30.10.09

"Mettifuoco"

Mesmo com o Brasileirão pegando fogo nesta semana, com cinco postulantes reais ao título faltando apenas seis rodadas para o final do certame e com o Vasco a um passo da redenção no futebol tupiniquim, um time que está disputando as quartas de final da Copa Paulista roubou, por um breve instante, a atenção dos aficcionados por futebol. Através de um DVD, que mostrava as belezas da cidade de Ribeirão Preto, o atacante Christian Vieri desitiu da recém declarada aposentadoria para se aventurar no Botafogo. Ao que tudo indica, junto ao seu compatriota nos tempos de Inter e da Azzurra - estavam no elenco da Copa de 2002 - , o lateral-esquerdo Francesco Coco.

Talvez, a última grande incursão de Vieri na imprensa esportiva foi a da época em que ele procurava um clube - após sair da Atalanta, ao final da temporada 2008/09 - em que exibia uma protuberante barriguinha e sinalizava em para de jogar futebol para se dedicar a sua outra aptidão: o pôquer. Já Coco, de 32 anos, teve passagens por Milan, Barcelona e Inter e está fora do futebol desde 2007, quando defendeu o Torino. Longe dos campos, o lateral lançou uma grife de roupas e se aventurou numa malsucedida carreira de ator. Dado esse cenário, muitos se perguntam se a possível chegada dos italianos - segundo a dirção da Pantera, os dois só dependem de exames médicos para assinar contrato - é apenas uma jogada de marketing barata ou boas atrações para o Paulistão 2010. Vale lembrar que famosos jogadores brasileiros foram ou estão sendo "repatriados" para o torneio, como a confirmada ida de Luizão ao Rio Branco - que também negocia com Denílson - e a quase da volta de Juninho ao Ituano, onde foi revelado.

Vieri defendendo seu último (ou penúltimo) clube, a Atalanta

Se ambos vierem com intenção de entrar na linha e tentar jogar futebol, é uma estratégia totalmente válida. Prova disso é o eco que a vinda de Vieri causou na imprensa. Quando entrou no ar, em julho deste ano, o site oficial do Botafogo registrava pouco mais de 400 visitantes/dia. Com as notícias relativas a Vieri "praticamente fechado", o número de acessos pulou para mais de 5000/dia, com o clube aparecendo positivamente em todo o Brasil e também no exterior, como mostra a página do próprio clube, que fez um clipping de notícias envolvendo as repercussões da contratação do centroavante na mídia.

Vieri não chegou a ser nenhum gênio do futebol, mas tem currículo respeitável. e foi goleador, passando por Juventus, Inter e Milan em seu auge. Recebeu o troféu Pichichi, conquistado pela artilharia de La Liga de 1997/98, quando anotou 24 gols pelo Atlético de Madrid. Foi artilheiro da Série A italiana em 2002/03 (24 gols), tem duas Copas do Mundo disputadas (1998 e 2002) e 103 gols em 144 gols pela Inter em sete temporadas. Já formou ataque com Ronaldo e Ivan "Bam-Bam" Zamorano, municiados pelo lendário Roberto Baggio, no final da década de 90. Apesar de não ser um jogador com raízes do lado de cá dos trópicos, era conhecido de muitos brasileiros, principalmente os que estão na faixa etária entre 25 e 30 anos. e que puderam acompanhar toda sua carreira. Em um cenário onde os clubes paulistas não estão tão fortes como antes, a vinda de jogadores renomados como Vieri e Coco é um atrativo a mais ao torneio. Mesmo que não deixe o Botafogo necessariamente mais forte em campo, deve captar investimentos financeiros mais graúdos ao clube. Basta que a diretoria do clube aja com inteligência.

Resta saber mesmo se o Botafogo não vai fazer nenhuma loucura financeira para a vinda dos italianos e se os atletas vão levar com seriedade o desafio de jogar em campos interior a dentro, de condições ruins ou se vão aparecer pelas idas à famosa choperia Pinguim, uma das marcas registradas da "Califórnia brasileira". Ou mesmo ainda só curtirem as boas opções de baladas ribeirãopretanas.

28.10.09

Velha desculpa

"Estou muito feliz com o interesse do Barcelona em mim, pois acredito que, jogando no Camp Nou, será mais fácil me tornar o melhor jogador do mundo". A declaração dada por Robinho nesta semana à imprensa espanhola não poderia vir em hora mais inoportuna, considerando que o jogador não parece ter mais paciência para esperar o Manchester City se tornar o “novo Chelsea”. Assim como quando saiu do Santos, porque o Real Madrid lhe proporcionaria o sonho de ser o numero um. "É difícil disputar o prêmio de melhor do mundo aqui no Brasil. Esse é meu sonho e o Real Madrid pode me permitir isso", afirmava o atacante durante coletiva em julho de 2005. No Real, não foi o jogador agudo dos tempos de Peixe, mas teve sua parcela de participação no bicampeonato espanhol dos merengues, conquistado em 2006/07 e 2007/08. Ainda assim, se sentiu “de lado” na primeira investida do Real sobre Cristiano Ronaldo em 2008, já que não queria ser moeda de troca. Acabou no City – sendo que todos achavam que ele iria para o Chelsea - onde chegou como grande ícone da ascensão dos rivais do United.

