21.4.11

"Mind games"

Um empate que praticamente ratificou o título espanhol ao adversário e um título secundário de copa nacional. Visto desta forma, a igualdade, no último sábado, e a vitória e o título da Copa do Rei, nesta última quarta, no Mestalla, parecem secundários em si ao fim dos dois primeiros confrontos entre Barcelona e Real Madrid. Porém, os resultados dão uma vantagem psicológica aos comandados do técnico José Mourinho, que antes da série de clássicos, estavam relutantes em encarar os rivais, pelos acachapantes 5 a 0 do primeiro turno de La Liga.

Até a ordem dos confrontos das semifinais da Champions League – o primeiro no Santiago Bernabéu, na próxima quarta e o derradeiro, dia 3 de maio, no Camp Nou – favorece os merengues, após os resultados. Nome por nome, o Barcelona tem mais talento, mais entrosamento e mais time. Sabedor disso, entrou aí a esperteza de Mourinho em colocar Pepe como volante, fortalecendo a defesa, com Özil flutuando na armação de jogadas, Di María aberto pela esquerda (e auxiliando Marcelo na marcação ao incisivo e técnico Daniel Alves e a variação Xavi-Iniesta) e Cristiano Ronaldo como referência principal.

Apesar do massacre na posse de bola (em La Liga, 72,2% contra 28,8% e na final da Copa do Rei, 69,1% contra 30,9%), Mourinho descobriu que não podia atacar diretamente o time de Pep Guardiola. O empate arrancado com um a menos, contudo, foi muito benéfico – o campeonato estaria nas mãos dos catalães, de qualquer forma. Lição aprendida, no campo neutro do Mestalla, onde o Real poderia ter saído em vantagem no primeiro tempo, no qual acabou superior. Com a saída de um cansado Özil, a melhor válvula de escape blanca se foi. E o Barcelona voltou a massacrar, parando na muralha Casillas. Mas Ronaldo decidiu numa das raras falhas do miolo de zaga blaugrana, onde faltou cacoete de zagueiro ao improvisado Mascherano. Título sobre o maior rival, após seis jogos de seca, tem gosto de mais motivação.

O desafio de Guardiola é transformar a superioridade com a bola nos pés em gols, como já aconteceu nas goleadas por 5-0 e 6-2 - esta última, em maio de 2009 e chegar o “menos danificado” possível ao Camp Nou – outro desafio ao quebrador de tabus Mourinho, já que os madrilenos não vencem na Catalunha desde dezembro de 2007. O momento psicológico após os dois primeiros clássicos reequilibrou o confronto. Ponto para os portugueses merengues.

Um comentário:

Danilo Damasceno disse...

Mourinho faz com que o real supere suas dificuldades e fraquezas, e a soberba do Braça atrapalha. André estou de volta ao Pitacos do Bodaum, te aguardo lá. Abração http://pitacosdobodaum.blogspot.com