26.2.14

Copa Libertadores da América - Parte II

Grupo 5: CRUZEIRO, Defensor (URU), Real Garcilaso (PER) e Universidad de Chile (CHI) 

Nem mesmo o tropeço na estreia contra o Real Garcilaso tira o favoritismo do Cruzeiro.  Afinal, além de segurar a base campeã brasileira, chegaram Samudio, Vílson, Rodrigo Souza, Marlone e Marcelo Moreno. Dos atletas mais utilizados pelo treinador Marcelo Oliveira, apenas Vinicius Araújo deixou a Toca da Raposa. 

A tática permanece a mesma. Muito poder de marcação, saída rápida pelas laterais e diversidade na hora de atacar, seja com bolas em profundidade ou chutes de fora da área. Outro trunfo é a experiência do elenco celeste no qual dezoito atletas já disputaram a Libertadores, sendo que quatro deles já foram campeões: Tinga, Ceará, Bruno Rodrigo e Willian. E, como se isso não bastasse, praticamente todas as posições possuem um reserva a altura. 

Do elenco campeão da Copa Sul-Americana de 2011, restaram apenas os defensores Johnny Herrera, Osvaldo González e José Rojas, além de Castro (que retorna a LA U). O Universidad é um dos poucos clubes fora do eixo Brasil-Argentina que possui bons nomes como os de Rodrigo Rojas, Lorenzetti ou Caruzzo. A dupla ofensiva formada por Mora e Rubio merece atenção.  

Vice-campeão uruguaio, o Defensor foi às compras. Une atletas que já passaram pela Celeste Olímpica, como Olivera, Fleurquín e Regueiro com joias, como Leonardo Pais. Presente entre os oito melhores na Libertadores passada, os peruanos do Garcilaso apostam no fator casa para surpreenderem. Destaque para o veterano Del Solar e o hábil Victor Ferreira. 

Time-base: Fábio; Ceará (Mayke), Dedé, Bruno Rodrigo e Egídio (Samudio); Nílton e Lucas Silva; Dagoberto (Willian), Everton Ribeiro e Ricardo Goulart; Borges (Marcelo Moreno). Técnico: Marcelo Oliveira. 

Ele é o cara! Eleito melhor jogador do último campeonato nacional, Everton Ribeiro é o verdadeiro motorzinho do Cruzeiro. Todas as bolas passam por seus pés. Habilidoso, municia o trio de atacantes, sem abrir mão de jogadas individuais.  

Olho nele! O volante Lucas Silva surgiu no Brasileiro do ano passado e colocou nomes muito mais experientes no banco, como Tinga, Souza e Henrique. Técnico, possui bom passe e capacidade de marcar e sair jogando com a bola dominada.

Os espiões-adversários: Paulo Magalhaes, lateral-direito naturalizado chileno (Universidad de Chile) e Felipe Gedoz, atacante (Defensor)

Aposta OpiniaoFC: Cruzeiro (1º) e Universidad de Chile (2º) 

Grupo 6: Atlético Nacional (COL), GRÊMIO, Nacional (URU) e Newell’s Old Boys (ARG)

O vice-campeão brasileiro traz uma nova filosofia para sua terceira Copa Libertadores consecutiva: nada de gastos exacerbados. Atletas com altos salários como Elano, Fabio Aurelio, Dida e Vargas foram embora. Chegaram Pedro Geromel, Edinho, Dudu e Alan Ruiz, além de Rhodolfo (que permaneceu no clube após ser envolvido em troca com Souza).

Sob esta política “pés-no-chão”, o novo treinador Enderson Moreira, monta o Tricolor no esquema 4-3-1-2 em detrimento ao 3-5-2 utilizado por Renato Gaúcho. Isso mostra que, cada vez mais, o Imortal retorna às origens copeiras. O torcedor gremista pode esperar muita raça, chutão e correria. Se determinação não faltará, o clube ainda ressente-se da ausência de mais nomes que possam decidir. Afinal, nem sempre o barato é bom... 

