24.2.14

Copa Libertadores da América - Parte I

Há três semanas iniciou-se a 55ª edição da Copa Libertadores, o mais importante torneio interclubes do continente. Mesmo desfalcada da presença dos clubes paulistas, algo que não acontecia há anos, podemos considerar todos os seis representantes do país como fortes candidatos a levantar o troféu no dia 13 de agosto.


Afinal, não esqueçamos que nos últimos quatro anos, sempre um brasileiro ocupou o lugar mais alto do pódio... Motivos suficientes para confiar em mais um sucesso brasileiro. 

Grupo 1: ATLÉTICO-PR, The Strongest (BOL), Universitario (PER) e Velez Sársfield (ARG) 

Após passar pelo indigesto Sporting Crystal com uma vitória ao apagar das luzes, seguida de novo triunfo nos pênaltis, o Furacão ganhou motivação no torneio. Sem contar com as presenças do imortal Paulo Baier e do promissor Dellatorre, muita coisa mudou. A aposta da vez é o polêmico veterano atacante Adriano que, mais uma vez, promete novos hábitos... 

Com um elenco muito jovem, o novo treinador Miguel Angel Portugal abriu mãos do ofensivo 4-3-3 em detrimento de um conservador 4-3-1-2. O diferencial do esquema passa justamente nos pés dos novos contratados do time da Baixada: o potencial ofensivo do lateral Sueliton (ex-Criciúma) e a boa chegada do “falso volante” Paulinho Dias (ex-Chapecoense) – autor do gol na estreia da fase de grupos contra o The Strongest. 

O Velez Sársfield, atual campeão argentino destaca-se pelo entrosamento. Apenas Insúa deixou a equipe. Se a defesa possui Cubero, Sebá Dominguez e Emiliano Papa, do meio para frente El Fortín tem nomes que já perambularam pela Europa, como Pratto, Mauro Zárate e Canteros. Atenção ao jovem Lucas Romero, volante-revelação do clube de José Amalfitani.

Já The Strongest e Universitario pouco devem amedontrar. Do lado boliviano, além da temida altitude, os destaques são o defensor Bejarano e os já rodados meias Chumacero e Pablo Escobar. Já o campeão peruano possui um jovem elenco no qual sobressaem o promissor ala-esquerdo Edwin Gómez e o ex-atacante do Coritiba Ruidíaz.

Time-base: Weverton; Sueliton, Manoel, Cleberson e Lucas Olaza (Natanael); Deivid, João Paulo e Paulinho Dias; Fran Mérida; Ederson e Marcelo (Zezinho). Técnico: Miguel Angel Portugal. 

Ele é o cara! Apesar de inconstante, Ederson tem faro de gol. Ambidestro, chuta muito forte, cabeceia bem e possui ótimo posicionamento. Centroavante nato. Anotou 21 tentos no último Campeonato Brasileiro e marcou o gol salvador contra o Sporting Cristal. 

Olho nele! Com a ausência de Paulo Baier, o Furacão dependerá do bom rendimento do espanhol Fran Mérida. Formado na categoria de base do Barcelona, enfim, o meia terá uma chance de protagonismo para mostrar que não é uma eterna promessa. 

Os espiões-adversários: Jefferson Faustino, zagueiro (The Strongest) e Dalton, zagueiro (Universitario)

Aposta OpiniaoFC: Vélez Sársfield (1º) e Atlético-PR (2º)

Grupo 2: BOTAFOGO, Independiente Del Valle-EQU, San Lorenzo-ARG e Unión Española-CHI 

Fora da disputa do torneio há 18 anos, o time de General Severiano ainda ressente-se da ausência do craque Seedorf (que aposentou-se para treinar o Milan). Em contrapartida, repatriou o experiente Jorge Wágner para comandar o meio-campo e municiar a nova dupla de ataque formada por Wallyson e “El Tanque” Ferreyra que chega para ocupar as vagas de Rafael Marques e Hyuri (já que ambos foram aventurar-se no futebol chinês). 

No banco, o inexperiente Eduardo Hungaro mantém a base do antecessor Oswaldo de Oliveira e praticamente não muda a espinha dorsal do Fogão. Trata-se de uma equipe veloz, que confia na segurança de sua defesa para armar letais contra-ataques. Foi exatamente assim que o Deportivo Quito sucumbiu em pleno Maracanã e levou 4 gols na pré-Libertadores. 

