10.6.08

Euro 2008 - Grupo A

Depois de uma primeira rodada em que os times mais tradicionais venceram, o Grupo A poderá definir o primeiro time já classificado para as quartas-de-final da competição, no caso, aquele que for o vencedor entre República Tcheca e Portugal. Já Suíça e Turquia enfrentam-se sob a ameaça de serem eliminados por antecipação. Palpites? Acredito que nada está resolvido e que os tchecos não têm bala para alcançar a próxima fase, sendo superados pelos anfitriões no apagar das luzes. O jeito é esperar para ver...

Suíça
Dá pra sonhar com as quartas?

Os anfitriões entram na competição européia motivados a apagar a insossa campanha na última Copa do Mundo, quando foram eliminados nas oitavas-de-final, após empatarem 4 partidas sem gols. Para piorar, a Suíça não tem tradição no torneio e em suas duas participações ainda não conseguiu conquistar uma vitória sequer.

Para quebrar este incomodo tabu, a base helvética foi rejuvenescida. No meio-campo, velhas figurinhas carimbadas como Vogel e Wicky cederam espaço para belas promessas como Gelson Fernandes e Inler. Outra troca foi no gol. Saiu Zuberbühler, em má fase, para a entrada do seguro Benaglio. O único setor que foge a esta regra é a defesa, que segue escalada com os jovens Senderos e Lichtsteiner no centro e com os veteranos Muller e Magnin nas alas.

Pior do que a derrota diante da República Tcheca na estréia, foi a contusão do seu principal ponto de referência: Alexander Frei. Em um time que já não se destaca ofensivamente, a ausência do experiente atacante poderá ser crucial. O jeito é restabelecer a confiança perdida, já que a Suíça mostrou que tem plenas condições de beliscar uma vaguinha na próxima fase.

O time: Goleiros: Diego Benaglio (Wolfsburg), Pascal Zuberbühler (Neuchatêl Xamax-SUI) e Eldin Jakupovic (Grasshoppers-SUI). Defensores: Johan Djourou (Arsenal), Ludovic Magnin (Stuttgart), Philippe Senderos (Arsenal), Stephan Lichtsteiner (Lille), Stéphane Grichting (Auxerre), Christoph Spycher (Eintracht Frankfurt), Patrick Müller (Lyon) e Philipp Degen (Borussia Dortmund). Meias: Benjamin Huggel (Basel), Ricardo Cabanas (Grasshoppers-SUI), Gökhan Inler (Udinese), Hakan Yakin (Young Boys-SUI), Daniel Gygax (Metz), Gelson Fernandes (Manchester City), Tranquillo Barnetta (Bayer Leverkusen) e Valon Behrami (Lazio). Atacantes: Alexander Frei (Borussia Dortmund), Marco Streller (Basel), Eren Derdiyok (Basel) e Johan Vonlanthen (Red Bull Salzburg).
Técnico: Jacob Kuhn.

Na história: Disputou a fase final duas vezes (em 1996 e 2004)
Ele é o cara! Com a ausência de Frei, a responsabilidade de armar as jogadas cai sobre os pés de Tranquillo Barnetta. Apesar da estréia ruim, o meia de 23 anos é muito técnico e tem um forte chute de meia distância.
Olho Nele! O cabo-verdiano Gelson Fernandes tem 21 anos e ganhou destaque nesta temporada ao cair nos encantos de Sven Eriksson, ex-técnico de seu time, o Manchester City. Volante veloz que tem bom poder de antecipação, não é raro vê-lo aparecer como elemento-surpresa no ataque.
Pontos Fortes: Joga em casa e isso sempre serve como motivação. Possui um sistema defensivo entrosado que é difícil de ser superado. Bolas paradas cobradas por Yakin e os cruzamentos de Magnin ou Müller podem ser fatais.
Pontos Fracos:
O time é muito novo, que pode abalar-se em momentos decisivos. Falta um atleta que possa decidir. Se o ataque com Frei já era fraco, sem ele tornar-se-á ainda mais ineficaz.