Campeão argentino do Clausura 2012/13, o Newell’s traz vários atletas com bagagem internacional como Heinze, Maxi Rodríguez, Bernardi, Trezeguet e Ever Banega, o mais recente destes reforços. Aliado a esses medalhões, há outros nomes conhecidos como Casco, Manso e Figueroa. Semifinalista em 2013 e vice em 88 e 92, é um dos grandes favoritos ao título. 

Apesar de tradicional, os uruguaios do Nacional aparecem como os adversários mais fracos. A mescla da juventude de novos valores como Pereiro, Prieto e Coates a veteranos como Recoba, Munúa, Ivan Alonso e Scotti, entretanto, pode roubar preciosos pontos dos demais. 

Tivesse saído em uma chave mais fraca, o Atlético Nacional seria favorito a uma vaga na 2ª fase. O compacto campeão do Apertura possui jogadores velozes e técnicos como Cardona, Cárdenas, Mejía e Medina. Isso sem falar da estelar presença de área do centroavante Juan Pablo Angel

Time-base: Marcelo Grohe; Pará, Bressan (Werley), Rhodolfo e Wendell; Riveros, Ramiro e Edinho; Zé Roberto; Barcos e Kléber. Técnico: Enderson Moreira. 

Ele é o cara! Contratado para a Libertadores do ano passado, Barcos ainda não mostrou a regularidade dos tempos de LDU Quito e Palmeiras. Centroavante diferenciado, capaz de fazer pivô e armar jogadas fora da área, é a grande esperança de gols dos gaúchos.   

Olho nele! Eleito melhor lateral-esquerdo do campeonato paranaense de 2013, Wendell terá a oportunidade de virar titular com a saída da revelação Alex Telles. Canhoto, apoia bem, só precisa preocupar-se em marcar melhor. 

Os espiões-adversários: Não há brasileiros nos outros times do grupo.

Aposta OpiniaoFC: Newell’s Old Boys (1º) e Grêmio (2º)  

Grupo 7: Bolívar, Emelec, FLAMENGO e León

Com a saída de Elias, seu principal jogador na temporada passada, o Flamengo trouxe reforços que, se não chegam a empolgar o torcedor, ao menos fortalecem o elenco rubro-negro. No total, nove nomes desembarcaram na Gávea: Alecsandro, Leo, Frickson Erazo, Feijão, Elano, Márcio Araújo, Lucas Mugni, Muralha e Everton Silva

Com um esquema diferente, Jayme de Almeida monta o atual campeão da Copa do Brasil num conservador 4-5-1. Desta forma, mesmo sem ser formidável, o Fla consegue congestionar o meio-campo rival e explorar contra-ataques através das laterais do campo sem expor-se taticamente. Mas, se a venda do artilheiro Hernane para o Shangai Shenhua for confirmada, o Urubu perderá sua principal referência e a tática e certamente será modificada.
  
Para apagar a má impressão quando estreou na competição em 2013 e sequer passaram de fase, os mexicanos do León apostam no toque de bola e na qualidade de passe dos tarimbados Vázquez, Luís Montes, Peña e Rafa Márquez. Do meio para frente, o destaque é o trio estrangeiro formado por Loboa, Boselli (ex-Boca Juniors) e Britos. 

Já equatorianos e bolivianos assusta muito mais pela altitude na qual mandam seus jogos do que pela força dos seus elencos. Base de La Tri, o Emelec mescla a experiência de Guagua e Achilier com a juventude Bolaños, Caicedo e Gaibor. Pode surpreender. O Bolívar, por sua vez, conta com a experiência de Callejón e a velocidade de Arce e Rudy Cardozo. 

Time-base: Felipe; Leonardo Moura, Samir (Chicão), Wallace e André Santos; Victor Cáceres, Amaral, Elano, Éverton e Lucas Mugni (Carlos Eduardo); Hernane (Alecsandro). Técnico: Jayme de Almeida.

Ele é o cara! Principal contratação do Flamengo, Elano chega para comandar o meio-campo da equipe. Experiente, orientará e cadenciará o ritmo de jogo. Além disso, bate muito bem na bola e será importante em jogadas de bola parada.

Olho nele! Mesmo sob a sombra do experiente Chicão e do selecionável equatoriano Erazo, o jovem Samir mostrou personalidade e permaneceu entre os onze titulares. Esguio, sobe muito bem de cabeça e aparece no ataque com frequência.   