Desde o início, Robinho tinha consciência que o projeto do City era, pelo menos, para médio prazo. Tanto que a equipe não disputa nenhuma competição continental nesta temporada por conta do seu péssimo desempenho na Premier League em 2008/09, dedicando-se apenas aos torneios ingleses atualmente. Grande estrela da trupe de Mark Hughes até então, viu os Citizens contratarem importantes peças em busca de seu objetivo de entrar no seleto grupo dos postulantes à Champions League. Em sua primeira temporada no futebol inglês, foi bem até a metade da janela de transferências de inverno, caindo vertiginosamente de produção na segunda metade.

Em 2009/10, atuou em apenas duas partidas oficiais pelo clube, já que se contundiu no início de setembro. Desde então, ainda não se recuperou. Sem ele, o Manchester City briga por uma vaga na próxima Champions – é sexto colocado, com seis pontos e um jogo a menos que o atual líder Chelsea. E sendo franco, o brasileiro não vem fazendo grande falta em uma equipe que consegue entrosar bem novas peças como Adebayor, Bellamy e Tevez, além dos bons momentos de jogadores como Wright-Philips e de Petrov, mostrando que a equipe se fortaleceu como um todo. Cada vez mais, Robinho e City parecem trilhar caminhos diferentes e tudo aponta que o atacante deva voltar mesmo à Espanha, onde inegavelmente seria útil ao esquema do Barcelona, se resolver ser menos mimado e jogar o futebol que há tempos ele não mostra, tanto na Seleção, quanto nos clubes que defendeu após sua saída do Santos.

A velha desculpa de “em tal lugar tenho mais chances de ser melhor do mundo” parece funcionar novamente. No entanto, ainda acho que enquanto o atacante brasileiro priorizar tanto essa vaidade individual, ela ficará cada vez mais distante de seu objetivo, que obviamente deve ser consequência dos êxitos da equipe da qual ele faz parte. A nova novela sobre a saída do atacante promete ter novos capítulos a partir da janela de transferências de janeiro.

PS: Talvez, este post do blog Diletra reflita o que grande parte das pessoas pense sobre as novelas da carreira de Robinho.

27.10.09

Quem leva?

Justamente na rodada em que o Palmeiras teve sua derrota mais arrebatadora (contra o Náutico estava muito desfalcado), todos os outros concorrentes diretos venceram... O resultado dessa combinação? A menor distância entre os cinco primeiros colocados na era dos pontos corridos. Apenas três pontos. Isso sem falar no Cruzeiro, que ainda chega com chances. Mas ao contrário de muitos, prefiro não exaltar a qualidade do Brasileirão em 2009. A disputa é inegável, mas o nível das partidas é, no mínimo, questionável.


Explico. O Palmeiras tinha quatro pontos de vantagem há 4 rodadas atrás. Nos últimos 4 jogos, conquistou apenas 1 ponto, e ainda assim permanece isolado na liderança. Pressionado é bem verdade, mas só o fato de não ter perdido a ponta já diz muito... As equipes estão muito irregulares.

Acredito que a fragilidade técnica dos times e das partidas se reflete na tabela. E olha que esse ano eu não vejo os elencos tão fracos assim... É uma questão de futebol mesmo, ou melhor, da falta dele. A partida entre São Paulo e Santos deixou isso claro. Muitos exaltaram o clássico por causa da chuva de gols. Talvez para a televisão tenha sido um partidaço. Mas não foi. Na verdade, só vi dois times desorganizados e irresponsáveis defensivamente. Desafio qualquer um a me provar taticamente o que houve de extraordinário.

Com o fim do campeonato se aproximando, a semana começou em clima de previsões e cálculos. Os matemáticos voltaram a aparecer com aqueles cálculos patéticos, que nunca dizem nada. E muitos apostam as fichas em Flamengo e Atlético Mineiro. Será? Talvez eu seja muito paulista para acreditar que qualquer um dos dois vença a disputa. Não consigo ver esse título escapar de Palmeiras, Internacional e São Paulo. Principalmente, dos dois primeiros. Por mais instável que seja o futebol de ambos...

22.10.09

Fura Fila II

Com o Santos vagando no meio da tabela deste Brasileirão – é o atual 13º colocado - os santistas não fizeram questão nenhuma de esconder a alegria (e o alívio) do retorno do meia Paulo Henrique Ganso ao time para o clássico contra o São Paulo, após voltar do Egito como vice-campeão Mundial Sub-20 pelo Brasil. Ganso fez bom torneio e vai se ratificando como uma das grandes revelações do futebol brasileiro nesta temporada de 2009. Neste Brasileirão, o meia já atinge a marca de sete gols e três assistências em 23 partidas, firmando-se como uma das principais peças do Peixe, ao lado de Madson, Rodrigo Souto e Kléber Pereira - mesmo com este último em fase irregular.