República Tcheca
Um time sem meia de ligação

A esmagadora campanha que a República Tcheca obteve na fase preliminar da Euro não condiz com a realidade do seu pragmático futebol apresentado em campo. O lento processo de aposentadoria dos seus principais atletas da década de 90 deixaram a seleção fisicamente mais forte e menos talentosa. Hoje, os tchecos não mostram nem de longe aquele encantador futebol protagonizado pela dupla Poborsky-Nedved em 1996.

Tentando apagar o vexame da precoce eliminação na Copa do Mundo de 2006, os tchecos contam com duas baixas, já que Pavel Nedved decidiu aposentar-se e Rosicky encontra-se machucado. A ausência de ambos faz com que a seleção perca seus principais articuladores e fique refém de jogadas aéreas muito mais previsíveis. Assim, Plasil torna-se o único meia capaz de levar a bola com certa qualidade para os remates de um isolado Koller. Mais atrás, o remanescente Galasek tentará liderar um meio-campo recheado por atletas inconstantes como Jarolim ou Polak.

No entanto, a defesa tcheca permanece forte com a presença do experiente quarteto formado por Grygera-Ujfalusi-Rozehnal-Jankulovski. Isso sem contar Cech no gol. Mas parece muito pouco para um time que tenta surpreender os favoritos.

O time: Goleiros: Petr Cech (Chelsea), Jaromir Blazek (Nuremberg) e Daniel Zitka (Anderlecht). Defensores: Zdenek Grygera (Juventus), Marek Jankulovski (Milan), Zdenek Pospech (Kobenhavn-DIN), Michal Kadlec (Sparta Praga), Tomas Ujfalusi (Fiorentina) e David Rozehnal (Newcastle). Meias: Jan Polak (Anderlecht), Tomas Galásek (Nuremberg) Radoslav Kovac (Spartak Moscou), David Jarolim (Hamburgo), Marek Matéjovsky (Reading), Tomás Sivok (Besiktas) Rudolf Skácel (Hertha Berlim) e Jaroslav Plasil (Osasuna). Atacantes: Libor Sionko (Kobenhavn-DIN), Martin Fenin (Eintracht Frankfurt), Jan Koller (Nuremberg), Václav Sverkos (Banik Ostrava-RTC), Stanislav Vlcek (Anderlecht) e Milan Baros (Portsmouth).
Técnico: Karol Bruchner

Na história: Vice-campeã em 1996. Como parte da ex-Checoslováquia sagrou-se campeã em 1967.
Ele é o cara! Com a aposentadoria de Nedved não há outro nome tão badalado quanto o de Petr Cech. Trata-se de um goleiro diferenciado, com bons reflexos e ótimas saídas de gol. Não à toa é considerado por muitos como o melhor arqueiro do Velho Continente.
Olho Nele! Martin Fenin não estreou nesta Eurocopa, mas é melhor guardar seu nome. Preciso, sabe chutar com as duas pernas e cabeceia bem. Matador nato. Aos 21 anos, após despertar o interesse da Juventus, acabou negociado com o Eintracht Frankfurt e marcou 3 gols em sua primeira partida.
Pontos Fortes: A defesa é muito consistente e tem grande experiência internacional. Utiliza-se muito das jogadas de linha de fundo e dos escanteios cobrados por Jankulovski. Plasil é muito veloz e pode surgir como elemento-surpresa.
Pontos Fracos: Sem Rosicky, o time perde seu único articulador central e seu melhor chutador de longa distância. Koller não encontra um aparceiro ideal de ataque. Normalmente “pipoca” quando enfrenta rivais mais tradicionais.

Portugal
Para esquecer 2004

Conviver com a fama de favorito. Esse é o principal desafio da seleção portuguesa nesta Eurocopa. Depois da traumática derrota diante da Grécia na final do torneio passado, nossos patrícios tentam o inédito título com uma equipe muito mais madura e certamente mais talentosa.