Os espiões adversários: Não há brasileiros nos outros times do grupo. 

Aposta OpiniaoFC: Flamengo (1º) e León (2º) 

24.2.14

Copa Libertadores da América - Parte I

Há três semanas iniciou-se a 55ª edição da Copa Libertadores, o mais importante torneio interclubes do continente. Mesmo desfalcada da presença dos clubes paulistas, algo que não acontecia há anos, podemos considerar todos os seis representantes do país como fortes candidatos a levantar o troféu no dia 13 de agosto.


Afinal, não esqueçamos que nos últimos quatro anos, sempre um brasileiro ocupou o lugar mais alto do pódio... Motivos suficientes para confiar em mais um sucesso brasileiro. 

Grupo 1: ATLÉTICO-PR, The Strongest (BOL), Universitario (PER) e Velez Sársfield (ARG) 

Após passar pelo indigesto Sporting Crystal com uma vitória ao apagar das luzes, seguida de novo triunfo nos pênaltis, o Furacão ganhou motivação no torneio. Sem contar com as presenças do imortal Paulo Baier e do promissor Dellatorre, muita coisa mudou. A aposta da vez é o polêmico veterano atacante Adriano que, mais uma vez, promete novos hábitos... 

Com um elenco muito jovem, o novo treinador Miguel Angel Portugal abriu mãos do ofensivo 4-3-3 em detrimento de um conservador 4-3-1-2. O diferencial do esquema passa justamente nos pés dos novos contratados do time da Baixada: o potencial ofensivo do lateral Sueliton (ex-Criciúma) e a boa chegada do “falso volante” Paulinho Dias (ex-Chapecoense) – autor do gol na estreia da fase de grupos contra o The Strongest. 

O Velez Sársfield, atual campeão argentino destaca-se pelo entrosamento. Apenas Insúa deixou a equipe. Se a defesa possui Cubero, Sebá Dominguez e Emiliano Papa, do meio para frente El Fortín tem nomes que já perambularam pela Europa, como Pratto, Mauro Zárate e Canteros. Atenção ao jovem Lucas Romero, volante-revelação do clube de José Amalfitani.

Já The Strongest e Universitario pouco devem amedontrar. Do lado boliviano, além da temida altitude, os destaques são o defensor Bejarano e os já rodados meias Chumacero e Pablo Escobar. Já o campeão peruano possui um jovem elenco no qual sobressaem o promissor ala-esquerdo Edwin Gómez e o ex-atacante do Coritiba Ruidíaz.

Time-base: Weverton; Sueliton, Manoel, Cleberson e Lucas Olaza (Natanael); Deivid, João Paulo e Paulinho Dias; Fran Mérida; Ederson e Marcelo (Zezinho). Técnico: Miguel Angel Portugal. 

Ele é o cara! Apesar de inconstante, Ederson tem faro de gol. Ambidestro, chuta muito forte, cabeceia bem e possui ótimo posicionamento. Centroavante nato. Anotou 21 tentos no último Campeonato Brasileiro e marcou o gol salvador contra o Sporting Cristal. 

Olho nele! Com a ausência de Paulo Baier, o Furacão dependerá do bom rendimento do espanhol Fran Mérida. Formado na categoria de base do Barcelona, enfim, o meia terá uma chance de protagonismo para mostrar que não é uma eterna promessa. 

Os espiões-adversários: Jefferson Faustino, zagueiro (The Strongest) e Dalton, zagueiro (Universitario)

Aposta OpiniaoFC: Vélez Sársfield (1º) e Atlético-PR (2º)

Grupo 2: BOTAFOGO, Independiente Del Valle-EQU, San Lorenzo-ARG e Unión Española-CHI 

Fora da disputa do torneio há 18 anos, o time de General Severiano ainda ressente-se da ausência do craque Seedorf (que aposentou-se para treinar o Milan). Em contrapartida, repatriou o experiente Jorge Wágner para comandar o meio-campo e municiar a nova dupla de ataque formada por Wallyson e “El Tanque” Ferreyra que chega para ocupar as vagas de Rafael Marques e Hyuri (já que ambos foram aventurar-se no futebol chinês). 