O merecido reconhecimento de Ganso traz a tona um outro lado: o de Neymar, seu companheiro nas categorias de base e de subida ao time profissional. Neymar – que em linhas gerais não chega a fazer um péssimo campeonato – veio muito mais badalado, comparado a última grande jóia lapidada na Vila Belmiro: Robinho, atualmente em má fase no Manchester City. Dois anos mais jovem que Ganso, o habilidoso e franzino Neymar parece sofrer do mal da grande expectativa sobre seu futebol, já que ele é velho conhecido do torcedor santista ,desde que dava seus primeiros chutes no clube. Ainda com apenas 17 anos, ainda mostra bastante irregularidade, ao contrário de Ganso, dois anos mais velho, mais regular e imprescindível para o time de Luxemburgo.

Ganso e Neymar me fazem remeter a um texto que escrevi aqui há mais de um ano e meio com outra dupla que, na minha visão, tem alguns aspectos muito semelhantes aos dos santistas: os corinthianos Dentinho e Lulinha. Em "Fura-Fila", discorri sobre a situação dos dois talentos criados no Terrão e lançados em meio ao turbilhão do calvário do reabixamento corinthiano. Inexperientes à época, pouco puderam ajudar na derrocada do Timão. Lulinha – o mais novo e badalado – não conseguia atuar da forma que era esperado de um talento como ele. E a impaciência da torcida, causada em grande parte pela exigência de aumento de salário e cláusula contratual do meia, acabou sendo decisiva para que o jogador não vingasse, até aqui. Atualmente, Lulinha está no Estoril, sem que se saiba o que ele produz em terras lusitanas. Já Dentinho foi uma das peças fundamentais no ressurgimento à elite e dos títulos no Paulistão e na Copa do Brasil. Ainda precisa evoluir – principalmente quanto a sua objetividade em campo -, mas é fato que vem sendo de grande valia.

Coincidentemente, os dois aspirantes a craque são empresariados pela mesma pessoa. Mesmo não tendo toda a pressão que atingiu Lulinha, é bom o Santos não abrir o olho e trabalhar bema cabeça do garoto, para que o destino de Neymar não tome rumo semelhante ao atual destino de Lulinha.

20.10.09

Fora da lista

Nem Buffon estava na lista final da France Football

Nesta semana, foram indicados os 30 concorrentes ao tradicional prêmio Ballon D’Or (Bola de Ouro), concedido pela não menos tradicional France Football ao melhor futebolista na Europa, uma espécie de “prévia” da eleição do Melhor do Mundo pela FIFA. O que mais chamou a atenção na lista indicada pela publicação francesa é a ausência de nomes de atletas italianos e alemães. Pelos lados italianos, o fato causou certa preocupação por parte do presidente da Federação Italiana (FIGC), Giancarlo Abete. “Entre os 30 jogadores escolhidos não há nenhum italiano e isso faz a gente refletir”, afirmou. Primeira e terceira colocadas na última Copa do Mundo, Itália e Alemanha se classificaram recentemente e sem muito brilhantismo para o Mundial da África do Sul, mas viram pouca renovação em seus times desde 2006. À época do Logo após o final daquela Copa, a Itália campeã mundial colocou sete nomes na lista (que tinha 50 indicados na época) - inclusive, emplacando o vencedor, Cannavaro -, enquanto os alemães tiveram seis representantes. No ano seguinte, os italianos colocaram oito nomes e os alemães, um. Já em 2008, apenas dois jogadores da Itália e um da Alemanha na lista final.

É fato que a crescente globalização dos campeonatos – visto pelo número de nacionalidades diferentes que recheiam a Bundesliga e o Calcio – contribui para uma gama maior de jogadores. Mas enquanto países tradicionais continuam revelando novos talentos que acabam vingando no mundo da bola – tais como Brasil, Argentina, França, Holanda e Inglaterra, por exemplo – Itália e Alemanha parecem ter estacionado no tempo. Ambas possuem bons nomes surgindo em suas seleções de base, mas que ainda não se firmaram nos principais torneios europeus. O caso da Alemanha é ainda é mais emblemático, já que os germânicos são os atuais campeões europeus sub-21 e sub-17 – só não levantando a taça pelo sub-19.

De volta à Azzurra, o técnico Marcello Lippi parece apostar todas as suas fichas na base da geração campeã de 2006, como escrevi aqui à época da precoce eliminação da Copa das Confederações. A tetracampeã Inter é uma equipe formada por esmagadora maioria de estrangeiros, enquanto a base do Wolfsburg – atual campeão alemão – é formada por bósnios e brasileiros, deixando quase que exclusivamente a aposta na maioria dos principais nomes do futebol local para o Bayern de Munique, que não é tão hegemônico quanto em outras épocas.

