2.7.11

Caminho errado

Messi, Agüero, Pastore, Higuaín, Di Maria, Tevez, Diego Milito. Se sobram opções de frente para a argentina (pelos nomes, até mais que a da Seleção Brasileira, por exemplo), a parte defensiva da Argentina segue sendo o calcanhar de Aquiles da equipe, agora comandada por Sérgio “Checho” Batista. Além do gol bizarro sofrido diante da Bolívia, na estreia da Copa América, muitos viram a falta de padrão tático. E diga-se de passagem, essa era uma das maiores críticas à Albiceleste na “Era Maradona”, quando o time sucumbiu na Copa do Mundo de 2010 diante da ótima e organizada Alemanha por 4 a 0.

Pela indiscutível qualidade do melhor do mundo, Lionel Messi, muito falou-se em “jogar como o Barcelona”. Vejo que a Argentina tem que deixar tal inspiração de lado, visto que o seu suporte defensivo não comporta o esquema, que prima pela ofensividade, mas tem uma série de pilares para que o time de Guardiola não seja alvejado de chutes ao gol de Victor Valdés.

Além de ter goleiros longe de passar segurança, a defesa argentina tem um problema crônico: a falta de ritmo de jogo, além do entrosamento – um dos fatores de sucesso do Barça, a manutenção da base. Titulares de Batista, Burdisso e Gabi Milito formam nova dupla na seleção. Mas enquanto Burdisso é constante na zaga da Roma, Gabi sofreu com as constantes contusões e não é nem um reserva confiável no Barcelona. Tanto que quando Puyol se contundiu, na reta final da última temporada, Guardiola se sentiu mais seguro em improvisar o também reserva Mascherano na zaga. Reserva imediato, Ezequiel Garay também pouco atuou pelo Real Madrid e 2010/11.

Na meia cancha, Mascherano, Cambiasso e Banega pularam na frente. Apesar da capacidade dos dois últimos de chegar à frente, mesmo como volantes de origem, estão longe de Xavi e Iniesta (mais meias do que volantes). Javier Pastore, cobiçado por diversos times de ponta pela ótima temporada no Palermo, poderia ser utilizado como enganche, auxiliado por Cambiasso e fazendo com que Messi – que sem o apoio devido, fez partida discreta – não tivesse que recuar tantas vezes para buscar a bola. Agüero, outro de ótima temporada, também provou ontem (não só pelo golaço salvador) que não pode ser banco do bom Lavezzi.

Sem dúvida, a Argentina ainda pode crescer durante a Copa América e sair da seca de títulos que já dura 18 anos. Mas o que a Albiceleste precisa agora é de um “efeito Muricy”, guardadas as devidas proporções. Um treinador que arrume o time de trás para frente, já que a força ofensiva argentina é indiscutível, assim como era o Santos antes da chegada de Muricy. Foi fortalecendo a defesa e o meio-campo que ele endireitou o Peixe até a conquista da Libertadores.

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