13.4.07

Ano novo, problema velho...

O Campeonato paulista chegou a sua última rodada neste meio de semana e o resultado não surpreendeu aqueles que fizeram previsões no início do certame. Santos e São Paulo fizeram suas partes e lideraram com folga toda a competição. Já Palmeiras e Corinthians alteraram bons e maus momentos, mas no final, pagaram mais uma vez pela falta de estrutura fora dos gramados.

O torcedor alvinegro não teve motivos para sorrir nesse primeiro semestre. Mais uma vez assistimos de camarote às guerras de egos e as lavações de roupa-suja em plena praça pública. Prato cheio para os críticos de plantão e para os oportunistas. Atletas foram embora, mais um treinador saiu pelas portas dos fundos e o resultado todos já sabem...

O que o Corinthians mais precisa nesse momento é a construção de uma identidade dos jogadores sem a necessidade de grandes estrelas, dentro e fora dos gramados. O nome de Abel Braga parece ser uma boa opção para construir essa realidade. O problema é que a própria torcida vai ter que ter muita paciência com o time nessa nova fase. A cobrança excessiva por parte da mídia e dos torcedores é uma das explicações para o Timão estar sempre envolvido em furadas, como a MSI.

No caso do Palmeiras, a diretoria ainda obteve bons êxitos nas apostas do técnico Caio Junior. O fato da equipe ter sua classificação bastante dificultada para as semifinal do torneio não esconde as evoluções vistas dentro de campo. O ex-treinador do Paraná conseguiu devolver um padrão de jogo ao time. As variações táticas envolvendo Edmundo e Valdivia trouxeram algumas alegrias ao torcedor, como a série de vitórias na reta final do paulistão e a boa vitória sobre o arqui-rival Corinthians. De qualquer maneira, o Verdão ainda sofreu com limitação técnica da maioria dos atletas e com os problemas organizacionais do departamento de futebol – a saída de Paulo Baier por falta de pagamento ilustra bem esse raciocínio. O Palmeiras é hoje o que o Corinthians deve se tornar amanhã. Mas qual será o futuro dessas equipes?

Talvez a resposta esteja na análise da trajetória de outro grande. O Flamengo é um exemplo de time que baixou a bola e apostou as fichas na força de um conjunto limitado, porém determinado. O resultado? Há um bom tempo não ouvimos rumores de crise na gávea. O time vive uma verdadeira lua-de-mel com os torcedores e com os bons resultados. É claro que não estamos diante de um esquadrão fenomenal, que deverá fazer história. No entanto, para a atual conjuntura do futebol nacional, o time do Flamengo pode ser considerado um destaque bastante positivo, e acredite, um exemplo a ser seguido.

A impressão que tenho é de que, finalmente, algumas coisas óbvias passaram a ser assimiladas pelos dirigentes. Um exemplo é a manutenção dos treinadores. Os times que mais fizeram sucesso nos últimos anos continuam com o mesmo comandante. São os casos de Grêmio, Internacional, São Paulo, Santos e Flamengo.

Será que os outros vão demorar muito para perceber isso?? O jeito é esperar...

Já que temos que se acostumar com a ausência de craques em nossos campos, nós, cronistas esportivos, temos a obrigação de cobrar e vibrar com as grandes jogadas que acontecem fora dele... os exemplos estão ai!

2 comentários:

André Augusto disse...

Os clubes brasileiros vão aprendendo que o melhor caminho é o do planejamento a médio prazo. Não há espaço para politicas imediatistas e fora da realidade do futebol brasileiro. Enquanto clubes como Corinthians e Palmeiras naum enxergarem isso, a situação dificilmente mudará.

Anônimo disse...

Belíssima análise!!! muito boa mesmo!

parabéns!!!