Sem dúvidas, são seleções que pesam muito dentro de campo numa Copa do Mundo e já demonstraram que podem vencer jogos da competição apenas pela tradição e respeito que impõem. Mas a pouca renovação e a queda de rendimento de seus melhores nomes durante os últimos anos nas respectivas seleções parece um alerta, externado nessa lista da France Football – que, aliás, coincidiu seu vencedor com o do prêmio da FIFA nos últimos três anos.

Indicados ao Ballor D'Or 2009:

Andrei Arshavin (Rússia, Arsenal)
Karim Benzema (França, Lyon/Real Madrid)
Iker Casillas (Espanha, Real Madrid)
Cristiano Ronaldo (Portugal, Manchester United/Real Madrid)
Diego (Brasil, Werder Bremen/Juventus)
Didier Drogba (Costa do Marfim, Chelsea)
Edin Dzeko (Bósnia, Wolfsburg)
Samuel Eto'o (Camarões, Barcelona/Inter)
Cesc Fabregas (Espanha, Arsenal)
Fernando Torres (Espanha, Liverpool)
Diego Forlán (Uruguai, Atlético de Madrid)
Steven Gerrard (Inglaterra, Liverpool)
Ryan Giggs (País de Gales, Manchester United)
Yoann Gourcuff (França, Bordeaux)
Thierry Henry (França, Barcelona)
Zlatan Ibrahimovic (Suécia, Inter/Barcelona)
Iniesta (Espanha, Barcelona)
Julio Cesar (Brasil, Inter)
Kaká (Brasil, Milan/Real Madrid)
Frank Lampard (Inglaterra, Chelsea)
Maicon (Brasil/Inter)
Lionel Messi (Argentina, Barcelona)
Luis Fabiano (Brasil, Sevilla)
Franck Ribéry (França, Bayern de Munique)
Wayne Rooney (Inglaterra, Manchester United)
John Terry (Inglaterra, Chelsea)
Nemanja Vidic (Sérvia, Manchester United)
David Villa (Espanha, Valencia)
Xavi (Espanha, Barcelona)
Yaya Touré (Costa do Marfim, Barcelona)

18.10.09

Inspiração na hora certa

Flamengo, há nove jogos sem perder, bate o Palmeiras com show do sérvio Petkovic: Dedo de Andrade vem sendo essencial para a boa fase.

Quando Cuca deixou o comando do Flamengo, em julho, o Flamengo vivia momento delicado. O empate frente ao Barueri dentro do Maracanã marcava o quarto jogo da equipe rubro-negra sem vitória, derrubando o Flamengo para a parte intermediária da tabela ao final da 13ª rodada do Brasileirão, o que culminou a queda de Cuca. Claramente negociando com outros nomes, como Vágner Mancini, a diretoria do Flamengo convocou novamente o ídolo e até então, tapa-buracos das infindáveis trocas de técnico na Gávea: Andrade assumiria interinamente a equipe no jogo seguinte, contra o Santos. Foi bem, conseguindo quatro vitórias nas seis partidas seguintes e parecia se firmar e dar um padrão ao Fla. O bom período logo foi interrompido bruscamente com uma série de três partidas sem vitória, com nove gols sofridos. O destino de Andrade parecia selado, a exemplo de suas outras passagens pela Gávea como treinador, sempre interino.

Jogadores que não vinham bem, como a esfacelada zaga formada por pratas da casa e a legião de volantes utilizados a cada esquema, um Zé Roberto que caminhava a passos largos para a dispensa e um Petkovic que ainda era uma incógnita – já que aos poucos, ele precisava readquirir ritmo de jogo – passaram a ser solucionados por Andrade, auxiliado pelo comprometimento dos jogadores do elenco, que fecharam com o técnico para que ele não caísse novamente. Da acachapante derrota para o surpreendente Avaí por 3-0 na Ressacada, no fim de agosto, a zaga do Flamengo atingiu a impressionante marca de seis jogos sem tomar gols nas rodadas seguintes. As entradas de Álvaro e Maldonado foram cruciais para tal desempenho, além do retorno de Juan, após longo tempo parado por conta de uma contusão. Léo Moura também vem recuperando o seu jogo habitual.

No ataque, além da boa fase de Adriano – que inclusive, o trouxe de volta à Seleção – o inesperado surgimento do futebol de Zé Roberto chegou na hora certa. Ao lado de um Petkovic cada vez mais agudo e demonstrando a velha classe que o consagrou nos gramados tupiniquins, nem a saída importante do atacante Emerson fez o Flamengo desafinar. A vitória em pleno Palestra Itália frente ao líder Palmeiras marcou o nono jogo sem derrota rubro-negra, o retorno pra valer pela briga pelo G-4 e quiçá, uma ameaça aos que ainda lutam pela taça do Brasileirão, já que o Fla está há apenas seis pontos do líder. Méritos de Andrade, que soube remontar a equipe, principalmente ao adiantar Zé Roberto como segundo atacante. "Sorte” do Flamengo que teve suas principais peças subindo de produção na reta final da competição.