O fato dos portugueses, nesta edição, não contarem com Maniche (em má fase) ou com os já aposentados (em termos de seleção) Luís Figo e Pauleta não prejudica o poderio ofensivo do time. Afinal, em 4 anos, vários nomes surgiram e se afirmaram no cenário futebolístico luso, como o talentoso Miguel Veloso, o técnico João Moutinho, o habilidoso Ricardo Quaresma ou o rápido Nani. Opções não faltam...

No gol, Ricardo continua intacto, enquanto que na zaga, Ricardo Carvalho, muito mais maduro, agora tem a companhia do seguro luso-brasileiro Pepe. Nas alas, Miguel perdeu espaço para o ascendente Bosingwa e o veterano Paulo Ferreira assumiu o lado esquerdo (talvez a posição mais fraca dentre os titulares). Daí pra frente, temos a presença de um xerife experiente (Petit), um meia taticamente quase perfeito (Deco), um “carregador de piano” (Simão) e um rodado centroavante (Nuno Gomes). Isso sem falar do melhor jogador de futebol da atualidade: Cristiano Ronaldo. Parece pouco para conquistar o caneco? Só resta confirmar o favoritismo, que digamos, às vezes parece muito difícil...

O time: Goleiros: Ricardo Alexandre Martins Soares Pereira (Betis), Nuno Herlander Simões Espírito Santo (Porto), Rui Pedro dos Santos Patrício (Sporting). Defensores: Paulo Renato Rebocho Ferreira, (Chelsea), Bruno Eduardo Regufe Alves (Porto), José Bosingwa da Silva (Porto), Fernando José da Silva Freitas Meira (Stuttgart), Luís Miguel Brito Garcia Monteiro (Valencia), Jorge Miguel de Oliveira Ribeiro (Boavista), Képler Laveran Lima Ferreira “Pepe” (Real Madrid), Ricardo Alberto Silveira Carvalho (Chelsea). Meio-campistas: Raul José Trindade Meireles (Porto), Armando Gonçalves Teixeira “Petit” (Benfica), João Filipe Iria Santos Moutinho (Sporting), Miguel Luís Pinto Veloso (Sporting), Anderson Luis de Souza “Deco” (Barcelona). Atacantes: Cristiano Ronaldo dos Santos Aveiro (Manchester United), Hugo Miguel Pereira de Almeida (Werder Bremen), Simão Pedro Fonseca Sabrosa (Atlético de Madrid), Ricardo Andrade Quaresma Bernardo (Porto), Luís Carlos Almeida da Cunha “Nani” (Manchester United), Nuno Miguel Soares Pereira Ribeiro (Benfica) e Hélder Manuel Marques Postiga (Porto).
Técnico: Luiz Felipe Scolari

Na história: Vice-campeão em 2004.
Ele é o cara! Como se não bastasse ser campeão nacional e continental com o Manchester United, Cristiano Ronaldo conseguiu a artilharia de ambas competições. É um atleta diferenciado, que dispensa apresentações. Um título na Euro apenas reafirmaria o provável status de melhor do mundo que Cristiano deve conquistar no fim do ano.
Olho Nele! João Moutinho já é um jogador consagrado em Portugal há quase dois anos. Sua espantosa regularidade e sua capacidade de saber armar tão bem quanto defende fez Felipão reservar um lugar entre os 11 para o jovem volante de 22 anos.
Pontos Fortes: Conta não só com o melhor meio-campo de toda Europa, mas também com o mais habilidoso. Com Pepe, o miolo de zaga tornou-se mais alto, mais forte e o time toma menos gols de cabeça. Se alguém não estiver rendendo, Felipão tem um ótimo banco de suplentes.
Pontos Fracos: O lado esquerdo da defesa apresenta algumas falhas e é vulnerável a contra-ataques. Falta um centroavante nato que tenha um aproveitamento melhor do que Nuno ou Postiga. A falta de tradição em conquistar títulos normalmente prejudica os lusos na hora do mata-mata.

Turquia
Hora de renovar

Após a Turquia acabar a Copa do Mundo de 2002 numa inesperada terceira colocação, muitos críticos acreditavam na ascendência do futebol turco. Porém, os fracassos acumulados nas campanhas posteriores diante de equipes inexpressivas, como Suíça e Letônia, mostraram que superar a equipe dos Bálcãs não era tão difícil.