No banco, o inexperiente Eduardo Hungaro mantém a base do antecessor Oswaldo de Oliveira e praticamente não muda a espinha dorsal do Fogão. Trata-se de uma equipe veloz, que confia na segurança de sua defesa para armar letais contra-ataques. Foi exatamente assim que o Deportivo Quito sucumbiu em pleno Maracanã e levou 4 gols na pré-Libertadores. 

O San Lorenzo, surpreendente campeão do Apertura argentino, perdeu seu treinador (Juan Antonio Pizzi) para o Valencia, mas manteve a base, com os promissores Kannemann e Angel Correa, além dos experimentados Ortigoza, Piatti e Romagnoli. E se o homem-gol Cauteruccio está machucado, o novo reforço Blandi (ex-Boca Juniors) deve dar conta do recado.

Recheado de argentinos (são seis no total), o Unión Española venderá caro a derrota. A trinca ofensiva dos comandados de Sierra (ex-meia do São Paulo em 1995) formada por Chavez, Gustavo Canales e Matías Campos possui muita qualidade. Já os equatorianos do Independiente contam com uma dupla de meio-campistas que já foi convocada para a seleção: León e Somoza. 

Time-base: Jefferson; Edílson, Doria, Bolivar e Júlio César (Júnior César); Marcelo Mattos, Renato (Gabriel) e Jorge Wagner; Lodeiro e Walysson (Elias); Ferreyra. Técnico: Eduardo Húngaro.

Ele é o cara! Capitão do time, Jefferson passa muita segurança debaixo da meta alvinegra. Tranquilo, mostra muita agilidade e lidera a defesa do time da Estrela Solitária. Além disso, sabe pegar pênaltis, habilidade que pode ser importante em outras fases...

Olho nele! Desde que subiu ao time profissional, em 2012, Doria disputará seu primeiro torneio internacional como titular da equipe. Dono de grande força física e bom cabeceador, terá a oportunidade de mostrar todo seu talento.

Os espiões-adversários: Não há brasileiros nos outros times do grupo. 

Aposta OpiniaoFC: Botafogo (1º) e San Lorenzo (2º)

Grupo 4: ATLÉTICO-MG, Nacional-PAR, Santa Fé-COL e Zamora-VEN 

A grande vantagem do atual campeão da Libertadores foi manter seu elenco praticamente inalterado. As baixas resumiram-se a reservas, como Gilberto Silva, Júnior César e Alecsandro. Na verdade, o retorno de atletas que estavam emprestados e foram bem no ano passado, como Renan Oliveira, André e Leonardo aliada a aquisição de Otamendi, Edcarlos e Pedro Botelho deixa o elenco atleticano mais forte. 

O novo treinador Paulo Autuori, que chega com a missão de apagar a péssima imagem deixada após a precoce eliminação no Mundial de Clubes frente ao Raja Casablanca, mantém o 4-2-3-1 implantado por Cuca que sufoca o adversário em seu campo de defesa, principalmente atuando sob seus domínios. O desafio, porém, será achar uma válvula de escape para modificar o jogo quando o Galo enfrentar retrancas. Algo ausente, desde a saída de Bernard, diga-se de passagem. 

Semifinalista do torneio em 2013, o Independiente de Santa Fé dificilmente é batido na altitude de Bogotá. Com um futebol que valoriza o toque de bola e a velocidade dos atacantes Copete e Cuero, os colombianos possem vários nomes conhecidos como os de Edison Méndez, Omar Pérez e Medina. Na defesa o destaque é o zagueiro De La Cuesta, que já atuou no futebol espanhol. 

Nacional e Zamora deverão ser meros coadjuvantes. O campeão paraguaio do Apertura aposta no entrosamento e na marcação imposta pelos volantes Melgarejo e Torales, além do poderio ofensivo da dupla Bareiro-Benítez. Os campeões venezuelanos, por sua vez, possuem  uma equipe extremamente jovem em que os destaques são o promissor Pedrito Ramírez e o experiente Ynmer González.

Time-base: Victor; Marcos Rocha, Leonardo Silva, Réver e Jesús Dátolo (Pedro Botelho); Josué (Landro Donizete) e Pierre; Diego Tardelli, Ronaldinho e Fernandinho; Jô. Técnico: Paulo Autuori.