E uma menção especial ao sérvio Petkovic, criticado pela esmagadora maioria da imprensa esportiva quando foi repatriado à Gávea em maio – inclusive pelo blogueiro que escreve este texto – e que deu a resposta jogando o futebol que só um camisa 10 clássico, artigo em falta no Brasil, sabe fazer. Já são seis gols e quatro assistências do sérvio em apenas 16 jogos. A sequência de titularidade do camisa 43 tem relação direta com a sequência de invencibilidade do Flamengo: nove partidas. E a série de felizes coincidências coloca o Flamengo de volta a um campeonato que fica ainda mais emocionante, a oito rodadas do final, para “tristeza” da Globo e dos defensores da volta da fórmula do mata-mata. Mas isso é assunto para um outro post.

15.10.09

Dias de decisão

Honduras passa por um delicado momento político, desde que o presidente Manuel Zelaya – empossado em 2006 – foi deposto do poder por Roberto Micheletti, no final de junho deste ano. Desde então, a crise interna pela luta de poderes no país se acirrou. Sem entrar no mérito de quem está do lado certo – toda a comunidade internacional rechaçou o golpe dado por Micheletti – os hondurenhos aguardam com apreensão o desfecho desse impasse, no qual o Brasil até tomou parte – só não se sabe se direta ou indiretamente. Claro que esse assunto não teria nada a ver com a temática do blog, se não fosse um detalhe em que cabe uma pequena analogia, (explicada ao longo deste texto): Zelaya – que negocia com Micheletti a volta à presidência do país – estabeleceu este 15 de outubro como data limite para a sua restituição ao poder. Apesar dos significativos avanços na mesa de negociações nos últimos dias, o desfecho em si ainda é imprevisível.

Quase que ao mesmo tempo em que as duas partes conflitantes tentam chegar a um consenso, a seleção do país lutava para retornar a uma Copa do Mundo após 28 anos de sua única aparição, na Espanha. As coisas tinham ficado mais difíceis para os Catrachos após o revés em casa diante dos Estados Unidos por 3-2 no último sábado, frustrando os torcedores locais que haviam feito festa durante todo o dia, confiantes no último grande passo antes da classificação. A derrota frente aos estadunidenses fez com que Honduras tivesse que vencer a eliminada El Salvador – com quem os hondurenhos têm rusgas históricas (leia aqui post do Esporte Fino sobre o assunto) – e torcer por um tropeço da Costa Rica, diante da já classificada seleção dos Estados Unidos, em Washington.

A mesma Costa Rica que tem em seu presidente, Carlos Arias, o mediador das conversas entre Micheletti e Zelaya, conseguiu o mais difícil: após acuar os Yanks e abrir 2-0, se acovardou atrás e permitiu o empate. Enquanto isso, em San Salvador, o veterano de 36 anos e maior artilheiro da equipe em todos os tempos, Carlos Pavón – que havia perdido a chance de garantir o empate no jogo anterior, ao perder um pênalti – fez o gol que classificou os Catrachos para a Copa de 2010. Não é uma equipe do porte de Estados Unidos ou México, mas possui alguns jogadores tarimbados em centros grandes do futebol europeu, como o zagueiro Waynor Figueroa e o meia Hendry Thomas (ambos do Wigan), além do habilidoso meia Wilson Palácios (Tottenham) e do veloz e arisco atacante David Suazo (Inter). Além dos "estrangeiros", tem nos experientes Pavón e Amado Guevara (foto do topo) verdadeiros ícones do futebol local.

Abafada no sábado anterior, a festa finalmente chegou na conturbada Honduras. Resta saber se ela será completada com o fim do impasse na política do país, que assim como o selecionado nacional, parece estar numa verdadeira decisão hoje. Mas com certeza, uma missão muito mais dura do que a alcançada diante pela equipe diante de El Salvador.

Abaixo, o gol da classificação de Honduras:

12.10.09

Quantas Copas chegarão à África do Sul?

Há pouco mais de 79 anos, Uruguai e Argentina decidiam a primeira edição da Copa do Mundo no lendário estádio Centenário, em Montevidéu. Mais de 90 mil espectadores viram a Celeste Olímpica conquistar seu primeiro mundial ao vencer – após duas viradas – aquela final por 4-2, ratificando sua condição de melhor equipe, com 15 gols em quatro jogos. A Argentina, que endureceu aquela final, sagrou Guillermo Stábile como o artilheiro da competição, com oito gols marcados. Com quatro Copas conquistadas ao longo de outros 17 torneios, os tradicionais adversários de América do Sul darão a cartada final para garantir seu lugar na Copa do Mundo de 2010. E a chance de um deles assistir ao próximo Mundial tomando mate em casa é bem possível. Na prática, Argentina (4º - 25 pontos, 2 gols de saldo), Uruguai (5º - 24, com 9 de saldo) e Equador (6º - 23, -3 de saldo) disputam duas vagas - uma delas na repescagem, contra Costa Rica ou Honduras.