Hoje, o elenco não conta com vários atletas de 2002, como Manzis ou Sas. Recentemente, as últimas vítimas desta renovação foram o meia Basturk e o consagrado ídolo Hakan Sukur. Sem eles, a Turquia entra com um time bem menos experiente. Assim, a esperança turca encontra-se no meio-campo liderado pelo capitão Emre Belozoglu, único remanescente dos áureos tempos e completado com o eficiente brasileiro naturalizado Mehmet Aurélio e o habilidoso Kazim Kazim.

O problema são os outros setores. No ataque, o matador Nihat não encontra um parceiro a altura, enquanto que na defesa, Servet Çetin é o único nome que se destaca. A coisa anda tão feia que, com a lesão do promissor Gökhan Gönül, Fatih tem que improvisar o meia Hamit Altintop na lateral-direita. De bom mesmo, apenas a vantajosa troca de Rustu por Volkan Demirel. Enfim, diante destas circunstâncias, fica difícil acreditar numa possível classificação turca. Arrancar dois ou três pontos já seria lucro.

O time: Goleiros: Rüştü Reçber (Besiktas), Tolga Zengin (Trabzonspor) e Volkan Demirel (Fenerbahçe). Defensores: Servet Çetin (Galatasaray), Hakan Balta (Galatasaray), Gökhan Zan (Besiktas), Emre Güngör (Galatasaray), Emre Aşık (Galatasaray) Uğur Boral (Fenerbahçe) e Sabri Sarıoğlu (Galatasaray). Meias: Emre Belözoğlu (Newcastle), Mehmet Topal (Galatasaray), Marco “Mehmet” Aurélio Brito dos Prazeres (Fenerbahçe), Tümer Metin (Larissa-GRE), Arda Turan (Galatasaray), Ayhan Akman (Galatasaray) Hamit Altıntop (Bayern de Munique-ALE). Atacantes: Nihat Kahveci (Villarreal), Semih Şentürk (Fenerbahçe), Gökdeniz Karadeniz (Rubin Kazan-RUS), Tuncay Şanli (Middlesbrough), Colin “Kazim” Kazim-Richards (Fenerbahçe) e Mevlüt Erdinç (Sochaux).
Técnico: Fatih Terim.

Na história: Alcançou as quartas-de-final em 2000.
Ele é o cara! Nihat Kahveci fez uma bela temporada no futebol espanhol e ajudou o Villareal na conquista de um inédito vice-campeonato nacional. Rápido e oportunista, depois da aposentadoria de Sukur, tornou-se o maior goleador do time.
Olho Nele! Arda Turan tem apenas 21 anos e já é visto como um dos principais nomes de seu clube, o Galatasaray. Velocista, consegue aliar uma boa visão de jogo com um excelente domínio de bola. Pode ser uma das gratas surpresas desta Euro.
Pontos Fortes: O meio-campo turco é forte, pegador e tem certa qualidade com a bola nos pés. Volkan está numa fase melhor do que a do seu antecessor. Fatih Terim é um bom treinador e faz com que certos atletas rendam seu máximo.
Pontos Fracos:
A defesa turca é frágil e complica-se com bolas aéreas. Falta um atacante que possa fazer uma boa parceria com Nihat. A juventude da equipe atrapalha.

2 comentários:

Bruno Pinto disse...

Portugal qualificado e primeiro lugar do grupo assegurado. Não está mal...
E Scolari no Chelsea!!

Anônimo disse...

Portugal fez o que se esperava, já a Suiça vacilou, eles até foram pra cima dos turcos no final do jogo, mas sabendo que iam pegar Portugal, tinham que tentar vencer de qualquer forma e tentar um empate no último jogo, mas acabaram mesmo tomando o gol da virada e Portugal se classificou, assim a Turquia pode decidir no confronto direto com a Rep. Tcheca, e com grandes chances inclusive pois o Volkan Demirel ta fazendo milagre em campo... !!!!!!

http://netesporte.blogspot.com/