Ele é o cara! Apesar de veterano, Ronaldinho Gaúcho é o articulador das principais jogadas mineiras. Perigoso, tem muita facilidade para bater na bola e pode decidir nas bolas paradas. Se no início do ano tivesse optado em trocar o Galo pelo Besiktas certamente deixaria saudades...

Olho nele! Apesar de ter 24 anos e não ser nenhum garoto, Pedro Botelho fez um ótimo campeonato nacional pelo Atlético-PR. Com Richarlyson e Eron lesionados deve tornar-se titular no lugar do improvisado Dátolo. E, talvez, não sair mais do time.

Os espiões-adversários: Não há brasileiros nos outros times do grupo.

Aposta OpiniaoFC: Atlético-MG (1º) e Santa Fé (2º)

15.2.14

Bom para todos ?

Pato e Jadson em treino pelo Brasil:
Promessa de retorno a Seleção Canarinha?

Uma das últimas negociações que agitaram os bastidores do futebol nacional neste mês de fevereiro foi o inesperado “troca-troca” envolvendo Jadson e Alexandre Pato. Surpreendente tanto por ambos serem jogadores com status de seleção brasileira, quanto pelo fato de envolverem duas agremiações que, além de rivais, vivem estranhando-se ultimamente.

Jadson
Sem espaço no Morumbi, desde a chegada de Muricy Ramalho, o meia tem tudo para reencontrar o seu melhor futebol no Corinthians. Enfim, será o protagonista de um meio-campo que sente a ausência de um armador de qualidade para municiar o seu ataque.

Com a presença de volantes como Ralf, Guilherme e Bruno Henrique (outro recém-contratado), Jadson não terá obrigatoriedade de marcar, como ocorria no São Paulo, quando atuava ao lado de Ganso. A rapidez com que distribui as jogadas e seus lançamentos preciosos serão importantes para o esquema de Mano Menezes, em detrimento aos seus antecessores Danilo e Douglas (que foi para o Vasco).

Por que é bom para o Corinthians: É o jogador certo para a posição certa. Alavancado ao status de intocável, o jogador deve repetir as boas atuações que fizeram ser lembrado por Felipão na convocação para a Copa das Confederações.
Por que é bom para o São Paulo: Sem ofertas europeias vantajosas, o Tricolor poderia ver o meia assinando algum acordo em junho (6 meses antes de acabar seu contrato) e ficar a ver navios sem adquirir nenhum lucro com sua saída.  

Alexandre Pato
Trata-se de uma verdadeira incógnita. Apesar da qualidade inquestionável do novo atacante são-paulino, há tempos que ele não demonstra a vontade e a explosão dos tempos de Internacional. De promissora joia do futebol brasileiro tornou-se um avante comum, pouco acima da média.

Apesar de só poder estrear na Copa do Brasil no início de março contra o CSA, (já que estourou o número limite de partidas pelo Paulista) Pato chega pra suprir a ausência ofensiva do Tricolor. Assim como o colombiano Pabón, atua tanto pelos lados do campo ou como pivô (uma vez que Luís Fabiano é poupado ou suspenso com certa regularidade). Com sua força física e seus potentes arremates de fora da área, basta jogar o que sabe para ganhar destaque.
Por que é bom para o Corinthians: Apesar de ainda ter de arcar com metade do salário de Pato, o avante estava com a imagem desgastada perante a torcida do Parque São Jorge e cada vez tinha menos chances de aparecer entre os titulares.


Por que é bom para o São Paulo: Consegue um atacante talentoso, sem custos. Mesmo sem jogar no torneio estadual, pode ser uma peça importante para que o Tricolor volte a ser o time competitivo que a torcida ressente-se diante um péssimo ano de 2013. 

2.2.14

O Carrossel "Audaxcioso"

Em pleno Pacaembu, Santos e Audax ficam no empate: 
E olha que ficou barato para o Peixe...

Apesar de ser o único estreante do Campeonato Paulista de 2014, o Grêmio Osasco Audax aparece nas manchetes pelos resultados obtidos, como o empate com o Santos por um gol ou a vitória frente a Portuguesa por 4 a 2. O que poucos sabem é que, mesmo tendo menos de 30 anos de existência, o time já acumula várias curiosidades e polêmicas em sua breve história. 