Um empate garante a Argentina diretamente na Copa, salvo se o Equador tirar os cinco gols de saldo de diferença, batendo o já classificado Chile em Santiago. Em caso de vitória em casa, o Uruguai obtém a vaga direta e a Argentina torce por um empate na partida em Santiago, resultado que também beneficiaria a seleção charrúa em um eventual revés para a equipe albiceleste. Uma série de combinações que contrasta com a tradição de quem já decidiu uma Copa do Mundo, entre outros grandes encontros atráves da história.

O Uruguai sofre com a decadência já há vários anos – esteve em apenas duas das últimas cinco Copas. Mesmo com bons talentos individuais, talvez os melhores dos últimos anos, como Forlán, Suarez, Lugano e Rodríguez, parece faltar um conjunto mais coeso ao time, como visto nessas Eliminatórias com a eficiência de Chile e Paraguai. A situação uruguaia só não é mais dramática por ter vencido o Equador fora de casa na última rodada, com um pênalti inexistente convertido por Forlán. Já a Argentina - sempre vista como uma das favoritas a taça - possui uma defesa péssima, com suas deficiências acentuadas pela péssima armação que Diego Maradona dá ao time, talentosíssimo do meio pra frente. Mas que certamente perdeu a confiança, a ponto de tornar dramática uma partida em pleno Monumental de Nuñez contra o pior selecionado do torneio, o desmotivado Peru.

É sempre péssimo ver duas equipes desse porte fora de uma Copa do Mundo, ainda mais ao ver um Equador que não tem o mérito que conseguiu na disputa dos dois últimos Mundiais. Dado tal cenário, o Centenário – que esgotou seus 60 mil ingressos para a partida em poucas horas - pode ser testemunha da história do futebol novamente na noite desta quarta-feira, em mais um decisivo clássico do Rio da Prata.

10.10.09

Defesa que ninguem passa...

Muricy Ramalho: o homem que decidirá o tetra. Só resta saber para quem.

Com o fim da 28º rodada, ficam faltando apenas dez para o fim do Brasileirão. Nessa mesma época, em 2008, cinco equipes brigavam pelo caneco: Grêmio, Palmeiras, São Paulo, Cruzeiro e Flamengo. Na atual edição, Palmeiras e São Paulo voltam a aparecer entre os favoritos. Os novatos desse ano no “grupo” são Internacional, Atlético-MG e Goiás (ver tabela na coluna ao lado).

Ano passado, fizemos uma simulação semelhante, quando faltavam nove rodadas para o fim do campeonato, e nosso palpite acabou não se concretizando: das seis simulações, quatro apontavam o então líder Grêmio como o campeão. Esse ano resolvemos fazer o mesmo, faltando uma rodada a mais.

Resultado: mais uma vez vamos com o líder. Foram quatro simulações (André, Barretos, Felipe e eu - clique aqui e aqui para conferir - sendo que em três delas o Palmeiras fica com o penta, e em uma o São Paulo com o hepta. O campeão ficaria entre 71 e 76 pontos, o que da a média de 73,5 – arredondando para 74. Com 54 pontos, o atual líder precisaria de 20 entre 30 possíveis, ou seja, um aproveitamento de 66,6%. Totalmente possível para quem ostenta atualmente 64%. Com o atual tricampeão Muricy no comando, fica difícil ver o Palmeiras não sair da fila de 15 anos em Brasileiros. O Verdão está embalado, concentrado e conta com um bom elenco para levar o caneco.

Para o alcançar o sonho do hepta, o Tricolor precisaria fazer 25 pontos, com um altíssimo aproveitamento de 83,3%, contra os 58% atuais. Muito difícil chegar nesse patamar: seriam necessárias sete vitorias e três empates, ou oito vitorias e dois empates. Internacional e Atlético-MG, hoje com 55%, e Goiás com 53%, tem tarefa ainda mais árdua. Claro que esses 74 pontos são um palpite, mas acredito que a pontuação do campeão não ficara muito distante desse numero.

O São Paulo mostrou no ano passado que é possível dar uma arrancada final. Mas é difícil acreditar que a mesma coisa possa acontecer. Por dois fatores: a principal delas, claro, é a presença de Muricy no lado verde – alcançar o tetracampeonato brasileiro consecutivo fara de Muricy, na minha opinião, um dos maiores da historia (isso sem contar o polemico vice de 2005). O segundo é a confortável vantagem de cinco pontos, o que lhe permite alguns tropeços.

Para tornar o campeonato ainda melhor, ha vários confrontos diretos entre os cinco primeiros, o que pode deixar a situação mais embolada – ou servir para confirmar o favoritismo do Verdão. E houve gente (por incrível que pareça, ainda há) que disse que o sistema por pontos corridos não tem emoção.