O San Lorenzo, surpreendente campeão do Apertura argentino, perdeu seu treinador (Juan Antonio Pizzi) para o Valencia, mas manteve a base, com os promissores Kannemann e Angel Correa, além dos experimentados Ortigoza, Piatti e Romagnoli. E se o homem-gol Cauteruccio está machucado, o novo reforço Blandi (ex-Boca Juniors) deve dar conta do recado.

Recheado de argentinos (são seis no total), o Unión Española venderá caro a derrota. A trinca ofensiva dos comandados de Sierra (ex-meia do São Paulo em 1995) formada por Chavez, Gustavo Canales e Matías Campos possui muita qualidade. Já os equatorianos do Independiente contam com uma dupla de meio-campistas que já foi convocada para a seleção: León e Somoza. 

Time-base: Jefferson; Edílson, Doria, Bolivar e Júlio César (Júnior César); Marcelo Mattos, Renato (Gabriel) e Jorge Wagner; Lodeiro e Walysson (Elias); Ferreyra. Técnico: Eduardo Húngaro.

Ele é o cara! Capitão do time, Jefferson passa muita segurança debaixo da meta alvinegra. Tranquilo, mostra muita agilidade e lidera a defesa do time da Estrela Solitária. Além disso, sabe pegar pênaltis, habilidade que pode ser importante em outras fases...

Olho nele! Desde que subiu ao time profissional, em 2012, Doria disputará seu primeiro torneio internacional como titular da equipe. Dono de grande força física e bom cabeceador, terá a oportunidade de mostrar todo seu talento.

Os espiões-adversários: Não há brasileiros nos outros times do grupo. 

Aposta OpiniaoFC: Botafogo (1º) e San Lorenzo (2º)

Grupo 4: ATLÉTICO-MG, Nacional-PAR, Santa Fé-COL e Zamora-VEN 

A grande vantagem do atual campeão da Libertadores foi manter seu elenco praticamente inalterado. As baixas resumiram-se a reservas, como Gilberto Silva, Júnior César e Alecsandro. Na verdade, o retorno de atletas que estavam emprestados e foram bem no ano passado, como Renan Oliveira, André e Leonardo aliada a aquisição de Otamendi, Edcarlos e Pedro Botelho deixa o elenco atleticano mais forte. 

O novo treinador Paulo Autuori, que chega com a missão de apagar a péssima imagem deixada após a precoce eliminação no Mundial de Clubes frente ao Raja Casablanca, mantém o 4-2-3-1 implantado por Cuca que sufoca o adversário em seu campo de defesa, principalmente atuando sob seus domínios. O desafio, porém, será achar uma válvula de escape para modificar o jogo quando o Galo enfrentar retrancas. Algo ausente, desde a saída de Bernard, diga-se de passagem. 

Semifinalista do torneio em 2013, o Independiente de Santa Fé dificilmente é batido na altitude de Bogotá. Com um futebol que valoriza o toque de bola e a velocidade dos atacantes Copete e Cuero, os colombianos possem vários nomes conhecidos como os de Edison Méndez, Omar Pérez e Medina. Na defesa o destaque é o zagueiro De La Cuesta, que já atuou no futebol espanhol. 

Nacional e Zamora deverão ser meros coadjuvantes. O campeão paraguaio do Apertura aposta no entrosamento e na marcação imposta pelos volantes Melgarejo e Torales, além do poderio ofensivo da dupla Bareiro-Benítez. Os campeões venezuelanos, por sua vez, possuem  uma equipe extremamente jovem em que os destaques são o promissor Pedrito Ramírez e o experiente Ynmer González.

Time-base: Victor; Marcos Rocha, Leonardo Silva, Réver e Jesús Dátolo (Pedro Botelho); Josué (Landro Donizete) e Pierre; Diego Tardelli, Ronaldinho e Fernandinho; Jô. Técnico: Paulo Autuori.

Ele é o cara! Apesar de veterano, Ronaldinho Gaúcho é o articulador das principais jogadas mineiras. Perigoso, tem muita facilidade para bater na bola e pode decidir nas bolas paradas. Se no início do ano tivesse optado em trocar o Galo pelo Besiktas certamente deixaria saudades...

Olho nele! Apesar de ter 24 anos e não ser nenhum garoto, Pedro Botelho fez um ótimo campeonato nacional pelo Atlético-PR. Com Richarlyson e Eron lesionados deve tornar-se titular no lugar do improvisado Dátolo. E, talvez, não sair mais do time.

Os espiões-adversários: Não há brasileiros nos outros times do grupo.

Aposta OpiniaoFC: Atlético-MG (1º) e Santa Fé (2º)

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