Um time de empresários que tornou-se promissor 

Fundado no final de 1985 sob o nome de Pão de Açúcar Esporte Clube, o time criado pelo empresário Abílio Diniz tinha uma proposta simples: criar um clube que pudesse promover a prática de esporte a crianças e jovens de baixa renda que fosse patrocinado pela rede de supermercados da família. Tanto que, o foco do projeto inicial era o atletismo. Futebol mesmo, só a partir de 2003. 

Ainda assim, o clube não havia se profissionalizado. Tornou-se basicamente um celeiro de atletas promissores que acabavam nas mãos de empresários e partiam para outras equipes do interior do Estado. Apenas em 2007 o PAEC ingressou na Série B Paulista (quarta divisão estadual). 

Dono de campanhas avassaladoras, passados três anos, já estava na Série A-2. Com o objetivo de atrair mais torcedores, mudou o nome pela primeira vez e tornou-se o Audax São Paulo. Com campanhas cada vez mais regulares tanto na Segundona quanto na Copa Paulista (torneio disputado no segundo semestre com equipes que não participam do Campeonato Brasileiro e dá vaga a Copa do Brasil, cujo o Audax foi vice-campeão em 2012 e 2013), o acesso parecia questão de tempo. 

Em 2013, mais mudanças. Além da inédita conquista do acesso para a divisão de elite do Campeonato Paulista, o Grupo Pão de Açúcar alegou que o projeto havia tomado proporções inimagináveis e decidiu vender o clube a um dos seus maiores rivais durante toda permanência nas divisões inferiores paulistas, o Grêmio Osasco

A polêmica decisão não foi bem vista por nenhum dos dois lados já que audaxenses alegam que o Grêmio Osasco “usou” o acesso do rival para fazer com que o município da Grande São Paulo enfim tivesse um clube na Série A-1. Os osasquenses, por sua vez, não se sentem familiarizados com o novo time... 

Uma tática “audaxciosa”: o Futebol Total

Desde que o ex-meio-campista Fernando Diniz foi contratado para ser o treinador do Audax, no ano passado, o time apresentou uma nova proposta de jogo. Numa mescla entre o “tiki-taka” espanhol e o carrossel holandês de 1974, os lobos vermelhos trouxeram uma inovação tática nos gramados paulistas, o Futebol Total.
O 3-3-3-1 com variações de 3-4-3 e 4-5-1 implantado pelo novo treinador inova em diversos sentidos: 

Não há posição fixa. Com exceção ao centroavante que fica mais fixo no ataque, todos os atletas circulam pelo campo tanto na defesa quanto no ataque. É por isso que o lateral Velicka muitas vezes apresenta-se como um verdadeiro ponta ou o veterano volante Francis torna-se quase que um beque central... 

Não há chutão. A exemplo do que pratica o Barcelona, o time geralmente detém a maior porcentagem de posse de bola em suas partidas, já que os jogadores costumam sair jogando e o toque de bola é prioridade. Logicamente, a premissa de não desperdiçar a bola tentando um lance menos costumaz faz com que o time arrisque poucos chutes de fora da área e seja pouco efetivo. 

Não há marcação homem-a-homem. A marcação é feita por zona, de acordo com os setores em que os atletas estiverem no momento em que perderem a bola. É normal ver o ponta Caion recuado marcando o avanço do lateral adversário ou o zagueiro João Paulo marcando no campo de ataque... 

Não há retranca. O Grêmio Audax Osasco prioriza a marcação sob pressão. Não há excessos defensivos e o time propõe-se a pressionar o rival. Não à toa, sofre com os contra-ataques, nos quais o bom goleiro Felipe Alves pouco pode fazer. 


Obviamente, não é sempre que o esquema revolucionário dos aurirrubros traz resultados. Afinal, por várias vezes o time acaba punido por sua ausência de objetividade ou por alguma desobediência tática de seus jogadores. Mas uma coisa é certa: quem não viu nenhum jogo do Grêmio Osasco está perdendo a oportunidade em ver um time diferente, longe da mesmice conservadora da maioria dos times pequenos.