O único consenso entre as simulações é de que o Fluminense vai ser o próximo grande do futebol brasileiro a disputar a segundona, de onde só saiu graças a virada de mesa que criou a Copa João Havelange, em 2000, quando pulou da terceirona para a elite sem escalas. Dessa vez, se de fato cair, vai precisar voltar por méritos, e não por politicagem, problema aliás que faz com que o Tricolor Carioca esteja na lanterna e praticamente condenado ao pesadelo da Série B.

Bandeira que pode estar tremulando no dia 8 de dezembro

7.10.09

O caso Mutu

Mais uma reviravolta – provisória – no embate entre Adrian Mutu e Chelsea nos tribunais: o Tribunal Arbitral do Esporte (TAS) suspendeu a punição dada ao romeno em agosto, na qual ele deveria “ressarcir” o clube londrino em € 17 milhões. O caso se arrasta desde que Mutu acertou sua transferência para a Juventus em janeiro de 2005. O jogador havia sido flagrado pelo uso de cocaína em outubro de 2004, quando defendia os Blues, acabou suspenso por sete meses dos campos pela Federação Inglesa (The FA) e acabou com seu contrato rescindido unilateralmente logo após a suspensão.

À época da transferência, Mutu era um prodígio talento que tinha brilhado no Calcio pelo Parma e custou € 22 milhões aos cofres do Chelsea, turbinados e abundantes pela chegada de Roman Abramovich ao poder. Pouco aproveitado pelo técnico José Mourinho, com um histórico de comportamento não muito favorável, ele faltou a treinamentos, levava vida polêmica e tinha problemas pessoais, fatos que culminaram com a descoberta do uso da droga em um exame, no qual Mutu nem pediu contraprova. Uma atitude lamentável para um jogador profissional – ainda mais um tão badalado quanto ele – e uma punição até certo ponto “branda”, em vista de outros casos de uso de cocaína, por exemplo. Mas ao ver o Chelsea pedir tal montante ao jogador, sendo que partiu do clube a atitude de demitir o jogador – e o investimento feito nele, precocemente no lixo – soa ingênua e hipócrita. Vide os casos atuais de jogadores-craques-problemáticos, como foio caso de Adriano na Inter - onde os nerazzurri insistiram com o Imperador até o limite - e Ronaldinho Gaúcho no Milan. Ambos, conhecidos pelo comportamento pouco inteligente fora das quatro linhas.

Como um investimento contratado para melhora do time, o Chelsea não fez nenhum esforço para saber a situação de Mutu à época, se era de fato um viciado, etc. Punir o jogador por ter despertado o interesse de outros clubes quando estava suspenso e sem clube não faz nenhum sentido, já que o Chelsea simplesmente abriu mão dele. Posteriormente, tentou retomar sua carreira na Juve, onde não foi tão brilhante como na passagem pelo Parma. Logo após, foi vendido à Fiorentina, onde se tornou um dos principais jogadores da equipe e que atualmente lhe dá suporte jurídico na batalha contra o Chelsea nos tribunais. Com a volta do bom futebol, logo se tornou uma das peças-chave para a seleção romena atual, ajudando a equipe a alcançar vaga na Copa de 2006. Ou seja, entre erros e acertos, se regenerou para o futebol - e longe de Stamford Bridge -, uma atitude digna.

“Não posso deixar de exercer meu direito de criticar uma sentença que parece profundamente injusta. Acho que paguei amplamente por um erro da juventude, que ficou a anos do homem e do jogador que sou hoje”, afirmou o romeno, que já declarou estar ciente da punição que merece pelo Chelsea. Mas a intransigência dos londrinos em não dar uma punição dentro da realidade – poderia fazer Mutu contribuir com centros de recuperação de viciados em drogas, por exemplo – não seria uma atitude mais exemplar e com um desfecho mais digno? Convenhamos, mesmo sendo uma bela quantia em euros, não fará falta considerável ao Chelsea, que insiste no cansativo embate nos tribunais.

5.10.09

Novo laboratório

A derrota num Pacaembu lotado diante de um bem postado Atlético/PR sepultou qualquer chance palpável e terrena da conquista do título brasileiro pelo Corinthians, que está sem vencer há quatro jogos. Ainda tentando readaptar o time às sentidas perdas de Cristian, André Santos e Douglas, com uma série de contusões de atletas-chave da ótima jornada no primeiro semestre e recebendo reforços parcelados, Mano não conseguiu manter o padrão do primeiro semestre, o que é totalmente compreensível. O problema mais crônico é o da lateral-esquerda, onde Marcinho mostra em jogo após jogo que não tem o menor cacoete para a posição. O time está em processo de reconstrução. Não dá pra ser ingênuo e admitir que as perdas foram “planejadas”, porque não foram. Mas diante do assédio europeu e num time onde as finanças caminham pelo fio da navalha – apesar de grande evolução em relação à época do rebaixamento – não havia muito o que se fazer.

