa 10 do Flu, Thiago Neves, recebeu 5% dos votos e fechando a enquete, o boliviano Marcelo Moreno, da Raposa, recebeu 1% da preferência dos internautas. O Opinião FC agradece a todos, chegando a marca de 140 votos na enquete!
2 comentários:
Olha Andre o felipe é um craque, mas recebi informações que quem pegou o penalti foi São Jorge, mas imagens demonstram que foi São Jorge também com sua espada que obrigou Paulo Baier errar o penalti! Abração
Melhor goleiro do campeonato, sem dúvidas.
abraço!
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