No início do trabalho de Mano – talvez a fase mais crítica do técnico no comando da equipe – O Corinthians trouxe em uma só baciada, jogadores bons e ruins e a experimentação daquele novo elenco custou a fase final do Paulistão 2008 e apesar da campanha surpreendente e inesperada, teve reflexos na final da Copa do Brasil, vencida pelo Sport. Claro que o menor nível técnico que a Série B proporcionou fez com que o time passeasse pelo torneio, mas ao mesmo tempo, foi importante para montar a base do time que jogou muito bem na primeira metade de 2009.

Com a condição de franco-atirador neste Brasileiro, Mano deve experimentar para remontar o elenco – que tem nomes bons, mas que ainda não vingaram em sua plenitude. Será que com os jogadores à disposição, ele deve manter o esquema vencedor do 4-3-3 (ou 4-5-1, como preferirem)? O técnico acena em atuar com dois meias – teoricamente, Edno ou Defederico – e sacar um dos atacantes, nesse caso, Jorge Henrique ou Dentinho. Além do problema na armação de jogadas, ele terá de trabalhar os avanços dos laterais, algo que acabou se perdendo após a remodelação do elenco, já que além da saída de André Santos, Alessandro ficou bom tempo de molho, Ronaldo ainda precisa recuperar a forma do primeiro semestre, a zaga de William e Chicão precisa atuar novamente junta e o lateral-esquerdo terá de ser bem pensado para chegar na próxima temporada. O laboratório está montado e Mano já provou competência para deixar o time talhado para jogar a Libertadores – o objeto de cobiça do centenário.

1.10.09

Problema crônico

A derrota para o Zürich em pleno San Siro pelo placar mínimo deixou o Milan em alerta vermelho para uma possível e precoce eliminação na fase de grupos da Champions, já que nos próximos dois jogos, a equipe rossoneri enfrenta um Real Madrid estelar e em pleno processo de crescimento e entrosamento. A situação só não é mais caótica no torneio europeu porque o seu real concorrente direto, o Marseille, perdeu suas duas partidas, enquanto o Zürich – mesmo com a vitória sobre o Milan – é frágil demais para oferecer perigo aos postulantes à vaga no mata-mata. No campeonato italiano, amarga a 11º posição, a sete pontos da surpreendente líder Sampdoria, com 15 pontos.

O lobby pela saída de Leonardo do comando rossoneri aumenta na imprensa italiana, que vê especulações sobre o nome do holandês Marco Van Basten, ex-ídolo da equipe nos anos 90. Uma troca de técnico traria mais malefícios do que benefícios a um Milan que tem um problema grave de orfandade a Kaká. Uma troca de treinador e uma posterior continuidade dos péssimos resultados só evidenciaria que o time precisa de material humano para voltar às cabeças do Calcio. Em oito partidas, marcou mais de um gol somente nas vitória diante do Marseille e Siena – ambas por 2-1 nas estréias da equipe na Champions e Italiano, respectivamente -, passando outros cinco jogos em branco no placar. A capacidade de reação da equipe é baixíssima, desmoronando ao sofrer um gol de quem quer que seja. Como foi o caso do Zürich, em que o Milan se lançou com pouca objetividade ao ataque, evidenciado nos dez impedimentos marcados contra a equipe na partida, contra apenas um dos suíços, retrancados.

A política de contenção de gastos efetuada por Berlusconi traz tais efeitos, em um elenco de extremos: há garotos talentosos e veteranos – alguns bons, outros nem tanto - que não conseguirão, por mais que queiram, corresponder sempre. O Milan não tem goleiros e laterais confiáveis, um Pirlo que atua abaixo da média e um Huntelaar que não é nem sombra do goleador de outrora, quando atuava pelo Ajax, antes da transferência ao Real Madrid. Seedorf vem se superando, mas não é tão genial a ponto de quase sempre salvar o time, como fazia Kaká nos áureos tempos. A zaga com Nesta e Thiago Silva tem potencial, mas ainda está se acertando. Pato ainda não rendeu tudo o que se espera dele. Mais do que bom jogadores em algumas posições-chave, falta elenco ao Milan para uma que temporada longa e desgastante seja jogada com o Milan brigando por títulos, como dita a tradição.

Aparentemente, o vice-presidente de futebol Adriano Galliani banca Leonardo no comando do time. "Reconfirmo minha confiança em Leonardo. As coisas não estão indo bem, mesmo um empate teria sido um resultado insatisfatório. Devemos andar para frente", afirmou. Mas nem o futebol europeu - que não tem pensamentos imediatistas como a esmagadora maioria dos cartolas brasileiros – poupará o iniciante Leonardo se os resultados não aparecerem. O técnico, que acertadamente apostou em Ronaldinho – jogador mais bem pago do elenco, com 7,5 milhões de euros por ano. Mas o ex-craque a cada dia parece mais distante de ser um jogador profissional. Mesmo novato, Leonardo não cometeu nenhum erro crasso e tinha a vantagem de já conhecer o elenco, quando atuava na diretoria rossonera. O problema do Milan é mais crônico e de solução não tão simples e imediata a ponto de ser resolvida com uma simples troca de técnico.